Capítulo 7

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ALEXANDRE BORGES

FRENTE A ESCOLA

Depois de conseguir convencer o Lucas de nos ajudar a realizar o plano, só faltou a parte difícil, que é a fase de invadir a escola. No dia seguinte já queríamos começar a invasão, então lá estava nós 3, esperando a escola abrir o portão em plena seis da manhã. 

–Recapitulando! — Disse eu enquanto me virava para os dois, apontando para o Lucas. 

–Você vai entrar na escola e fingir que tudo está normal! Como se realmente fosse um dia normal. 

Dei uma pausa para relembrar o que precisamos fazer

–Isso é só uma intuição, mas provavelmente você será chamado depois do intervalo, ou seja, as 10 da manhã. Caso você for chamado, por favor, invente uma desculpa dizendo que você irá ao banheiro, ok? 

–Certo… —  Concordou, um pouco recioso do que está por vir. 

–Quando você estiver no banheiro, precisaremos que nos avise e ligue para a gente, e então estaremos numa chamada viva-voz, e é ai que sua coragem será necessária! 

–O que virá depois disso..? –Indagou ele, agora mais determinado. 

–Você entrará no elevador e vai dar de cara com um andar completamente secreto que nunca viu antes, disso eu tenho certeza. 

–Como é esse andar? 

–Isso não importa muito. — Afirmei mais uma vez, me virando para o portão da escola. –Mas você estará de frente a um corredor com algumas portas que tem números e letras marcadas em cima delas, também terá outro corredor à sua esquerda, mas o que importa é o que vai estar à sua frente! 

Eu o observo com uma expressão séria, a mesma que usei quando convenci ele de vir com a gente. 

–Você será levado até aquela porta e entrará na sala – de primeira vai ser assustador – mas sua coragem é mais forte, eu sei disso. Você vai precisar pegar seu celular e tirar ao menos uma foto que comprove os experimentos daquela escola, não precisa de muito, é apenas o necessário. 

–Isso é maluquice, Eles vão me ver registrando tudo e irão me pegar… –Afirmou, desanimado e diferente do que estava segundos atrás

–Calma, calma, calma! Eu disse que já tinha pensado em tudo, não é? 

Me aproximo do Kael ligeiramente, dando um tapinha nas suas costas. 

–Meu amigo aqui irá ameaçá-los de não fazer nada contra você no meio da chamada, pois tudo isso está sendo gravado, entende? E é aí que vamos ter tempo para entrar na escola. 

–Mas… E depois dis.. 

O sinal toca, significando que a aula irá começar e o portão vai abrir. 

–Rápido, vai lá! 

O garoto se apressou e foi até o portão entrando no colégio, deixando eu e o meu amigo sozinhos. 

–Uma pergunta… — Disse o Kael, olhando de longe os estudantes entrando na escola. –E se ele não for chamado hoje? E se for outro dia? 

–Nós vamos fazer isso todos os dias, ficar na frente da escola enquanto esperamos qualquer notícia. –informei, de braços cruzados. 




LUCAS AUSTIN

ESCOLA

O meu dia escolar foi normal.. Pelo menos, nas 4 primeiras aulas. Quando eu voltei para a sala após o recreio, me senti extremamente tenso se iria ser chamado ou não. 

Notei que todos os alunos já estavam em suas carteiras, isso significa que ninguém mais vai entrar na sala, né? 

Me acalmei um pouco, pelo que parece, não será hoje que serei levado. Antes que a professora começasse a aula – e antes que eu possa mandar mensagem para os meninos dizendo que não fui chamado – escuto a porta da sala se abrir, e então enxergo que é a Catherine, diretora da escola. 

Ela se posiciona em frente a sala, calando todos que estavam conversando. 

–O aluno Lucas Austin está aqui? 

Gelei por um segundo, eu estava enganado. 

Por mais que haja medo e tensão, me levantei da cadeira. 

–Sim.. Senhora, eu estou aqui. – falo cabisbaixo. 

–Ótimo, quero você na minha sala agora. 

Ela sai da sala, esperando que eu siga ela. 

–Antes… ! Eu gostaria de ir ao banheiro, posso? 

Antes que ela pudesse sair completamente da sala de aula, voltou endireitando sua cabeça para dentro da classe. 

–Não foi no intervalo porque? 

–Eu fiquei sem vontade… –Disse ainda cabisbaixo. 

–Certo, mas vá logo. 

Eu deixei a sala de aula e fui para o banheiro, apressando meus passos. Entrando em uma das cabines do local, retiro o celular do meu bolso e enviei a mensagem para o Alex dizendo que fui chamado. Nós rapidamente começamos uma ligação. 

—Você sabe o que fazer agora! – Afirmou o Álex do outro lado da linha

—Confio em você, baixinho. – Kael me incentivou com um sorriso de canto

Guardo o celular no meu bolso e volto para a porta da classe onde estava antes, a diretora já começou a andar. 

Seguindo o caminho até o elevador, noto ela pegando um controle retangular com apenas um botão vermelho no meio, ela aperta assim que entramos. 

Depois de alguns segundos, o elevador finalmente para. E o que eu vejo à minha frente é exatamente igual ao que o Álex mencionou antes. 

A diretora pega minha mão agressivamente e começa mais uma vez a caminhar até uma sala que está no fundo do corredor. Eu solto sua mão porém continuo andando, a obedecendo. 

Ela me encara com sua visão periférica e meu corpo começa a suar. 

Chegando na porta final, ela diz. 

–Não se assuste. 

Ela abre a porta, então eu vejo uma continuidade de incubadoras com uma diversidade de alunos, estudantes e até mesmo professores nela. A sala é gigante, há câmeras por todo o teto e as paredes e chão são extremamente brancas. As únicas coisas que existem aqui são os experimentos nos alunos, computadores demasiadamente avançados em tecnologia e alguns funcionários. 

A diretora pega minha mão novamente, me direcionando a uma das incubadoras. 

É aqui que eu lembro o que eu precisava fazer desde o início. Tudo o que o Alex disse era real, e agora ele estava contando comigo para concluir o plano e salvar essa escola. 

Mais uma vez, eu tiro as mãos da diretora de mim e disparo – com toda a agilidade que eu tenho – para a parede que está do lado da porta. 

Ela fica surpresa, pois eu não optei em fugir. Ao invés disso, eu peguei meu celular e abri a câmera da tela de bloqueio dele, gravando 5 segundos do que eu vejo na sala, isso é mais que suficiente. 

–Você faz parte do grupinho daquele baixinho, não é?! – Ela está cheia de fúria e ordena que todos que estavam ali avancem até mim. Então, de repente, o Kael finalmente coloca sua cara no plano. 

Todos vocês que estão ouvindo isso, não ousem machucar esse moleque! Essa chamada está sendo gravada e tudo que foi ouvido desde o momento em que esse garoto entrou na sala foi registrado! 

Apenas aguardem, mais uma vez, não ousem encostar um dedo nele! 

O grupo que estava pronto para me atacar enfim para, se perguntando do que acabou de acontecer. 

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Eitaaa, será que os dois vão conseguir entrar na escola?

O Andar OcultoOnde histórias criam vida. Descubra agora