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TAYLOR MAX

— E como a Laura tá? — Guras perguntou.

— Bem melhor — Respondo, ajeitando minha camisa do Fluxo.

Hoje é dia de gravação na minha agenda, não tenho obrigação de gravar todo dia, mas uma vez ou outra é necessário.

— Ela vai trabalhar hoje? — Agora Rajah que perguntou.

Dou de ombros, não sabendo a resposta.

— Acho que sim.

Guras saiu da sala indo pra cozinha, junto de Alê, deixando Rajah e eu sozinhos na sala. Claro que isso foi de propósito, mas finjo não notar.

— Vai continuar agindo assim comigo? — Deixou o celular de canto, me encarando.

Rajah tem essa mania de ficar encarando enquanto conversa, seu olhar é penetrante e, as vezes, desconfortável. Eu, particularmente, não gosto disso nela.

— Tô agindo normal, pô — Continuou mexendo no celular. Ela bufou, impaciente.

— Não, não tá. Você tá estranho e distante. Pensei a gente ia continuar de boa.

Guardo o celular no bolso, ainda sem ter contato visual com a mesma, mesmo sentindo seu olhar me perfurar.

— Também pensei. Até a festa tava de boa, mas você conseguiu estragar tudo. Nossa amizade, pô — Olho pra ela, um pouco aborrecido. — Só tô chateado, não tenho esse direito?

Ela levantou a sobrancelha, surpresa.

— Tem. — Respondeu, baixo. — Só queria concertar tudo e recomeçar, não sei — Cruzou os braços, com semblante triste.

— Não vamos recomeçar, não tem nada pra recomeçar. Só me deixa ou me esquece, ajudaria muito — Levanto, seguindo em direção do quintal.

Heloísa me deixou puto – com a nossa conversa na festa. Fiquei puto mesmo. Fiquei tão irritado que falei sem pensar com ela e a fiz chorar. No dia nem me importei, queria que ela fosse pro caralho, pra falar a verdade.

Pensei em pedir desculpas pra ela, porém não adiantaria muito. Eu queria que ela pedisse desculpas primeiro ou sei lá, falasse qualquer outra coisa. Menos isso de "vamos tentar de novo", é cansativo. Agora nossas conversas são só isso, ela pedindo e eu negando. Poucas são as vezes que ela pede sóbria, como essa.

Estou de saco cheio disso tudo. Preciso deixar Rajah e seguir enfrente e ela também.

No momento, quero que ela vá pra merda de novo.

LAURA BITTENCOURT

— Nossa, hein. Que clima pesado é esse? — Tiro meu casaco, deixando no braço do sofá.

Todos estão no sofá, todos não, Taylor é o único que tá no quintal.

— Pensei que você não viria — Helo disse, meio tristonha.

— O narigudo teve o prazer de me buscar em casa, já sofrendo na mão desse chefe — Sento ao lado dela.

— Já vou descontar no salário — Diz.

               𝑌𝑜𝑢 𝐸𝑦𝑒𝑠 - 𝐓𝐀𝐘𝐋𝐎𝐑 𝐌𝐀𝐗Onde histórias criam vida. Descubra agora