CIRCO VOADOR - 02

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ROBERTO NASCIMENTO.

- Não que seja do seu interesse, mas eu vou participar de uma missão com vocês.

Solto uma risada nasal, em tom sarcástico, ao ler o absurdo que a loira acabará de me enviar.

Só pode ser brincadeira. Que porra uma aspirante de oficial, iria fazer em uma missão ligada ao BOPE? Essa pirralha não deve saber nem segurar uma arma.

- Nunca. Seu pai está louco? Você é fraca. Muitos homens do dobro do seu tamanho, não conseguem nem entrar na corporação e você vai fazer parte de uma missão? Sem teste? Se depender de mim, não vai. - Encaminho para a policial.

- Não vai treinar, Nascimento? Você é bom, mas não é de ferro. - Grita Gonçalo, perante aos sons de tiro.

Desligo meu celular e pego minha 9mm. Me posiciono junto aos demais policiais e começo a praticar meus disparos. Hoje muito vagabundo, vai pra' vala.

Miro meu primeiro tiro na cabeça da silhueta em alvo, onde acerto com facilidade. Distribuo uma sequência de tiros na placa, tendo êxito em cada um.

Após um intenso treino de agilidade e de força. Saio do batalhão, na minha BMW‐S1000RR em destino à meu apartamento. Chego no local e logo me instalo em meu sofá. Pego meu celular e vejo que a aspirante havia respondido.

- Eu não preciso te provar da minha força, se meu pai falou, está falado. Espere o aviso, sobre a missão. - Respondeu a atrevida.

Sorrio de canto, devido a audácia da mais nova. Essa garota não faz ideia da onde está entrando.

- Olha aqui pirralha, não é porque seu pai é o coronel, que as coisas vão ser fáceis para você. Ser policial, seja de qualquer tipo, não é para qualquer um. - Alfineto Lídia.

- Calma, coroa. Eu não quero e nem preciso de vantagens. Se eu fui escalada para a missão é porquê sou boa.
- Tenho minhas dúvidas de que qualquer um não pode ser policial. - A ousada garota envia, sem demora.

Franzo o cenho, em decorrência ao que acabo de ler. Coroa? Porra. Que mulherzinha abusada! Além de me chamar de velho tá insinuando que eu não sou um bom policial. Pirralha maldita.

- Deveria ter te deixado morrer ontem no morro. Seria menos uma dor de cabeça. - Encaminho a loira.

- E quem disse que eu iria morrer? Não tive nem a oportunidade de cair pra cima. Porque, você já chegou acabando com o meu barato. - Envia a mal agradecida.

Bufo ao ler a mensagem. Enquanto, deslizo minha destra entre os fios do meu cabelo, em claro sinal de irritação.

- Olha para você Lídia, não dá para segurar uma arma com a bunda, tá? - Provoco a mulher.

- Mentira? Não quer me ensinar a usar uma arma? Tô precisando, coroa. - Me questiona com sarcasmo.

- Vou te ensinar e aproveito para estourar sua cabeça, pirralha. - Ameaço a mais nova. Com um sorriso em meus lábios.

- Na cabeça não, porque estraga o velório. - Encaminha a engraçadinha.

Me levanto do desconfortável sofá e tomo um bom e merecido banho gelado. Não demoro muito e logo saio. Visto minha farda preta, minha boina da mesma cor e meu colete a prova de balas. Calço meu coturno tático e coloco meu relógio. Bebo um copo de água e logo me desloco de casa, rumo ao quartel.

Chego em meu destino e estaciono minha moto. Logo, adentro o local. Passo pela sala do coronel, que me avista pelo vidro do cômodo e me manda entrar.

- Nascimento. - Miranda me cumprimenta, enquanto estende a mão.

Na Mira do Perigo - Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora