It's up to you

Eight

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Dizer que tive uma ótima noite de sono, seria a maior mentira de todos os tempos. Acordei a cada uma hora, com medo de estar invadindo o espaço de Louis, de ter mexido demais e chutado as suas pernas, o incomodado de alguma maneira, tensionei tanto os meus músculos que sinto como se tivesse sido atropelado. Revirei algumas vezes, mudando de posição, fiquei observando como seus cílios compridos tocam seu rosto, as sardinhas tímidas nas suas bochechas e nariz perfeito, seus cabelos bagunçados.

Me preocupei com o hálito matinal e se Louis me beijaria, portanto procurei escova de dentes no armário do banheiro e me surpreendi quando tinha uma fechada. Retornei para a cama e Louis estava na mesma posição, ele praticamente não se mexia quando dormia, o oposto de mim.

Mesmo assim, não trocaria essa noite por outra.

Apesar de não ter sido o primeiro encontro que fui na vida, sinto como se tivesse sido. Tão clichê como nos livros que leio, em um parque de diversões com direito a beijo na roda gigante. O grande ursinho branco de pelúcia é a prova de que não foi um sonho e que de fato nós dois nos divertimos muito juntos, rindo, roubando beijos, nos escondendo dos nossos amigos, e caminhando de mãos dadas pelas ruas.

Dentre esses intervalos de dormir e acordar, quando o sol já adentrava pelas janelas, ainda sem cortinas, despertei mais uma vez, virei com cuidado para o lado e sorri ao ver que Louis tinha colocado o travesseiro por cima do seu rosto, na tentativa de diminuir a claridade que tomou todo o quarto.

Convencido de que não conseguiria dormir mais, optei por tomar outro banho, escovando novamente os dentes, lavei meus cabelos, adorando aquele cheiro em mim, o aroma do seu sabonete, shampoo e condicionador pregado no meu corpo.

Ao sair do banheiro, percebo que a cama está vazia, com a toalha enrolada na minha cintura, toco no lençol ainda quente devido ao corpo de Louis, pego o seu travesseiro e aspiro, com receio de ser pego em flagrante, não demoro o tempo que gostaria fazendo isso.

A porta está entreaberta, caminho pelo corredor em direção a cozinha e me deparo com uma visão que facilmente me acostumaria, sabendo que não deveria colocar minhas esperanças nisso.

— Bom dia — digo um pouco sem graça, sem saber como me comportar após dormir ao lado dele. Louis está sentado na bancada da cozinha, com celular na mão, seus olhos um pouco inchados por acabar de acordar, seus cabelos bagunçados, pela primeira vez não estando impecavelmente arrumados no topete, tão bonito que poderia desejar ver essa cena mais vezes.

— Ei, eu estou pedindo nosso café da manhã, não era para ter acordado primeiro — diz e abro um sorriso enorme, minhas covinhas afundam e posso sentir meu rosto ficando vermelho — Por acaso dormiu comigo? Venha até aqui me dar bom dia.

Caminho até ele, me colocando no meio das suas pernas nuas, continua vestido apenas com a sua boxer branca. Seus braços envolvem a minha cintura, me puxando para mais perto, tocando a sua boca na minha em um selinho demorado e carinhoso.

— De fato eu dormi sim — encaro o seu rosto, dou outro beijo nele, porque era isso que ele parecia querer.

— Agora sim, bom dia — Louis sorri — posso saber porque a minha camiseta está enrolada nos seus cabelos?

— Bem... — rio — uso apenas tecido cem por cento algodão para secar os cabelos, porque não agride os fios, e convenhamos que só temos duas toalhas disponíveis.

— Vou providenciar, esse lugar é para ser confortável — começa a digitar na aba de pesquisas do seu celular — tem preferência de cor?

— Você vai comprar mais toalhas só porque falei — brinco com ele, internamente estou surtando com o gesto, vejo que está no site da minha marca favorita de toalhas de banho, que possuem os fios de algodão. — Hmm, como caiu nesse site? Foi o primeiro da sua pesquisa?