CAPÍTULO DOIS

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— O ESTRANHO MUNDO NOVO —


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Conheço pessoas que detestam mudar de escola. Para elas, a simples ideia de adentrar um novo ambiente, rodeado de rostos desconhecidos e expectativas incertas, é o suficiente para causar noites sem sono e uma ansiedade que corrói a alma. Confesso que nunca odiei, talvez porque não precisei passar por isso muitas vezes. Thomas, por outro lado, estava prestes a descobrir que a mudança de escola poderia ser tão desconfortável quanto usar meias molhadas em um dia frio.

Ele acordou na manhã do seu primeiro dia na nova escola com um sentimento de inquietação que não conseguia afastar. A casa antiga, com seu charme envelhecido e peculiaridades misteriosas, já era familiar, mas a perspectiva de encarar uma nova escola era um desafio totalmente diferente. Ele se arrastou para fora da cama, vestiu-se com uma lentidão deliberada, como se pudesse adiar o inevitável.

Infelizmente, não importa o quanto você atrase, o tempo tem uma maneira peculiar de continuar avançando, indiferente às suas tentativas de evitá-lo.

Mary e Vince estavam na cozinha, já imersos em sua rotina matinal. Ela olhou para o filho com um sorriso encorajador. — Pronto para o grande dia?

Thomas deu de ombros, pegando uma maçã da mesa. — Tão pronto quanto alguém pode estar para ser jogado aos lobos.

Vince riu, tentando aliviar a tensão. — Vai ser bom para você, filho. Uma nova escola, novos amigos, novas oportunidades.

O caminho até a escola foi tranquilo, com a neblina matinal envolvendo a paisagem em um véu etéreo. A escola, uma construção imponente com tijolos antigos e janelas altas, parecia surgir do nada como uma fortaleza medieval, intimidando qualquer um que ousasse aproximar-se. Thomas observou o prédio com uma mistura de curiosidade e receio. Cada tijolo parecia sussurrar histórias de alunos passados, de risos, lágrimas e segredos escondidos nos cantos mais obscuros.

Ao entrar pelo portão principal, Thomas sentiu-se imediatamente deslocado. Os corredores estavam cheios de estudantes que se moviam em uma coreografia caótica, mas bem ensaiada. Para eles, este era apenas mais um dia comum, mas para Thomas, cada rosto desconhecido era um lembrete gritante de sua própria estranheza.

Enquanto caminhava pelo corredor, tentava ignorar os olhares curiosos e os sussurros que inevitavelmente surgiam ao seu redor. Encontrou seu armário e começou a guardar suas coisas, tentando parecer o mais indiferente possível. Infelizmente, a indiferença é uma arte difícil de dominar quando você se sente como um peixe fora d'água, ou, mais apropriadamente, como um peixe tentando respirar fora do aquário.

A primeira aula foi de História, uma matéria que Thomas geralmente apreciava. A sala de aula estava cheia de estudantes que falavam entre si, suas vozes misturando-se em um zumbido constante. Ele se sentou no fundo, esperando passar despercebido. O professor entrou, um homem de meia-idade com óculos que pareciam estar perpetuamente escorregando pelo nariz.

CATIVEIRO DE ALMASOnde histórias criam vida. Descubra agora