ROBERTO NASCIMENTO.
Estou no quartel, escorado em minha moto. O sentimento de aflição que estava em meu peito, havia se tornado alívio e finalmente consigo respirar. A pirralha estava bem. Se essa vadia estivesse morrido, eu estava fudido. Todavia, eu já tinha avisado que essa porra, ia dar merda. Até que essa vagabunda, não é tão burra.
- Relaxa Nascimento, eu sei me cuidar. - A loira encaminha.
Solto uma risada nasal, enquanto ergo minhas sobrancelhas e passo minha língua por meu lábio inferior, seguido de uma leve mordida. Essa pirralha não tem medo do perigo.
- Sabe se cuidar o caralho.
- Se quiser beber, eu vou com você. - Envio.- Nem fudendo, vai estragar ainda mais minha noite. - A mais nova reclama.
- É isso, ou você vai para a cama, boneca. - Mando para a policial.
- Eu te odeio! - Ao ler, reviro os olhos e sorrio de canto.
- O sentimento é recíproco. - Informo.
- Vem logo, estraga prazeres.
Subo na minha BMW-S1000RR e dou partida. Sigo em direção a localização que a loira havia me enviado. Em poucos minutos, chego no local, a beira de uma estrada. A mais nova, estava apoiada na encosta de proteção da rodovia, enquanto encarava uma espécie de galpão.
Buzino e logo a atenção da mulher, se direciona a mim. A mesma se ergue e caminha até a moto. Levanto a viseira do meu Pro Tork e entrego um capacete e minha jaqueta para a garota. Fito todo seu corpo e encaro seu rosto.
- Veste isso, pirralha. Vai passar frio só com essa roupinha. - Mando.
A loira revira os olhos e dá uma volta, se amostrando.
- Estou uma gostosa, né? - Sorri de canto.
Analiso cada curva de sua silhueta e percebo como aquela pequena saia estava justa em sua bunda, me proporcionando uma bela vista. Volto meu olhar ao seu rosto, disfarçando.
- Sobe logo, caralho. - Ordeno à mais nova.
Lídia faz uma careta e me mostra o dedo do meio, mas me obedece. Veste a jaqueta e coloca o capacete, seguidamente sobe em minha garupa. Abaixo minha viseira e acelero minha BMW.
Instantaneamente, sinto os braços da garota ao redor do meu corpo me prendendo a ela. Sinto um arrepio incontrolável na espinha e engulo em seco. Observo pelo retrovisor, os cabelos loiros da rebelde voarem com o vento.
Durante o trajeto até o bar, nos mantemos em silêncio. Entretanto, senti as mãos da aspirante, hora ou outra, deslizarem por meu abdômen. Me levando a contrair os lábios, na tentativa de evitar uma ereção indesejada.
Assim que chegamos no bar, estaciono minha moto. Tiro meu capacete e desço da mesma. Lídia me acompanha e segue caminho para adentrar o Pub. Sigo a mulher e me sento junto a ela, em uma mesa do local.
Percebo uns pervertidos secando a policial de longe e volto meu olhar a ela. Filhos da puta do caralho.
- Veste essa jaqueta, pirralha. - Mando.
- Eu não. Tá um calor desgraçado aqui dentro. - Exprime. Enquanto, prende um coque malfeito.
- Não importa, porra. Esses vagabundos estão te comendo com o olhar. - Travo o maxilar e expresso com indignação.
- Eles só estão olhando, deixa eles olharem. - Diz sem preocupação, enquanto balança os ombros.
- Você gosta né, vadia? - Semicerro o olhar, enquanto encaro a loira a minha frente.
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Na Mira do Perigo - Capitão Nascimento
RomanceLídia é uma aspirante a oficial, muito ambiciosa, que não tem medo do perigo. Nascimento é um capitão, que não concorda com a postura de Lídia, e que vai tentar impedí-la de qualquer forma. Mas, na inércia da vida, o amor é combustancial ao ódio.