Alguns dias haviam se passado desde que tudo aquilo aconteceu. Imagina que no mesmo dia você é aceito para uma pesquisa que pode mudar sua carreira justamente para um lugar no qual você jurou não pisar mais. Um lugar esse que te causou uma crise de sentimentos misturados.
E para completar neste mesmo dia alguém no qual você tinha sentimentos parece não estar tão morto assim. E para piorar a irmã dele não gosta de você. Não é como se eu não tivesse passado por uma situação onde uma irmã me odeia. Será que é algo entre as mulheres Donfort? Algum gene recessivo que façam elas odiarem à mim, especificamente. Mas o que poderia ser? Percebo que o único que sabia de mim o suficiente para me odiar, e não me odiava era Alan.
Apesar de ter desfrutado um tempo da amizade daquele grupo, eles sabiam menos de mim do que de Jake. Eles só sabiam que eu era inglesa, e que eu era o número que foi deixado por Hannah antes de desaparecer.
Eles não sabiam que eu era a porra de uma estudante em tempo integral, não sabiam que eu passava as madrugadas estudando cérebros e desvendando crimes. Quando eu pensei naquilo, que eu poderia ser descartável a ponto deles não saberem minhas informações básicas e isso tornaria mais fácil para desapegar, quando Hannah fosse encontrada, me consumiu de raiva.
E tudo o que o “menino Hacker”, como diria Dan, sabia sobre mim, ele com certeza não me perguntou. Fato que nunca comentei, mas durante aqueles meses meu perfil de estudante na universidade teve mais acessos do que o normal, e não, não era pelo fato de ter me destacado nas aulas por minha vestimenta preta de todos os dias. Ou meus coturnos exagerados e meu olho esfumado profundo.
A questão era, minha viagem seria hoje, minhas malas já estavam prontas, eu já havia conversado com todos os meus amigos de classe, meus professores, todos do corpo docente que precisavam me ajudar nesta nova jornada. Tudo estava nos eixos. Confesso que evitei pensar em Duskwood, Jessy, Hannah. Eu disse que tentei evitar, mas não consegui parar de pensar em Jake. Parece que tudo isso me fez imaginar onde ele estaria. No entanto eu não estava tão feliz, então resolvi mandar mensagem para que alguém ficasse feliz com isso, já que quando contei ao meu pai ele quis desmaiar.
"Vai deixar seu velho aqui desamparado?" Ainda consigo visualizar seu choramingo.
Eu amava muito meu pai. Quando decidi sair de Londres ele fez questão de conseguir uma transferência para um dos postos de polícia em Cambridge, acho que não poderia pedir por mais amor do que isso.
Na biblioteca do campus eu ria pensando nisso enquanto me preparava para mandar uma mensagem. Meus dedos tremiam e eu sabia que no momento em que eu dissesse aquilo, não teria mais volta. Os pés embaixo da mesa, trêmulos e sem firmeza alguma, entregavam meu desespero. Até que tomei coragem para dedilhar algumas coisas.
E fico nessa guerra de escrever e apagar, mas logo sou surpreendida por ele mandando mensagem primeiro.
💬 Emilly? Que comportamento é esse?
💬 Bom dia Sr. Bloomgate.
💬 Ok, parece que o assunto vai ser sério
Mas antes que eu toque no assunto, algo vem à minha mente primeiro.
💬 Porque você não me fala sobre os meus amigos de Duskwood?
💬Como assim?
💬 Porque você nunca me deu qualquer notícia deles?
💬 Como assim? Você não tem falado com eles?
💬 Merda... É eu não tenho falado, mas a situação não é essa
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Nosso Depois - Duskwood
Romance"Todos esses pequenos momentos em que Você disse que eu era a sua garota Você me fez sentir Como se eu fosse o seu mundo inteiro Eu esperarei por você, meu bem Isso é tudo que eu faço, meu bem Não vem, meu bem Você nunca vem" E agora o que esperar d...