Capítulo 2.

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— Acorda, Lee Minho! — Jogando uma almofada com força contra o rosto de seu irmão, Felix, bufou sem paciência, era a terceira vez que chamava o moreno.

Depois dessa "almofadada", Lee Know acorda atordoado. O que teria feito para ter que merecer ser acordado desta forma?

— O que é, Hein? — Olhou com afinco para o rosto do Lee mais novo, esperando uma resposta rápida, a fim de que voltasse a dormir.

— Você deve ter esquecido que trabalha! Não é mais um adolescente do ensino médio, Lino. — Disse o loirinho, sem deixar ser intimidado pelo olhar estressado do seu irmão.

Revirando os olhos, deitou de volta na cama e respirou profundamente. Quando viu a porta de seu quarto ser fechada, abriu os olhos e fitou o teto por longos minutos.

Estava cansado. Não existiam tantas expectativas para esse dia. Nunca havia.

Levantou-se num pulo, indo direto para o banheiro no intuito de fazer suas higienes pessoais. Vestiu a roupa para o dia e saiu do cômodo.

Já na sala, fez seu desjejum: Pão com manteiga, não tinha tempo para preparar algo mais elaborado, principalmente hoje. Felix  se encontrava no balcão comendo, virado com o pescoço para a TV. Seu irmão às vezes parecia uma criança.

— Ontem Turma da Mônica, hoje Apenas um Show. Sinceramente, Felix... — O Lee mais velho disse. Nunca iria cansar de zombar o seu irmão por assistir desenhos animados.

— Olha quem fala. Você quem me ensinou a assistir esses desenhos! Pare de ser hipócrita, homem. — Foi como um tapa na cara, doeria menos se fosse...

Ao olhar para o caçula incrédulo, Lee riu, enquanto enchia um copo com leite. Pensou, pensou, pensou. Sua expressão divertida mudou para uma cara fechada.

— Hoje irei dar início à missão. Preciso de ti comigo. Acredito que poderia ser mais simples de localizar o tal monstro. O que acha? — Se virou para o Lee menor, bebendo seu leite morno de uma vez só.

— Eu vou se quiser, mas, você poderia fazer isso sozinho, né? Você sabe... Ou apenas não vai aguentar ficar por muito tempo longe do seu irmão... — Gargalhou o loirinho, talvez gostasse muito de provocar o mais velho. Era divertido, sempre, ele parecia um velho rabugento.

— Meu Deus, Felix! Você está cheio de graça. — Revirou os olhos.

Apesar de estar de saco cheio nesta manhã,o Lee conseguia apenas aguentar as gracinhas de seu irmão. Se viesse outra, talvez não segurasse a sua língua.

— De qualquer forma, não estou confiante para isso. Vai me ajudar, você querendo ou não. Você me ama. — Encarou divertido o caçulinha. A única coisa que pôde ver foi uma cara de desgosto. — Bom, preciso ir trabalhar agora. Quero você lá daqui meia hora. Se você se atrasar eu juro que... — Foi interrompido.

— Tá bom, tá bom, velho chato! Vai, vai, vai. — Era sua vez de revirar os olhos.

Calçando seus costumeiros coturnos, Lee Know pegou as chaves do carro e rumou para fora do apartamento. Ao chegar a sede, reparou numa movimentação estranha. Pelo amor de Deus, ainda era 07:20 da manhã!

Chegando mais perto da multidão, se deparou com policiais civis.

— O que é isso tudo? — Perguntou com o cenho franzido, para um dos policiais que estava mais de si.

— Teu chefe nos chamou aqui. — Disse sem ligar muito pra ele.

Lee franziu mais o cenho — Hã? Como assi...— E... foi interrompido de novo.

Bufou, estressado. Por um momento sonhou que teria uma manhã tranquila até a hora do encargo.

— Lee Know, decidiu vir trabalhar hoje. Vejo que já conheceu seus colegas de missão. — Jinyoung, com um bom humor e um sorriso exagerado disse ao segurar os ombros do Lee em um aperto forte.

— Como? — Olhando com afinco o seu superior, Lee ainda não tinha entendido. — Como acha que um bando de policiais que não sabem nem segurar uma carabina nos ajudem nessa missão? — Perguntou, ríspido.

O sorriso do delegado morreu, segurou fortemente no braço do moreno e o guiou para sua sala.

— Primeiro que eu quero respeito, a menos que queira ser exonerado de seu cargo nos próximos minutos. Eu que te coloquei aqui e posso muito bem tirá-lo. E mais, não foi escolha minha trazer eles aqui. Foram ordens de cima. — Deu um olhar desagradável ao Lee — Como você é um dos nossos melhores operantes, farei com que ensine eles, para pelo menos segurar um fuzil comum.

— Não vai dar tempo, se quisermos capturar o cujo monstro logo. —

— Tempo é o que mais temos, Linozinho. — Abriu um sorriso zombeteiro, e saiu.

Lee Know revirou os olhos pelo apelido, revirou mais uma vez. O sonho de ter uma manhã tranquila nunca vai acontecer.

Em cima do tatame, com as mãos atrás das costas, Lee Know olhava os senhores da polícia com atenção.

Seu irmão caçula estava ao seu lado, segurando o seu típico tablet.

— Alguém aqui possui alguma formação em luta corpo a corpo? — Ao perguntar, viu apenas uma mão ser levantada.

Teve que respirar fundo, uma vez, duas vezes, quatro, cinco...

— Muito bem... Nós, das Forças Especiais, sempre valorizamos nos preparar para qualquer tipo de situação. Os monstros que lidamos aqui são irracionais, porém, não são burros. Então, faço-lhes uma pergunta: como iriam lidar em uma situação que vocês perderiam a arma para neutralizar o monstro?

Um homem levantou a mão, Lee assentiu.

— Talvez, pudéssemos golpeá-los com algum ferro que estivesse por perto...?

Respirou pela sexta vez...

— Vocês sabem o que os monstros fazem? Eles não são mais seres humanos, não são mais frágeis iguais a nós. Quando foram criados, criaram principalmente força. Um pedaço de metal não fará nem cosquinha.

— Que tal, corrermos? — Sugeriu um outro policial, lá no fundo.

Felix lhe deu uma olhadela de lado. Respirou pela sétima e oitava vez... Talvez ele teria uma tarde longa, chata.

— Sinceramente, se fosse eu para ensinar aqueles caras, não iria aguentar! Até eu sei o básico, Lino. — Comentou o Lee mais novo, sentado junto ao seu irmão que suspirou pesado, nos típicos banquinhos do lado de fora do trabalho.

— Todo mundo deveria saber o básico... Defesa pessoal. Não é mentira quando digo que existem muitos policiais por aí com má formação. Mesmo após o apocalipse, o mundo continua o mesmo.

Apenas escutou seu irmão murmurar em concordância.

Após o breve descanso, nas cadeiras que se sucederam naquela noite, aparentavam ser mais confortáveis que o normal, os irmãos entraram no carro, assim, seguiram para casa.

Precisavam dormir mesmo que amanhã seja domingo.

Que monstro te mordeu?' ( Hiatus )Onde histórias criam vida. Descubra agora