Boa leitura, votem e comentem por favor 🌸Me senti um pouco ridículo ao pedir para Louis me deixar na esquina dos nossos apartamentos, por sorte não fui questionado dos motivos, acredito que esteja bem claro para ele, pelo menos o principal deles.
Não pude deixar de observar como o brilho dos seus olhos diminuíram com o meu pedido, percebi que uma fala ficou engasgada em sua garganta, antes dele assentir e concordar. Não fui corajoso o suficiente para perguntar o que queria falar, com medo da resposta.
Escondi uma risadinha com o olhar de Gaspar ao abrir a porta, meus joelhos viraram uma gelatina conforme subia os andares para a cobertura. Toda a calmaria que esteve em meu peito durante esse passeio pelo Brooklyn ficando no térreo e a ansiedade e o medo de enfrentar as consequências dos meus atos vêm à tona.
Dizem que o medo é irracional, mas este que sinto quando sei que irei encontrar meus pais, é totalmente racional, por ter vivido inúmeras interações com eles, o suficiente para que me fizessem temê-los.
Apesar de não me arrepender de ter dito aquelas palavras e defender a minha honra, quem eu sou, não consigo não senti-lo. São muitos anos convivendo com Alexander e Celeste para saber o que me aguarda, nada agradável. Os castigos que eram me dado quando criança sempre foram punitivos e não educativos, embora hoje em dia não conseguirem me manter preso dentro de casa, o poder da influência nos meus pensamentos ainda é grande, por mais que lute constantemente para não ser afetado.
O som do elevador ao chegar no andar faz meu coração acelerar e posso sentir o suor escorrendo pelas minhas têmporas, a casa está silenciosa, e ao dar dois passos para dentro, vejo a imagem de meu pai sentado na poltrona virado para mim, com um semblante furioso.
Minha vontade é voltar para o elevador e ir embora, nem a moto de Louis me assusta mais do que a visão que estou tendo nesse momento, posso sentir a frieza vindo dele e arrepio conforme Alexander se levanta e vem até mim, em passos firmes e rápidos.
— Seu avô infelizmente morreu cedo demais para ter que lidar com a vergonha que você se tornou. — Seu hálito exala álcool, o dedo apontado para o meu rosto, me faz recuar alguns passos, até ter minhas costas na parede. — O arrependimento dele por ter te deixado todo o seu império em mãos tão incompetentes o mataria de desgosto, porque é isso que você traz para gente dia após dia, desgosto.
O jogo baixo é típico de Alexander, usar o meu avô para me atingir é certeiro, sabendo como iria me envergonhar diante dele se ainda estivesse vivo, tento me agarrar a fantasia de que meu avô sentiria orgulho do seu neto, que iria me parabenizar pelo discurso, mostrando o seu apoio.
— Eu sei que a sua capacidade de aprendizado é defasada e o seu egoísmo é o que te guia, já que pensar em mim, sua mãe ou a imagem dos nossos negócios não é tão importante quanto ficar se exibindo por ai, mas me escute pelo menos uma vez na sua vida: aja como a maioria age, se enquadre entre as pessoas que importam para que elas gostem de você. — Me sinto completamente acuado, não consigo encarar seus olhos enquanto ele destila todo o seu ódio e palavras duras. — Elas não precisam te conhecer a fundo para se decepcionarem como nós. E, o mais importante, pare de interagir com os nossos inimigos. Você parece estar buscando todas as formas de nos arrastar para a lama e isso é inaceitável. — O tom de voz é alto, fazendo com que me escore ainda mais na parede fria atrás de mim, abaixando a cabeça conforme o receio que parta para outro tipo de agressividade. — Seja minimamente decente e se enquadre a maioria, desse jeito que você é não vai chegar em lugar algum.
A última frase ecoa na minha mente em repetição, não me importo em decepcionar meus pais, já estou acostumado com isso, é claro que gostaria que fosse diferente, que a decepção não fosse por eu ser gay.
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It's up to you
FanfictionEm meio aos arranha-céus reluzentes e festas da alta sociedade de Manhattan, dois jovens herdeiros de impérios rivais em empresas de comunicação e publicidade, vivem vidas de riqueza e privilégios. Acostumados a ter tudo o que o dinheiro pode compra...