One

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Boa leitura, votem e comentem por favor 🗽


Angústia.

Estou acostumado a viver sozinho.

Adaptação.

O peito apertado e os pensamentos acelerados em minha mente, já fazem parte de quem eu sou. Não me lembro a última vez em que eu não tive nenhum desses sintomas, vivendo assim, com um incômodo enorme que preciso suportar.

Abrir os olhos, sempre me traz essas sensações, ver as cortinas dando abertura para a visão bela de Manhattan, todos os dias, sabendo o que vou enfrentar assim que colocar os meus pés para fora do quarto, é o que me faz procurar por aí algum espaço que me liberte disso.

A verdade é que, de certa forma, existe todo esse privilégio que me cerca, privilégio este baseado apenas no dinheiro e em todos os confortos e luxos que ele pode proporcionar, e se é isso que eu recebo das pessoas que moram comigo, aproveito cada centavo, no final das contas toda essa fortuna é minha, destinada pelo meu avô ao seu único neto.

O fato é que ele colocou uma regra para eu obter tudo isso em minhas mãos e dar o fora dessa casa, tenho que estar formado na faculdade para dirigir a empresa de comunicação dos Styles. Uma empresa que vem de família por anos e anos e hoje é uma das maiores de todo o continente, explorando outros para levar a publicidade, marketing, a venda de grandes marcas para o mundo a fora, vender e assim conseguir mais dinheiro.

Nosso competidor direto é nada menos do que o meu karma, os Tomlinson, que possuem a empresa concorrente, e lutam bravamente para conquistar os mesmos clientes que queremos e, com isso, a minha vida se torna uma disputa diária.

Entretanto, posso dizer com toda certeza que a minha luta constante, não se resume a uma briga de negócios e sim a convivência com as pessoas que moram comigo, essas que se denominam pais, Celeste e Alexander.

Não sou mais uma criança inocente que teve a infância entre festas, premiações e clubes, onde toda a elite nova iorquina está presente. Não sou mais uma criança que acredita que todas as palavras duras e o tratamento frio é completamente normal dentro de um círculo íntimo, dentro da sua própria casa.

Sinto falta daquela inocência que rondava em meu peito naqueles anos, quando dizem que a ignorância pode ser uma benção, concordo e assino embaixo.

O começo do ano letivo é sempre um desafio a ser enfrentado, as férias acabam junto com o verão e então o outono em Nova York é a única coisa que me traz uma certa felicidade em retornar para a ilha. Gosto de como as folhas ficam amareladas e caem das árvores, deixando o chão com uma espécie de tapete da natureza, a brisa fresca é com certeza muito melhor do que aquele calor insuportável, e é por isso que não ficamos na cidade durante o verão, escapamos para os Hamptons.

Tenho também que lidar com o fato de que verei todos os dias, sem nenhuma exceção, a pessoa que mais me irrita no mundo, Louis Tomlinson. Chega a ser cômico sermos vizinhos de prédios, vizinhos de casas de férias, vizinhos até no edifício onde as empresas são instaladas. Uma grande ironia que a vida me entrega.

Em uma cidade com mais de oito milhões de habitantes, e Manhattan com mais de um milhão, no meio em que vivo isso são apenas grandes números que não fazem diferença nenhuma, visto que nos deparamos sempre com as mesmas pessoas, as mesmas falsidades e as mesmas disputas por quem tem mais poder aquisitivo e até poder em todas as definições que essa palavra pode ter no dicionário.

O som do alarme do meu celular toca novamente e percebo que passei mais tempo enrolando na cama do que deveria, portanto, não tenho como me dar ao luxo de um banho mais demorado e acabo tomando uma ducha rápida apenas na tentativa de tirar um pouco do inchaço do meu rosto, ajeitando meus cabelos ùmidos da melhor forma que consigo.

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