Na Mira do Perigo - Capitão Nascimento

RENDIÇÃO - 08

LÍDIA MARQUES.

Caminho até o apartamento de Nascimento e durante o trajeto até meu destino, imagens do ocorrido no banheiro, invadem minha mente. Que porra foi aquela? Misericórdia. Balanço a cabeça em negação e vergonha por minha atitude ridícula e extremamente infantil. Querendo ou não a mulher não tem culpa, as vezes esqueço que não posso esperar muito de Nascimento.

Em poucos minutos avisto a entrada de sua residência, tento abrir a maçaneta com impaciência e desisto quando percebo que está trancada. Seguidamente a porta à minha frente se abre e revela Roberto, que está coberto apenas por sua cueca box preta. Inconscientemente meu olhar é atraído para o volume do mais velho, marcado no fino tecido escuro.

- Tira uma foto que dura mais tempo. - O idiota exprime, com um sorriso sarcástico nos lábios.

Semicerro o olhar e encaro seus olhos castanhos e escuros. Engulo em seco ao desviar minha atenção para sua boca e lembrar dela colada a minha.

- Você não estava responsável pela minha fase de integração? Por que não foi hoje? - Questiono ao moreno.

- Porque eu não quis. - O capitão responde de forma sucinta.

- Você não tem que querer é o seu trabalho. - Comento com as sobrancelhas erguidas.

- Lídia, meu chefe é o seu pai, não você. Não te devo satisfação nenhuma. Aliás, você não queria desde o começo ser treinada pelo Mathias? Pronto, problema resolvido. - Nascimento expressa com indiferença no tom de voz.

- Você tem razão. Vai ser melhor assim. - Engulo em seco e desvio meu olhar.

- Só veio aqui para isso? Podia ter me enviado uma mensagem, sargenta Cardoso. - Comenta com ironia.

Reviro os olhos disfarçadamente e encaro novamente o mais velho.

- Até que você não tem mau gosto. - Expresso com um sorriso de canto.

- Como ficou sabendo sobre ela? - Questiona com o cenho franzido.

- Não te devo satisfação nenhuma, capitão. - Lanço uma piscadela para o homem à minha frente.

- Acredito que quando o assunto é sobre minha vida sexual, você me deve sim. - Responde com as sobrancelhas erguidas e um sorriso irônico, enquanto se aproxima de mim.

- Enfim, era só isso. Já vou ir embora. - Viro de costas, afim de sair do local e evitar o tópico comentando.

Sinto um aperto forte em meu braço, que impede o meu afastamento. Olho sobre meus ombros e encaro o capitão, meu olhar expressa dúvida, devido ao seu aperto inesperado. Em um movimento repentino Roberto me puxa, para perto de si e leva sua mão livre até meu rosto, onde aperta com força.

- Quem te falou sobre a Cardoso, pirralha? - Questiona com o maxilar travado e seus olhos fixos ao meu.

Sinto sua respiração quente se misturar com a minha, graças a nossa proximidade. Me rendo a situação e não faço questão nenhuma de me afastar, no fundo meu maior desejo é sentir cada toque desse filho da puta.

Fico em silêncio, meu olhar se intercala entre seus olhos e sua boca e apenas o som das nossas respirações se faz presente no ambiente. Sinto meu interior pulsar e meu coração se acelerar, a vontade intensa de agarrá-lo preenche meu consciente. Sinto a destra do capitão descer de meu rosto até meu pescoço, local onde ele enforca sem nenhum receio.

Minha respiração se torna ofegante, devido minha perca de oxigênio. Um sorriso maldoso se faz presente no rosto de Roberto ao me ver totalmente submissa a ele. Em decorrência à situação, deixo escapar um sorriso perverso de canto.