6. The Night I Ran To You

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Os alarmes ecoaram!

Uma sinfonia magica de urgência que reverberou pelas paredes de cada propriedade daquele pequeno condado, em que o príncipe Kim, fizera questão de firmar residência. Seokjin tinha saído cedo, precisava espairecer depois da noite que tiveram e da vulnerabilidade que expusera. Então, ajudou Jungkook a chegar aos próprios aposentos e depois de deixá-lo confortável, decidiu que visitar os arrendatários lhe parecia uma ideia excelente. No entanto, enquanto corria para o casarão, o príncipe sentiu o peso do medo e da responsabilidade pressionar os seus ombros.

Jungkook tinha ficado em casa e estava desprotegido. Ele era um príncipe e era forte, mas também, era um lobo cuja força era superada apenas pela vulnerabilidade de sua parte mortal. Quando entrou, o viu correndo em sua direção e o Kim apenas o abraçou forte.

A cada passo apressado em direção à segurança da cripta, Seokjin sentia o coração de Jungkook pulsar contra o seu, um tambor frenético de medo e confiança. O híbrido não precisava de armas; mas precisava conduzir Jungkook para um local seguro, que era a cripta. 

As criptas, eram formadas por um labirinto de pedras sob o salão de conferências, eram estreitas, forçando uma proximidade que fazia Jungkook se perder no calor que emanava de Seokjin, um calor que desafiava a frieza de sua natureza vampírica.

As estátuas e lápides da antecâmara eram como fantasmas de pedra que Jungkook optou por ignorar, mas o arrepio que percorreu sua pele era um lembrete inquietante de sua mortalidade. Seokjin, percebendo o desconforto silencioso de Jungkook, carregou-o para uma saleta isolada, um santuário temporário com um banco de pedra e um divã solitário. Seokjin o amparou, até ajudá-lo a chegar ao banco na sala tomada pela semipenumbra do subsolo.

— Você está bem, alteza? — A voz do Kim, polida como o mármore ao redor, carregava uma nova cadência, uma preocupação que tocava Jungkook mais profundamente do que ele esperava. — Precisa de algo?

Jungkook, cuja resposta foi interrompida pelo caos do lado de fora, sentiu a tensão se enroscar em seu estômago, deixando os seus músculos ainda mais tensos.

— As pessoas ficarão bem, não é? — Ele sussurrou, pressionando as pálpebras fechadas, enquanto tentava ouvir o máximo que conseguia, da barulheira do lado de fora.

— Claro que sim. A guarda é muito bem treinada e sabe quais são os protocolos. — Seokjin assegurou ao mais novo, que parecia trêmulo em seus braços. Não poderia contar-lhe que aquele alarme fora ideia de Hoseok para possíveis ataques às pedras angulares. Não até ter certeza.

— Protocolos para proteger-me, pelo fato de eu não ser imortal. — Não fora uma pergunta, e Seokjin não gostou da emoção que viu nos olhos que tanto gostava de admirar e que o fez sentir uma pontada de algo indefinível. Era a primeira vez que Jungkook usava sua humanidade não como um traço, mas como um defeito.

— Não. Porque você é o príncipe de toda uma nação sobrenatural. Não só em Lúmen, mas também em Alicante. — Seokjin sussurrou, segurando o queixo de Jungkook com uma ternura que contrastava com a frieza de sua pele. — E porque você é importante demais para ficar desprotegido.

Os olhares se encontraram, e nos olhos do homem a sua frente, Seokjin viu o reflexo de suas próprias emoções turbulentas. O entorno já não importava..., o barulho já não era tão incômodo, pois, ele o tinha.

— Alteza... — Jungkook sussurrou, e sua voz era tão baixa e tão arrastada, que Seokjin sentiu algo esquisito no estômago. Perguntou-se se era àquilo a que se referiam os romancistas, quando proclamavam a sensação física dos sentimentos de antecipação... As famigeradas borboletas no estômago.

Moonchild |Jinkook| [ABO + Vampiro]Onde histórias criam vida. Descubra agora