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Raniele/ SP

O sol começava a despontar no horizonte quando finalmente levantei da cama. A noite anterior na balada, os sentimentos conflitantes sobre Aurora e a bebida me deixaram exausto e com uma leve ressaca. Suspirei pesadamente, sabendo que precisava ir ao Centro de Treinamento e tentar focar no trabalho.

Após uma ducha rápida e um café leve, peguei minhas coisas e sai de casa. O trajeto até o CT parecia mais longo do que o habitual, aproveitei o tempo pra refletir sobre a discussão com Aurora e como poderia consertar as coisas.

Chegando ao CT, encontrei meus colegas já prontos 'pra iniciar o treino. Caetano, sempre perceptivo, foi o primeiro a notar o meu estado abatido.

— E aí, cara. Como você está? — Caetano perguntou com um tom preocupado.

— Já estive melhor, mas vou sobreviver. — Dei de ombros tentando esboçar um sorriso.

Os jogadores começaram a se juntar e a rotina diária de aquecimento e exercícios teve início. Tentei me concentrar nas instruções do Antonio, mas minha mente frequentemente vagava para Aurora. Cada vez que isso acontecia, me forçava a voltar à realidade, intensificando meus esforços no treino.

Durante uma pausa 'pra hidratação, sentei no banco, passando a mão pelo rosto suado. Meus companheiros se aproximaram, formando um círculo ao meu redor.

— Então, 'tá assim por causa de mulher? — Wesley perguntou brincando, mais ainda sim sério.

— Não consigo tira ela da cabeça. — Suspirei confirmando com um aceno de cabeça.

— Olha cara, você tem que decidir o que quer. Se a cantora é importante 'pra você, precisa tentar consertar as coisas. — Caetano colocou a mão no meu ombro.

— Eu sei, é só que... É complicado. — Assenti apreciando o conselho.

Tonhão assoviou, chamando todos ao campo 'pra continuar o treino. Levantei decidido a dar o meu melhor, apesar da turbulência emocional.

[...]

A manhã passou rapidamente, e o esforço físico ajudou a clarear um pouco minha mente. Quando o treino finalmente terminou, eu já me sentia um pouco mais aliviado, mesmo que a dor de estar longe de Aurora ainda persistisse.

— Ei, quer sair 'pra almoçar? conversar um pouco. — Enquanto estava no vestiário, trocando de roupa, Caetano se aproximou novamente.

— Claro, valeu irmão. — Pensei por um momento e depois aceitei o convite.

Antes que pudéssemos sair, Antônio Oliveira entrou no vestiário. Ele tinha um olhar sério, mas preocupado.

— Raniele, posso falar com você por um minuto? — Tonhão perguntou com sotaque, gesticulando para que eu o seguisse até a sala de descanso.

Olhei para Caetano, que assentiu, indicando que esperaria. Segui Antônio até a sala e sentei na poltrona em frente ao técnico.

— Raniele, você sabe que sempre digo que a vida pessoal não interfere no desempenho profissional. Nem sempre isso é fácil. — Antônio me observou por alguns segundos antes de falar.

— Eu sei, professor. Estou tentando, mas está difícil. — Suspirei sentindo o peso das palavras do técnico.

— Você está passando por um momento difícil. Não estou aqui 'pra julgar, mas te ajudar. Quer um tempo 'pra resolver as resolver as coisas, fale comigo. Você tem que está bem, dentro e fora de campo. — Antônio assentiu.

— Eu aprecio isso, Estou tentando encontrar uma maneira de lidar com tudo. — Fico surpreso com a compreensão do técnico.

— Eu sei que você vai conseguir, estamos aqui para te apoiar. — Antônio sorriu.

Melodia do Amor - 𝓡𝓪𝓷𝓲𝓮𝓵𝓮Onde histórias criam vida. Descubra agora