Capítulo 2

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                        ALEXANDRE BORGES
                          FRENTE A ESCOLA
 

Paro de correr assim que vejo que não tem ninguém atrás de mim além do meu amigo que ainda está tenso com o que vimos.
Ele finalmente me alcança, e então diz:

—Eu te avisei! -Olhou para mim com uma expressão aflita —Olha a situação em que você nos colocou, tem idéia do que a gente acabou de ver?-

Ele aponta pro portão da escola

—Provavelmente aquele funcionário vai contar pra alguém e vamos ser procurados, talvez até mortos!

Droga... Isso realmente foi culpa minha, mas não tinha como eu saber.. Como eu ia adivinhar que esse controle nos levava a um andar oculto da escola?

—Kael.. A gente precisa fazer algo, contar pra polícia ou algo assim. – Tentei acma-lo, fracassei.

—Ah é? E você acha que eles iriam acreditar? Vamos lá Álex, pensa um pouco, será que a polícia vai acreditar vendo dois moleques dizerem "Vocês precisam nos ajudar, a nossa escola está fazendo experimentos científicos nos alunos e criando vários clones deles"

Eu nunca vi ele assim, nunca imaginei o Kael bravo desse jeito.. Eu sei que ele tem razão, eu também não sei se a polícia iria acreditar em dois meninos aleatórios.

É ai que me surge uma idéia..

—E se a gente voltar pra lá e gravar tudo o que vimos? Dai vamos ter provas o suficiente!

Kael apenas me encara.. Seu rosto de julgamento revela que ele não gostou da idéia.

Ele ri de forma irônica, colocando a mão no rosto dizendo.

—Como isso é possível..? A gente acabou de ver pessoas sendo cobaias de experimentos e você ainda quer voltar pro local?

Kael tira sua mão do rosto, me olhando com a face mais furiosa que eu já vi dele.

Você realmente aceita tudo por uma aventura né!!?? Provavelmente esse seu cérebro inútil não conseguiu captar que podemos correr risco de morte!

—Kael, olha só, a gente acabou de entrar em uma situação difícil, eu sei. Mas a gente tá correndo risco de morte de qualquer jeito!

—Eu nem sei porque ainda to te ouvindo.-Cruzou os braços e olhou para o lado
—Mas me diga, porque você quer entrar lá de novo, senhor explorador?

Finalmente tenho uma chance de me explicar. Eu me levanto e coloco toda a minha confiança na próxima fala.

—Como você mesmo disse, aquele funcionário provavelmente vai contar pra alguém e vamos ser procurados, certo?

Ele apenas fica em silêncio, esperando por uma frase que possa convence-lo

—Mas isso não vai ser diferente se a gente ir lá. Indo ou não, nós podemos morrer. E sinceramente, eu prefiro morrer enquanto tento revelar a verdade pra todo mundo do que esperar a morte vir até mim!

O ato de virar as costas pra mim e seguir caminhando mostra que a minha justificativa só fez ele ficar mais furioso.

—Espera ai, cara! Eu ainda tenho o controle que encontramos, nós podemos ir!

Corro até ele, pegando o seu ombro esquerdo.

—Eu sei que você não tá nem um pouco afim de fazer isso..

Dou uma pequena pausa

—Mas por favor, pense nos outros alunos que correm risco de serem alvo desses experimentos. Eu também estou nervoso, eu não quero fazer isso só pra ter uma aventura ou algo do tipo.. Eu quero fazer isso para salvar aquela escola, salvar os meus amigos.

O Andar OcultoOnde histórias criam vida. Descubra agora