GIGOLÔ - 05

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LÍDIA MARQUES.

Estou deitada em minha cama, olhando para o teto e criando coragem para me levantar. Olho para o lado e vejo Nascimento dormindo, sua expressão é suave e neutra. Ele dormindo lembra um anjo, mas acordado se parece mais com o próprio diabo.

Sorrio devido a minha própria comparação e me levanto ao sentir novamente o meu celular vibrando, o que indica que preciso me arrumar.

Me levanto e caminho devagar até o banheiro em meu quarto. Retiro minha camisola e minhas calcinhas, ficando nua. Ligo o chuveiro, prendo os fios de meu cabelo em um coque desleixado e adentro o box. A água quente logo me atinge e escorre por todo meu rosto, me despertando. Demoro no banho cerca de vinte minutos e enrolo a toalha branca, pendurada no suporte do cômodo, em meu corpo. Aproveito minha estadia no banheiro para escovar meus dentes e pentear meus cabelos.

Me dirijo de volta até meu quarto com apenas a toalha em meu corpo, já que o policial em minha cama está dormindo. Abro meu guarda-roupa e seleciono uma lingerie branca, uma camiseta básica do mesmo tom do sutiã e minha farda. Visto respecitivamente os citados, coloco meu cinto e calço meu coturno tático.

Me ausento do local e vou até a cozinha. Coloco a água do café para ferver e ponho o pão de queijo congelado para assar. Volto ao meu ambiente de repouso e me posiciono em frente à meu espelho, prendo meu cabelo em um coque, mas dessa vez, de forma arrumada. Passo meu batom vermelho de sempre e aplico meu "Good Girl Blush" sobre o corpo.

Pego meu relógio, sobre a mesa de cabeceira e observo as horas, são exatas sete horas e trinta minutos. Me dirijo até a saída do quarto e olho novamente para minha cama, solto um sorriso e reviro meus olhos, não resisto e tiro uma foto do militar com a cabeça entre os travesseiros.

Saio do cômodo e termino de passar o café, seguidamente desligo o forno. Bebo uma xícara de café, pego três pães de queijos e logo saio de casa em minha Kawasaki.

Dirijo até o batalhão, sentindo o frio da manhã e rapidamente chego em meu destino. Adentro o local e caminho em direção à sala do coronel Miranda, em razão do mesmo desejar falar comigo.

- Bom dia, Lídia! - Sargento Ribeiro me cumprimenta com um sorriso no rosto, ao passar pelo corredor.

- Bom dia, Ribeiro! - Cumprimento o mais velho e retribuo o sorriso.

Abro a porta do lugar a qual me destinava e entro no ambiente.

- Oi, pai. Bom dia! - Me sento em uma poltrona de couro do escritório e vejo o homem procurando alguns papéis em suas prateleiras.

O capitão olha em minha direção e interrompe o que estava fazendo. Sorri para mim e se senta à minha frente.

- Bom dia, querida! - Segura e aperta levemente minha mão.

- O senhor disse que precisava falar comigo. Sou todo ouvidos. - Comento enquanto encaro o militar.

- Gostaria de te parabenizar pela última missão, você colaborou muito. - Expressa com um sorriso no rosto.

- Só fiz o meu serviço. - Retribuo o riso.

- Fiquei sabendo que você foi "sequestrada" durante a mesma. - Faz aspas com as mãos enquanto proclama.

- É. O desgraçado do Oliveira me entregou para um velho, mas eu dei meu jeitinho. - Sorrio de canto e levanto minhas sobrancelhas.

- Fiquei orgulhoso em saber, você vai longe Lídia. - Meu pai comenta.

Suas palavras me atingem de uma forma que não consigo explicar. Nunca havia ouvido isso dele e essa sensação é incrível. Mesmo que ele seja um filho da puta, ele é meu pai. E no fundo o que eu mais quero é deixar ele orgulhoso.

Na Mira do Perigo - Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora