CAPÍTULO QUATRO

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— CAFÉ, MAÇAS E ADOLESCENTES ESTRANHOS —


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A tarde já estava começando a escurecer, as sombras das árvores projetando-se contra as paredes da casa, criando um padrão de luz e sombra que dançava silenciosamente pelo chão. A cozinha era espaçosa e organizada, com azulejos claros e armários de madeira escura. O aroma suave de café ainda pairava no ar, um resquício do lanche da tarde que Mary preparara mais cedo. Vince estava remexendo nos armários, à procura de algo para comer. Ele parecia distraído, seu rosto refletindo o cansaço acumulado do dia.

Enquanto estava de costas, procurando algo em um dos armários mais altos, um ruído suave veio de trás dele. Vince se virou, franzindo o cenho, e notou que algumas coisas estavam fora do lugar. As cadeiras da mesa de jantar tinham sido empurradas de modo estranho, como se alguém tivesse passado apressadamente. Uma fruteira havia sido virada de lado, as maçãs espalhadas pelo balcão. Foi então que ele viu a figura esguia de uma adolescente vagando pela cozinha, os dedos finos deslizando pelas superfícies como se procurasse algo.

Ela parecia perdida, os cabelos desalinhados e a roupa levemente amassada, como se tivesse sido vestida apressadamente. Seus olhos eram grandes, fixando-se nos objetos ao seu redor com uma curiosidade quase infantil. De repente, ela começou a rir. Uma risada leve, mas carregada de um tom estranhamente desconexo, como se estivesse em um mundo próprio, alheio ao que a rodeava. Vince arregalou os olhos, surpreso com a intrusão, e deu um passo à frente.

— Por que está aqui? — perguntou Vince, tentando manter a voz firme, mas não conseguindo esconder a surpresa e a irritação.

A garota virou-se para ele, ainda rindo, os olhos fixos nele como se ele fosse uma curiosidade a ser explorada. Ela não respondeu de imediato, apenas continuou a observá-lo, a risada diminuindo gradualmente até se tornar um sorriso enigmático. Vince estudou seu rosto por um momento e, então, algo se encaixou em sua mente. Essa devia ser Sonya, a menina da qual Mary havia mencionado antes, uma figura um tanto misteriosa e inquietante que tinha alguma ligação com a casa.

Minutos depois, o clima na cozinha havia mudado completamente. Mary estava ali, seus braços cruzados, observando a cena com uma expressão séria. Ava, a mãe de Sonya, estava ao lado, uma figura calma, mas com uma presença que parecia absorver toda a atenção do ambiente. Vince se sentia desconfortável, ainda agitado pela cena anterior, e sua voz saiu mais dura do que pretendia.

— Quero que fique longe da nossa casa, entendeu? — disse Vince, sua voz ecoando na cozinha silenciosa. — Sonya, responda.

Sonya olhou para ele com uma expressão vazia, como se estivesse considerando a possibilidade de responder ou apenas ignorá-lo. — Já posso ir embora? — perguntou ela, seu tom indiferente, como se a situação fosse apenas uma pequena interrupção em seu dia.

CATIVEIRO DE ALMASOnde histórias criam vida. Descubra agora