Capítulo 10

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Barry pov:

Acompanhei toda a luta junto com Caitilin pelos microfones e pelas câmeras, após a Snow conseguir invadir o sistema de segurança de um dos prédios perto da confusão.

Cisco demorou um pouco, mas conseguiu deter o meta. Uma brecha foi aberta e de lá saiu o Ramon, ofegante.

-Deixei ele com a polícia.-O porto riquense se explica, sem ar.

-Está tudo bem?-Eu pergunto, ficando de pé.

Sinto a mão de Caitilin tentando agarrar meu braço para me puxar para sentar novamente, mas ignoro e dou passos rápidos em direção ao Ramon.

-Tô.-O homem assente.-Só cansado. Difícil fazer isso sem minha compainha.-Ele me olha e sorri um pouco.

Eu sinto um sorriso se espalhar pelo meu rosto, mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa, fui interrompido pela mulher.

-Que inclinação é essa que vocês tem para se machucar, hein?-Caitilin disse, agarrando o pulso de Cisco e o puxando para a ala médica.

Só então percebi um corte na bochecha de Cisco.

-Aí...Isso não tá doendo?-Eu pergunto e os sigo.

-Não tanto quanto suas costelas estão doendo.-Ele aponta enquanto é sentado na maca por Caitilin.

A Snow olha para mim por cima do ombro com um olhar mortal.

-Inclusive, sente-se. Você não esta totalmente curado.

Eu reviro os olhos mas me sento do lado de Cisco, sentindo um carinho especial por Caitilin, sabendo que ela se importa comigo.

A Snow começa a limpar o corte do Ramon, e eu noto a careta que forma-se em sua face, então agarro sua mão para lhe dar conforto.

Cisco parece um pouco tenso enquanto seguro sua mão, mas eu julgo que é por causa do álcool que Caitilin está passando por sua bochecha com um algodão. E aquele rubor no rosto dele? Não, certamente é coisa da minha cabeça. Talvez seja por causa da luta com o meta criminoso.

Quando por fim Caitilin coloca o curativo na bochecha do moreno, eu solto sua mão e seus ombros relaxam visivelmente. Me pergunto o por quê ele estava tão tenso, mas atribuo isso às ministrações da Snow.

-Obrigado, Cait.-O moreno agradece, se levantando.

A mulher apenas sorri docemente e Cisco devolve o sorriso. Após dizer algo sobre se limpar, o porto riquense desaparece pela porta, o que só deixa eu e Caitilin na ala médica.

Depois de receber um só olhar mortal, eu me deito na cama.

-Eu juro que não tá doendo mais.-Eu protesto.

-Fica quieto.-Caitilin responde, levantando um pouco da minha blusa pra analisar minhas costelas.

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Já era de tarde e eu estava entediado. Consegui convencer Caitilin a me deixar mudar de ambiente, reclamando que estava muito só na ala médica. Estou sentado em uma das cadeiras, reclinado o encosto um pouco para trás enquanto descanso minhas pernas em cima de uma das mesas, minha cabeça pendendo para trás da borda da cadeira enquanto observo os dois. A tipoia no meu braço já se foi, estando totalmente curado agora. Porém, a dor nas costelas continua, menos intensa, mas continua. Tudo o que eu queria era estar trabalhando agora, pois odeio ficar parado a observar os outros tão concentrados. Até fui obrigado a almoçar aqui!

-Vem cá...Vocês não tem trabalho não?-Eu murmurro depois de um tempo, olhando ambos lado a lado, focados em seus computadores e em suas tarefas em mãos.

Os dois riram e olharam para mim.

-Óbvio que temos, Barry. Como iríamos nos sustentar?-Caitilin arqueia uma sobrancelha em minha direção com um sorrisinho.

Eu dou de ombros, um pouco envergonhado.

-Eu nunca vi vocês trabalharem, é só uma dúvida...-Eu respondo, endireitando a posição da minha cabeça.

-Eu trabalho pro CCPD, assim como você. Porém, sou eu que desenvolvo todas as novas tecnologias que vocês estão experimentando.-Cisco responde.-Então não preciso aparecer no prédio todos os dias, apenas quando preciso apresentar uma bugiganga nova. Alego que preciso do meu próprio laboratório e quando não estamos lidando com metas, eu trabalho. Como estou fazendo agora.

-E eu trabalho nos Laboratórios Mercury. Posso trabalhar a distância porque sou da área da pesquisa. Sigo o mesmo padrão que Cisco, também estou trabalhando agora. Apareço no laboratório apenas quando há necessidade da minha presença, reunião de equipe, para apresentar uma nova descoberta e coisas assim.-A Snow me explica.

-Oh, certo...-Assinto, minha cabeça voltando a pender para fora da borda da cadeira.-Então...Isso é interessante...-Eu começo.

-Você não está trabalhando, Barry.-A mulher logo responde, voltando a se concentrar em seu trabalho enquanto Cisco ri.

Eu resmungo e protesto.

-Qual é Cait...É só uma ajuda! Só no computador! Eu nem vou me exercitar! E olha, meu braço já está melhor! Em algumas horas, minhas costelas vão até parar de doer. Por favor!-Eu imploro e tudo que recebo em troca é um daqueles olhares que ameaça até minha alma. Decido ficar calado para o meu próprio bem.

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Algumas horas se passam, Joe vem e vai. E não há sinal de Harry. Iris também não apareceu, e eu sou eternamente grato a Joe por isso.

Ficamos no laboratório até não muito tarde, já que parecia ser um dia tranquilo, uma vez que o único meta criminoso enfrentado no dia foi o de manhã. O corte na bochecha de Cisco inclusive já tinha ido embora. Meta cura, eu julgo.

Tanto o Ramon quanto a Snow insistiram em me levar para casa, mesmo que eu já estivesse 100% curado, já que minhas costelas não doíam mais. Obviamente fui estritamente negado e Caitilin me dirigiu até meu loft com Cisco no banco de trás.

Uma oportunidade de segundo encontro apareceu em minha cabeça, sendo o último tento sido totalmente um fracasso. Perguntei se eles não queriam entrar para jantar uma vez que Caitilin estacionou na frente do meu prédio. Eles negaram com educação, e eu deduzi que eles não entenderam minha dica.

Me despedi de ambos e desci do carro, indo direto para meu apartamento. Eu estava com muita energia acumulada por não ter feito nada o dia inteiro. Organizei algumas coisas que estavam fora do lugar em alta velocidade e depois tomei meu banho. Já que eu vivo sozinho mesmo, decidi colocar alguma música enquanto eu cozinho, apenas de blusa, cueca e meias.

Comi meu jantar que eu mesmo preparei e posso dizer que me superei dessa vez. Depois de lavar todas as louças e fazer minha higiene, cai na cama. O sono não me vinha, mas tentei dormir.

Enquanto tentava ir para a terra dos sonhos, meus pensamentos divagaram pelos ocorridos do dia. Como as mãos de Caitilin tocaram minhas costelas, minha mão na mão de Cisco, a mão de ambos nos meus braços ou ombros para me impedir de andar ou para me sustentar...Enquanto pensava em minha paixonite, o sono me atingiu e posso dizer que tive um sonho bem satisfatório com meus até então amigos.



Continua...

One Love,Three HeartsOnde histórias criam vida. Descubra agora