Oiioii, chegando por aqui com mais uma história pra vocês! Espero que gostem, lembrando que se trata de algo fictício então alguns cursos que não existem na Columbia University, aqui vão existir, ok?
As fotos como imagino cada um deles, estão nos avisos, aconselho a darem uma olhada para darem rostos aos pais do Harry.
Boa leitura, votem e comentem por favor 🗽
Desde o meu primeiro dia de vida essa rivalidade já existia, não era direta do tipo eu contra ele, mas sim com nossos avós e, agora, com nossos pais. O mercado publicitário americano e, principalmente, nova iorquino estava nas mãos de dois magnatas, Alexander Styles e Mark Tomlinson, duas grandes agências que competiam entre clientes com grandes nomes e, consequentemente, contas bancárias gigantescas.
Fui ensinado que Louis era meu inimigo, como uma peça de peão em um jogo de xadrez. Sempre frequentamos as mesmas escolas, as mesmas atividades extracurriculares, aprendemos a falar francês na mesma instituição, com a mesma professora, no mesmo dia e mesmo horário. O curso da faculdade não foi uma escolha, foi uma sentença.
Não sabia como ele se sentia diante a tudo isso, mas Louis sempre foi criativo, no jardim de infância, era o líder da turma, que comandava o parquinho, ele não dava ordens, os outros os seguiram apenas por o quererem por perto, pelo seu jeito e sua espontaneidade. Com os anos se passando, a escola desenvolvia gincanas que, por ordem dos nossos pais, acredito eu, nunca ficávamos no mesmo time para, assim, aflorar nossa competitividade. E foi quando ganhei uma competição onde precisávamos criar um produto que não existia, o quão irônico isso pode soar? Recebi uma atenção, até então desconhecida.
Me lembro perfeitamente, tinha sete anos de idade e voltei com uma medalha no pescoço para casa. Martha, minha mordoma, me acompanhava como todos os dias, e por me fazer acreditar que aquilo era realmente algo positivo usando suas palavras carinhosas, não quis tirar a fita de volta do meu pescoço, me sentando na mesa de jantar com ela.
— O que é isso no seu pescoço, Harry? — Meu pai perguntou, nem se dando ao trabalho de levantar os olhos da refeição no prato.
— Ganhei em primeiro lugar no campeonato de criação, é uma medalha pelo primeiro lugar — respondi orgulhoso, levantando em meus dedos o metal de cor dourada. — Veja papai, tem até o meu nome gravado — falei animado, meus olhos brilhavam e meus cachos caiam em minha testa.
— Quem ficou em segundo? — Foi a sua pergunta, sem levantar os olhos para ver o que estava mostrando com tanto orgulho. Já estava acostumado em não receber a sua atenção, ainda não me afetava tanto na época, sempre tentando acreditar que era um homem ocupado demais para ouvir as coisas tolas que seu filho contava sobre a escola.
Hoje percebo o quanto era invisível aos olhos de Alexander, até aquele dia, até aquela noite, em que eu, feliz por uma conquista boba da escola, não quis tirar do meu pescoço o que provava que tinha ganhado algo na minha vida, com meu próprio mérito, e não por apenas ser filho de quem eu sou.
— O Tomlinson. — E então os olhos de meu pai me encararam, fixos. Pude ver através da luz baixa que ele fazia questão de manter quando jantava em casa, as suas pupilas dilatando, ele soltou os talheres, tomou um gole de vinho na taça de cristal e coçou a garganta.
— Parabéns Harry, é uma ótima notícia. Vamos comemorar essa vitória, o que acha de um relógio?
Eu era uma criança de sete anos, que estava recebendo atenção do seu pai pela primeira vez em toda a sua vida. Um relógio foi o que ele ofereceu para uma criança, guardo esse mesmo relógio até hoje em uma caixa no fundo do meu closet, um dia eu desejo pisar nele e quebrar todo o maquinário, um dia pretendo vencer tudo o que Alexander causa em mim.
Desde então, como uma criança que recebeu o mínimo de atenção de seu pai, que não entendia absolutamente nada da vida, passei a criar situações para competir com Tomlinson, na hora do intervalo, jogávamos de tudo, apostávamos corrida, eram jogos de palavras e até mesmos as notas dos nossos boletins. Eu precisava ser melhor do que ele, precisava conquistar sempre mais do que Louis, e era assim que eu conseguia momentos com meu pai.
Com o tempo esses momentos foram se perdendo, era mais trabalho, mais festas e eventos, sem contar uma amante nova todo mês. Minha mãe entrou na mesma que ele, procurava por outros homens para sanar seus desejos ou, quem sabe, encontrar algo que a preenchesse. Fingia não ver, não entendia direito, era uma inocente criança.
Ele não se interessava mais em saber das minhas disputas com Louis. O que o enchia os olhos era que eu estudasse publicidade para, então, poder trabalhar junto a ele e finalmente derrotar a família Tomlinson.
Não existem mais conversas durantes os jantares, não existia mais conversa em momento algum. Era um grande nada.
Vazio, é preocupante quando o sinto. Porque não estou mais sentindo dor, não estou reagindo a nada à minha volta, apático. Nem mesmo a notícia de que o meu cantor favorito vai lançar um novo álbum consegue fazer com que eu esboce alguma reação. Quando não sinto nada, não tenho pelo o que lutar, e é por isso que me ocupo, me coloco o tempo todo no meio de pessoas, fico rodeado delas. Não deixo de me sentir sozinho, é um estar sozinho mesmo que no meio de uma multidão, e, talvez, isso seja ainda mais triste do que se estivesse em uma praia com um chá quente na mão, enrolado em um cobertor, sentindo a brisa gelada que vem do pacífico, sem ninguém para me fazer companhia, nem mesmo alguma distração, completamente sozinho e solitário.
Entendi que receber atenção é uma coisa que me impulsiona. Visto que não recebia nenhuma dentro da minha casa, procurei fazer coisas que pessoas de fora pudessem me ver, e foi assim que, na minha adolescência, me tornei o garoto desejado por todos.
Pobres almas, desejam apenas uma carcaça bonita, uma máscara que moldei por anos para agradar, uma personalidade mantida para que eu fosse aceito, para que fosse querido, para que todos quisessem estar ao meu redor e ter a minha companhia, porque eu tinha uma ilusão, de que quando todos estivessem me olhando e acreditando no meu sorriso largo que afundam as covinhas do meu rosto, me convenceria de que era o suficiente.
De que a falta, que causou toda a dor, não seria tão gritante.
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It's up to you
FanfictionEm meio aos arranha-céus reluzentes e festas da alta sociedade de Manhattan, dois jovens herdeiros de impérios rivais em empresas de comunicação e publicidade, vivem vidas de riqueza e privilégios. Acostumados a ter tudo o que o dinheiro pode compra...