Capítulo 𝐈 : Awaken in the darkness

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- Espher, acorde! Precisamos ir! - ouço alguém me chamar enquanto bruscamente arranca meu cobertor

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- Espher, acorde! Precisamos ir! - ouço alguém me chamar enquanto bruscamente arranca meu cobertor. Sua voz parecia familiar.

- Hum... Eiran, é você? - pergunto confusa, sentando-me na cama, ainda grogue devido ao sono. - O que houve? Por que está assim?

Entro em estado de alerta ao perceber seu rosto suado e os olhos injetados. Seus cabelos ruivos e ondulados estavam uma bagunça. Sua respiração rápida e entrecortada denunciava o pânico que sentia, como se estivesse fugindo de um pesadelo real. Por que ele estava tão desesperado?

Anos atrás, o pai de Eiran faleceu devido a uma hemorragia interna súbita. Infelizmente, a partida foi tão repentina que o rapaz nem teve a chance de se despedir, e acabou ficando órfão, pois sua amada mãe também havia falecido quando ele veio ao mundo.

Dessa maneira, pedi ao meu pai, o rei Jasver, que permitisse que ele vivesse conosco, uma vez que eu não tinha outras crianças para brincar, sendo na época a única princesa de Havengart. No começo, o rei não se agradou da ideia, mas, depois de longas conversas, acabou cedendo. Desde então, nos tornamos melhores amigos.

- Estamos sob ataque inimigo, de alguma forma, Eros conseguiu recrutar alguns seres místicos poderosos, e agora é capaz de se defender de nossos ataques! - disse Eiran ofegante, tentando acalmar sua respiração e se esforçando para explicar.

- Eros? Esse infeliz não nos dá trégua desde que dominou essa magia obscura! - exclamei, levantando-me e caminhando em direção às janelas. Contornei a mesa de escritório, próxima a um cavalete com um grande quadro contendo uma pintura inacabada, e afastei as cortinas, banhando o quarto com a iluminação das chamas.

Lá fora, o lugar estava um caos, chamas e fumaça envolviam as altas e imponentes torres do castelo. As tochas que antes iluminavam o jardim com um brilho pacífico agora ardiam descontroladamente, alimentando o incêndio que consumia a vegetação. Nos jardins, os guardas reais em suas armaduras negras brandiam suas espadas e escudos, lutando com todas as suas forças para afastar as hordas inimigas. O som de metal contra metal preenchia o ar, criando uma sinfonia infernal de guerra.

Entre os invasores, trolls enormes avançavam com passos pesados, suas clavas esmagavam tudo em seu caminho. Seus rugidos ecoavam pelo pátio, misturando-se aos gritos de dor e comando dos soldados. Humanos leais a Eros, armados até os dentes, lutavam ao lado dos trolls, suas espadas reluziam à luz do fogo. Centauros velozes galopavam entre os combatentes, disparando flechas certeiras que encontravam seus alvos com precisão letal.

Acima de tudo, grifos majestosos voavam em círculos, seus gritos estridentes ressoavam pelo campo de batalha. Montados em suas costas, guerreiros atiravam lanças e derrubavam os guardas das muralhas, espalhando o pânico entre as fileiras defensivas. A visão dos grifos mergulhando do céu para atacar era aterrorizante, suas garras afiadas rasgavam armaduras e carne com igual facilidade.

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