Capítulo 5

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Jimin

Enquanto estava no carro com meu irmão e a Mad, indo tomar o sorvete preferido da minha sobrinha, eu pensava na conversa com JungKook de mais cedo. 

A resposta que dei a ele não era totalmente verdade. 

Sim, estávamos bêbados, mas o momento em que ele me beijou, porra, eu quis, quis mesmo, tudo com ele. 

Nem lembrava mais do nosso embate inicial, só queria as mãos daquele homem em mim. 

Tinha dançado e bebido na boate que fui, mas ninguém me despertou interesse e voltei na seca para casa.

Achei de verdade que transaríamos, mas tudo desandou e deu no que deu. 

Mas a verdade nua e crua, foi que pensei muito naquele dia e já me masturbei só com as lembranças. 

Tive muita raiva dele inicialmente, mas com o passar das semanas, admirando seu trabalho em campo, vendo de perto o profissional exemplar que ele era e o quanto ficava gato de uniforme, essa raiva foi se esvaindo e apenas resolvi mesmo deixar o fatídico dia para trás. 

Porém, eu não esquecia o toque e com isso vieram dúvidas: será que ele era homofóbico mesmo? 

As atitudes dele com meu irmão e Taehyung não mudaram, por isso mesmo que também nem comentei nada com ninguém sobre o lance em seu quarto. 

Será que ele apenas tinha curiosidade? 

Era bi e não se entendia? 

Afinal nem sabia o que era ser pansexual. 

Ou pior, era gay e não se aceitava? 

Achava errado e se condenava? 

Eram tantas dúvidas sobre o homem de cara fechada, que sempre que abria a boca e eu ouvia aquela voz grossa, tudo dentro de mim se agitava. 

JungKook era um mistério ambulante e isso era sexy pra caralho.

Era nessas horas que eu me forçava a lembrar do fora que ele me deu e tentava fazer a raiva voltar, mas ela já tinha esfriado. 

Só me restou admirá-lo em silêncio, observar sua mania metódica de limpar suas armas, o carinho com que as tocava, para que quando estivesse com elas em punho, ser o verdadeiro demônio. 

A forma como comia pouco e educadamente. 

O sorriso de lado que aparecia mais com meu irmão, um sorriso sexy, sem mostrar os dentes. 

Ele amava Bourbon e fumar e fazia isso a qualquer hora do dia. 

Gostava de massas e fast food e dormia cedo, pelo menos ia para o quarto cedo, se dormia era outra coisa. 

Observei muitos detalhes, mas agi como eu mesmo disse que agiria, só nos falávamos profissionalmente.

— Tio, olha pra mim. — Mad tocou meu rosto e eu saí dos meus pensamentos.

— Ele se distraiu, né, filha?

— Desculpa, gente. Estava só pensando.

— Posso saber em quê? — Meu irmão perguntou me olhando pelo retrovisor. 

— Nada de importante. — Disfarcei.

A sorveteria bombava como sempre. 

Estava um dia bonito e começava a esquentar mais. 

Embora Mad nem se importava se estava frio ou calor, ela amava sorvete em qualquer estação. 

Logo minha sobrinha estava com um sorvete imenso de chocolate e eu comprava um pra mim também. 

Special Squad - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora