4. Tarado?

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Charlotte deu uma risada maliciosa me olhando e se apoiou na parede de braços cruzados. Além da regata branca, usava uma calça de pijama estampado, daqueles flanelados e cheios de bichos ou seja lá o que for.

 Além da regata branca, usava uma calça de pijama estampado, daqueles flanelados e cheios de bichos ou seja lá o que for

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- Você não deveria ter visto isso... - comentei me ajeitando sentado na cama, acanhado com a situação. Mantive as mantas sobre meu quadril.

- Não se preocupe, somos irmãos, não é? Só acho que você estava num sonho muito bom, pelo jeito. Com quem sonhou? Com sua namorada? - perguntou com uma curiosidade medonha.

Olhei incrédulo, sendo vítima de perguntas ardilosas logo cedo.

- O quê?... Não tenho namorada... E que jeito foi esse de me acordar?!

- Ah Ben! Não seja tão tímido, é só uma brincadeira! Vai lá para sua rotina matinal. Estarei te esperando aqui mesmo, para a gente tomar nosso café da manhã. - explicou com simplicidade.

Só então notei que sobre a mesa do dormitório, havia uma espécie de banquete caprichado e colorido, repleto de frutas, bolos de diversos sabores, pedaços de tortas, sucos e pães. Quase mal cabiam na superfície de vidro. Fiquei admirado e sem reação.

- Vai logo! Estou com fome! - exclamou ela, me apressando.

- Se você fizer o favor de pegar a minha bermuda eu me levanto. Não quero me levantar assim na sua frente. - expliquei inconformado.

- Ah, claro. Onde está?

- Dentro da minha mala, só abrir o zíper.

Ela obedeceu e a trouxe. Vesti a bermuda ainda com o cobertor parcialmente em cima. Charlotte assistia a tudo com seu sorriso de canto de lábio. Eu não sabia o que pensar a respeito, minha cabeça tentava processar as informações desde ontem e o resultado era um emaranhado confuso. Ignorei minha mente e apenas me levantei, pra ir ao banheiro. Lavei o rosto e escovei os dentes.

Quando saí, ela me esperava sentada à mesa, se servindo. Fui até ela e sentei-me ao seu lado, procurando agir como se nada tivesse acontecido.

- Céus, Ben, você está parecendo um robô. Não vai se servir? Deixa que eu pego pra você. Quer comer o que primeiro? Eu que fiz tudo. - apesar das palavras, ela agia com bom humor.

- Você fez isso tudo?

- Sim, senhor! Tudo pensando em você. Experimenta essa torta primeiro. - e entregou num prato um pedaço.

Como ela bem disse, meio robótico, provei. De um segundo pro outro fui atingido pelo maior deleite que poderia me acontecer logo cedo, além do sonho e da visão daquela regata quase transparente sobre o busto dela. Era uma saborosa torta de morango, de massa macia e o recheio cremoso. Desfrutei em silêncio enquanto comia.

Depois de um tempo, me dei conta que ela me olhava, esperando alguma opinião, com uma das finas sobrancelhas erguidas.

- E então...?

Cry Little Sister || Bill Skarsgård ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora