Epílogo

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Acordei após um sonho que parecia absurdo. Nele, Eduardo me agarrava pelo braço e me levava para um ambiente onde somente nós existíamos. O anfiteatro da escola.

Depois de me pedir em dança, o quarterback parecia ter muito o que dizer. Porém, a troca de olhares enquanto tomávamos a pista de dança foi muito mais significativa. E pouco foi necessário para que após sua declaração a escola inteira ficasse confusa e curiosa sobre o que tudo isso pudesse significar. Posteriormente, quando adentramos o anfiteatro, tudo o que fizemos foi nos beijar. Ainda balançados por tudo o que tinha acabado de acontecer, um êxtase parecia nos tomar por inteiro. Minha respiração ofegante se sincronizava com a do quarterback até que um de nós finalmente disse.

— Sinto muito por tudo ter sido dessa forma.

— Desculpe, mas você quis dizer que sente muito por finalmente estarmos juntos? – Indaguei olhando-o nos olhos.

— Não. Quis dizer que sinto muito ter sido necessário que tudo isso acontecesse para que finalmente viéssemos parar aqui.

— Mas quem poderia adivinhar, não é mesmo?

— Eu não sei o que aconteceu para que tudo mudasse, Lu. Só sei que eu tenho pensado muito em você nos últimos dias, nas últimas semanas. E meu mundo não tem sido o mesmo já há algum tempo.

— Fico feliz em saber que não estive sozinho. Por tantas vezes pensei que tudo isso não passasse de coisas da minha cabeça. Tive que lutar muito comigo mesmo para não acabar fazendo algo de errado.

Ouvindo isso, Eduardo se aproximou ainda mais de mim.

— Não existe nenhuma forma no mundo de você e eu juntos sermos errados.

Seus braços me envolveram e, quando nossos lábios se tocaram novamente, tudo ao redor pareceu desaparecer.

Ao despertar, senti a perna esquerda de Eduardo sobre a minha. Estávamos em casa, no meu quarto. Olhei para ele, e um feixe de luz cortava seu rosto bem na bochecha, começando pelo queixo e terminando em seu topete de fios loiros amarronzados. Passei a mão no cabelo dele e fiquei ali o admirando, pensando em como alguns meses atrás essa cena nem mesmo passaria pela minha cabeça. Dei um beijo em sua bochecha e me levantei para pegar um pouco da água que sempre deixo ao lado da cama. Aproveitei a oportunidade para ligar música baixa em meu computador.

Me voltei para Eduardo que tinha os olhos entreabertos e um sorriso enorme no rosto. Me aproximei buscando beijá-lo quando ele se sentou na cama facilitando nosso contato. Quando meus braços o envolveram, ficamos ali por alguns segundos. Segundos que desejei intimamente que nunca acabassem. De repente, Eduardo me segura firme e dá um salto para sairmos da cama e ficar de pé no quarto. Por um momento pensei que fossemos cair, e só depois entendi que o tônus corporal do quarterback que, já acostumado com as quedas e o amontoamento de pessoas sobre ele durante as partidas de football, jamais deixaria que isso acontecesse.

Finalmente de pés, com nossos corpos unidos um ao outro, ele dá o primeiro passo. E me conduz para mais uma de nossas várias danças juntos.

Dança ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora