Capítulo 10

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CAPÍTULO DEZ

16 DE JUNHO

Hazel Martinez


     Assim que deixei Sam em seu trabalho, no hospital, já parti em rumo ao hotel Green Palace para o meu turno de hoje. Repassando mentalmente meu plano mirabolante para passar o mais longe possível de Matteo, não posso deixá-lo se aproximar como se pudéssemos ter algo no futuro.

     Por mais que, na minha vida real eu seja uma modelo bem sucedida e provavelmente faria o tipo dele, ele ainda assim não sabe disso, e provavelmente nunca descobrirá. O que torna as coisas entre nós praticamente impossíveis. Fora que, pelo o que desconfio, mexer com a família Pelegrinni não é algo a se arriscar em fazer.

     Mesmo que estar perto dele me faça sentir algo que jamais senti antes, tenho pavor de colocar tudo a perder, para depois, ele acabar simplesmente sumindo que nem meu pai fez. Ou até mesmo colocando minha carreira lá fora em risco.

     Estacionei meu carro em uma das vagas com sol, que deixavam o interior bem quentinho para que assim que eu saísse do trabalho pudesse me aquecer, estava fazendo uns dias de frio bem irritantes em Madrid. Como ainda haviam vinte minutos até meu turno começar, decidi ir atrás de Cris, que provavelmente estaria descansando em algum lugar por aí. Já que seu turno começava bem antes do meu.

     Assim que entrei pelo saguão do hotel, olhando para todos os lados feito uma furtiva, acabei indo logo em direção à área de jardins na lateral do hotel, para ter a sorte de encontrá-lo em algum lugar. E como se algum anjo tivesse ouvido minha prece, lá estava Cristopher, sentado em um dos bancos comendo uma maça, distraído com o mundo ao seu redor.

     – Oi! – Cumprimentei-o, sentando ao seu lado.

     – Hazel! Como vai? Começou agora? – Perguntou ele, de maneira gentil.

     Cristopher era totalmente discreto e quieto, mas muito gentil quando se tratava de conversar. Provavelmente era um dos poucos, se não o único, com esse carisma aqui dentro.

     – Vou bem, obrigada. Ainda faltam vinte minutos para que eu comece meu turno. – Respondi, tirando um pacotinho de biscoitos de trigo de dentro do casaco de concierge.

     – Para a sua sorte, hoje Margaret não está gritando.

     – Ela já consumiu uns vinte por cento da minha audição de qualquer maneira. – Falei, rindo.

     – Ainda está no lucro.

     Era bom rir com alguém além de Sam às vezes. Não que eu não gostasse mais da companhia da minha amiga, é que por nos conhecermos, nós já sabíamos da loucura uma da outra, e já estávamos acostumadas. Inclusive, até penso de vez em quando que precisamos abrir nosso horizonte com mais amigas, seria interessante. Sair em manchetes de Los Angeles só com Samantha já está muito rotineiro, precisamos aumentar nosso ciclo de vergonha alheia e história estranhas.

     – Cris – Chamei-o, já com aquela entonação de: "Preciso de um favor".

     – Se for me convidar pra sair, saiba que da fruta que você curte, eu aproveito até a semente. – Disse ele.

     – Não se preocupe, essa é uma das últimas coisas em que penso. – Falei, rindo.

     Pelo modo com que ele se defendeu, parece ser algo que acontece com constância em sua vida, até porque, eu jamais teria percebido se ele não falasse. E Cristopher com certeza chama a atenção das mulheres por onde passa.

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⏰ Última atualização: Jul 02 ⏰

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