Capítulo 𝐈𝐈 : Flames of revenge

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- Como você tem a ousadia de aparecer aqui, depois de tudo que causou? - minha voz saiu trêmula, mas carregada de uma fúria que me consumia. As palavras saíram como um grito estrangulado e eu me levantei, lutando para manter a estabilidade. Minhas pernas tremiam sob o peso do medo e da exaustão, quase cedendo a qualquer momento.

Eros deu um passo à frente, seu sorriso cruel se alargava como um predador que encontrou sua presa.

- Eu ainda não terminei o que comecei com a família real, princesa Espher. - Ele ergueu a espada, a lâmina ensanguentada gotejando gotas escuras no chão. O brilho frio dos seus olhos refletia a carnificina que ele havia espalhado, um ódio destilado que queimava nas profundezas de sua alma. Era uma frieza glacial, como se seu coração estivesse sepultado nas sombras mais abissais, uma escuridão que parecia consumir tudo ao seu redor.

- Você acha que pode destruir meu reino com tanta facilidade? - Minha voz tremia, mas eu me esforçava para manter uma postura desafiadora. - Pode ter matado meus pais e arrasado meu povo, mas não sairá impune. Eu prometo que pagará por cada gota de sangue que derramou.

Eros soltou uma risada seca, carregada de desprezo.

- Ah, Espher, tenho pena de você. Tudo que você conhece e ama foi destruído, e agora está sozinha no meio dos escombros. - Ele passou a mão pelos cabelos loiros, o sorriso malicioso expondo dentes amarelados e manchados. - Você está com medo de se juntar a sua família, não está? Será rápido e indolor, eu juro.

Seus olhos vagaram para a fileira de estacas onde jazia a cabeça de meus pais e minha irmã. Prendi a respiração, apertando as mãos em punho.

- Eu não quero sua pena - Minha voz se firmou, com um toque de desdém, mesmo que o medo tentasse me minar. - Não tenho medo do monstro que você se tornou. Acha que pode sair dessa como se nada tivesse acontecido? Está enganado. Isso termina aqui e agora.

Minhas palavras foram um desafio, mas, enquanto falava, meus olhos se moviam freneticamente pela sala, buscando desesperadamente por Eiran. Quando nossos olhares se cruzaram, eu fiz um sinal quase imperceptível com a cabeça, uma súplica silenciosa por ajuda.

Eiran captou a mensagem instantaneamente. Com uma determinação feroz, ele se abaixou e agarrou uma espada que repousava ao lado do corpo de um dos nossos soldados caídos. Em um movimento ágil e preciso, ele lançou a arma em minha direção. O metal frio cortou o ar antes de eu o pegar com as duas mãos estendidas. O impacto do metal contra minhas palmas foi um alívio de peso e rigidez, ancorando-me de volta à realidade cruel daquele momento.

Minhas mãos tremiam, e o medo rastejava por dentro de mim como uma sombra fria e persistente. Sabia que não podia deixar Eros perceber essa fraqueza. Não poderia permitir que ele visse qualquer sinal de insegurança ou hesitação.

- Me mostre, Espher, - Eros desafiou, sua voz carregada de desprezo e malícia. - Prove o quanto você teme a mim. Com essa espada, você não será capaz de sequer me arranhar. Acha que pode me matar? Você é apenas uma menina que não sabe sobre a vida.

Sua voz estava impregnada de um escárnio cruel, e ele levantou um canto da boca em um sorriso desdenhoso. O olhar em seus olhos era um mar de desdém gelado, como se estivesse esperando que eu falhasse.

- Espera pra ver. - Minha voz estava firme, carregada com a certeza de que este confronto seria o último. Se eu morresse, Eros iria comigo - Meu rosto será a última coisa que você verá!

Com a espada firme em minhas mãos, avancei lentamente em direção a Eros. Cada passo parecia um desafio, pois a insegurança tentava dominar meu coração. O medo profundo se enraizou em mim, mas desistir não era uma opção. De repente, Eros arremessou sua espada para longe. O gesto, inesperado e enigmático, me deixou momentaneamente perplexa. Pensei que talvez fosse minha chance de derrotá-lo.

Reino Rival | O DespertarOnde histórias criam vida. Descubra agora