A valsa erudita tocava no fundo do salão. Apenas os holofotes centrais do anfiteatro estavam ligados. Eu estava com meus sapatos pretos e bem polidos enquanto Eduardo usava apenas seu sapatênis com um blusão de touca e bermuda. Não havia ninguém na escola e a sala parecia ouvir silenciosa a valsa que vinha do rádio. Juntei meus pés e olhei bem nos olhos do quarterback. Ele parecia meio sem graça e claramente muito nervoso. Gotas de suor ameaçavam descer de sua fronte enquanto ele mordia os próprios lábios. Flexionei os joelhos lentamente como em um movimento clássico das aulas de balé para reverenciá-lo.
— Então é simples. Nas músicas agitadas você não precisa estabelecer um ritmo, basta movimentar seus pés em algumas direções enquanto seus braços e cintura parecem seguir o ritmo do som. Nesta hora ninguém repara se você dança bem ou mal.
Me aproximei dele posicionando minha mão esquerda em seu ombro enquanto minha mão direita descia à altura de sua cintura para encontrar sua mão. Levantei meu braço enquanto nossas mãos se seguravam, palma a palma. Cheguei meu corpo mais próximo ainda e, de tão nervoso, ele sequer se lembrava de respirar.
— Mas quando se trata de música lenta, aí sim você deve mostrar que é um pé de valsa bem treinado. Porém, lembre-se de respirar – sussurro em seu ouvido.
Ele solta a respiração, e nossos corpos estavam tão próximos que eu sentia a aceleração nos batimentos de seu coração.
Guiei o movimento passo a passo, de um lado para o outro. O movimento das pernas era repetitivo, para trás, junta e separa, sempre seguindo sentido horário na rotação. A melodia mostrava-se calma, propícia para uma boa conversa.
— Na hora, lembre-se também de surpreender seu par de dança.
Disse dando mais uma dica. A mão de Eduardo segurava minha cintura e, pondo em prática o que acabei de ensinar, ele me puxa ainda mais para junto de si. Nesse exato momento nossos corpos estavam colados um no outro. Não consigo reprimir um pequeno gemido. Afasto meu rosto para olhá-lo nos olhos surpreso, e ele deixa escapar um pequeno sorriso de canto de boca. Toda a claridade do palco pareceu diminuir e agora a música À la folie deixava um clima mais estimulante, romântico e até descontraído no ar. Sem aviso prévio, Eduardo se aproxima e beija meu rosto, um ato que me surpreendeu ainda mais. Não consegui me esquivar. Quando entendi o que ele estava prestes a fazer, percebi que havia algo de errado, pois eu não conseguia me mover, nem mesmo para escapar do beijo. Foi então que descobri o porquê .
Eu não queria fugir de seu beijo.
Então deixo que seus lábios se aproximem, mais e mais. Ele beijou meu queixo e então atingiu meus lábios. Lentamente nossas bocas se tocavam, enquanto ele já se adiantava e abria o zíper da minha blusa de frio. Esquivei-me de seus lábios levando meu rosto em direção ao seu pescoço. Como ele cheirava bem. Foi então que o que antes era calmo se tornou frenético. Eu me esfregava em seu pescoço e ele soltava baixos gemidos. Levantou os braços e eu tirei seu blusão. Nos deitamos no chão. Ele sobre mim. Com grande intensidade nos beijávamos e nossos corpos se atracavam um ao outro.
De repente ouvem-se aplausos, e os assentos do auditório, antes vazios, agora estavam ocupados por uma multidão que não parava de nos assistir. Enquanto uns aplaudiam, outros comentavam e alguns até gritavam elogios e xingamentos. Mas eu e Eduardo não pareciamos ligar. Continuamos nos beijando. Nossos corpos se esfregavam tanto que de repente sinto uma forte sensação de prazer, meu membro então rijo começa a pulsar...
Pulo na cama ofegante e suado. Quando olho para os lados não havia ninguém, eu estava só e com a cueca um pouco melada lá embaixo. Ah, não. Abri melhor os olhos e pude ver no despertador por cima do criado que eram quatro da madrugada. O que havia sido aquilo? Um sonho quente? Com o quarterback? Como seria possível? O choque no meio da noite fazia meu coração disparar no momento, mas estava tão tarde, ou tão cedo, que não era hora de eu me levantar, e antes que pudesse pescar outro pensamento, eu já havia adormecido de novo.
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Dança Comigo
RomanceO que acontece quando o garoto invisível tem que ensinar o capitão do time de futebol da escola a dançar? O que aconteceria se o capitão do time fosse o melhor amigo do irmão desse garoto que, embora invisível, ama a arte de todas as formas? E se po...