LÍDIA MARQUES.
Acordo e ao abrir meus olhos com dificuldade encaro o ambiente ao meu redor. É um quarto comum, com um guarda-roupa médio e de madeira em minha direita; uma televisão de mais ou menos 34 polegadas à minha frente; um móvel que se parece uma mesa de cabeceira e por fim a confortável cama de casal em que estou deitada.
Recupero minha consciência pós sono e quase salto da cama ao perceber que aquele não era meu quarto. Me levanto da box e ando descalça pelo chão gelado da residência. Mil hipóteses de supostas situações que poderiam ter me trago até aqui, invadem minha mente. Percebo que estou sozinha no local e adentro a cozinha do que presumo ser um apartamento.
Entro no cômodo próximo à sala e logo vejo uma pequena geladeira branca. Analiso a mesma e encontro uma foto de todos os policiais do BOPE do Rio de Janeiro reunidos. No mesmo momento, noto Nascimento na imagem e flashes da noite de ontem surgem em minha memória.
Pego meu celular para confirmar minha lembrança e constato ser real. Ontem, depois da missão na Circo Voador, eu fui para um bar com Nascimento. Mas não me lembro de absolutamente nada que aconteceu depois disso. Essa com certeza é a casa do militar, mas o que eu estou fazendo aqui?
Volto até o quarto do capitão e tiro uma foto do cômodo. Logo, envio a fotografia para o mais velho.
- Resolveu me sequestrar, coroa? - Questiono ao militar, me deitando novamente em sua espaçosa cama.
- Sua culpa, pirralha idiota. - Me responde em alguns minutos.
Franzo o cenho sem entender a acusação do mais velho.
- O que, que eu estou fazendo aqui? - Envio, enquanto me sento inquieta sobre a box.
- Não se lembra do vexame de ontem? - Encaminha o homem, instigando ainda mais minha dúvida.
Que merda eu fiz? Puta que pariu. Engulo em seco e arranco a pelinha do meu lábio com o dente, devido a ansiedade.
- Porra, não lembro de nada, só de estar com você no bar. - Assumo para Roberto.
- Se eu soubesse que você ficaria tão bêbada, teria te levado para sua casa, ao invés de ir para um bar, pirralha maldita. - Manda o estúpido.
Respiro fundo e passo minha canhota por minha boca, estacionado à em meu pescoço. Bêbada em um bar, o que poderia ter acontecido?
- Você tá me assustando Nascimento, que merda eu fiz? - Pergunto intrigada.
- Você ficou louca, fedelha. Tava querendo subir na mesa, dançando igual uma vadia enquanto aqueles idiotas te olhavam. Queria até ir embora com um desgraçado do bar, mas eu coloquei ele no devido lugar dele. - O mais velho me responde.
Pego o travesseiro branco de sua cama e o coloco em meu rosto, afim de me sufocar. Eu não acredito, que vergonha! Uma policial dando esse vexame? Se ele já não me respeitava antes, agora muito menos. Respiro fundo.
- Deveria ter deixado eu ir. - Provoco o militar, na intenção de demonstrar que esse ocorrido não me afetou.
- Porra, você ainda está bêbada Lídia?
- Você foi comigo, e é comigo que você volta, pirralha. - Encaminha Nascimento, me tirando um sorriso.- Estragou meu esquema, coroa. Mas obrigada, de verdade. - Agradeço.
- Obrigada? você ainda vai ter que retribuir, vadia. Não faço nada de graça! - Envia rapidamente.
Reviro os olhos e solto um suspiro. É claro, não seria o Roberto Nascimento, se não fosse um idiota.
- Você não cansa de ser insuportável? - Questiono ao militar.
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Na Mira do Perigo - Capitão Nascimento
RomanceLídia é uma aspirante a oficial, muito ambiciosa, que não tem medo do perigo. Nascimento é um capitão, que não concorda com a postura de Lídia, e que vai tentar impedí-la de qualquer forma. Mas, na inércia da vida, o amor é combustancial ao ódio.