Capítulo 11.

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capitulo 11

— Hyunjin... Onde 'tá o papai...? — Sunwoo perguntou, cabisbaixo, se cobrindo na cama com o lençol quentinho.

Passou um tempo desde que Jisung foi preso pela polícia do departamento. Nem o de fios vermelhos sabia onde o Han mais velho estava.

— Eu não sei, pequenininho. Mas ele volta logo, viu? Eu prometo. — Segredou ao um cafuné rápido no menor, beijou a testa dele e saiu.

Foi ao escritório. Virou alguns corredores e subiu a escada principal. Era difícil segurar as pontas para Han esses dias, nunca havia ficado no comando daquele abrigo antes.

Observava Jisung fazer,  pensava que era muito mais fácil, no entanto, agora que estava vivenciando, nem sequer imaginava como o Han conseguia liderar aquilo por anos.

O telefone tocou, o tirando de seu transe.

Encarou o aparelho de longe, até seguir em direção, atendendo quem quer que fosse.

Eles costumavam usar telefones fixos, a fim de ficar mais difícil caso alguém quisesse encontrá-los ali. Os únicos que tinham um celular eram Jisung e Hyunjin.

— Alô...? — Desconfiou, pois, poucas eram as pessoas que acessavam aquele número de telefone.

— Hyunjin... — Uma voz sôfrega, rouca, foi emitida através do telefone. Hyunjin pôde reconhecer a voz do indivíduo em pouco tempo.

— Meu Deus! Jisung! — Os seus olhos marejaram e o seu coração falhou.

Mesmo que não tivessem se visto há algum tempo, Hyunjin nunca se esqueceria da voz de Jisung.

— Como estão as coisas por aí, amigão...? — A voz de Jisung soava tão dolorida e cansada...

— Está tudo ótimo! Onde você 'tá? Fizeram algo contigo? Você 'tá machucado? — Esboçou preocupação, franzindo o cenho ao ouvir uma risada anasalada.

— Eu 'to bem. Vou ficar... Como está Sunwoo? Deve estar dormindo....não pude ligar mais cedo para falar com ele.

— Ah, ele está ok, com saudade do pai... Quando você sai daí?

— Não sei, Hyunjin — Do outro lado da linha, Jisung abaixou a cabeça, procurando uma forma para que não caísse em lágrimas novamente. Hyunjin já estava chorando.

— Você vai voltar, 'né...? — Soluçou.

Jisung deu mais uma risada, tentando descontrair. — É claro que sim, bobão! Não vou te deixar tão cedo, ok? Eu ainda vou te importunar por muitos e muitos anos. — Se permitiu sorrir. O primeiro sorriso desde que entrou lá. — Eu preciso ir agora... Fica bem, Hyun. — E desligou, logo em seguida.

Ao ouvir o pipipi da chamada, Hyunjin chorou mais.

Chorou de saudade.

Estresse.

Preocupação.

De orgulho.

Oh... Tinha tanto orgulho de seu amigo... Tinha orgulho do que ele se tornou. Apesar das dores da vida, apesar das pessoas que o machucaram, que foram muitas, ele nunca deixou, e nem vai deixar a essência dele morrer. Gostava disso em Jisung, ele nunca desistiu das pessoas.

— Titio..? — Sunwoo apareceu na porta do escritório... Ouviu Hyunjin olhar pra ele e suspirar, então, correu para o colo do mesmo quando ele estendeu os braços — Por que você 'ta cholando? Não pode não... — Balançou os dedinhos gordinhos de um lado para o outro, em negação, e, o abraçou.

— Vai ficar tudo bem, 'tá, tio?

7 vezes.

Em uma semana, foi testado 7 vezes. Todos os dias, sem exceção, nem pausas; no momento, aparentava ter sido internado em um hospital psiquiátrico. O quarto já estava vazio, agora, permanecia pior que antes.

Não havia espelho, não tinha nada de vidro por ali, ou qualquer outro objeto cortante.

A vida é tão difícil. Jisung pensava isso, sempre que chegava ao seu ápice.

Costumava viver em um estado vegetativo, quando algo o atingiu diretamente. Não conseguia falar nada, não conseguia fazer, ou levantar da cama.

Jisung sabia que tinha que levantar, pessoas que dependiam dele, porém, algo estava oimpedindo de se erguer.

Contudo, neste momento, naquele quarto, ele tinha desistido. Desistiu de tentar, de viver.

Ele tinha muitas esperanças de vida, porém, se decepcionou o suficiente, além do seu limite, agora, ele espera a decepção sentado.

Três toques na porta de seu quarto a fitou por longos minutos, até que ela abrisse por conta própria.

Da forma mais deplorável possível, Jisung ergueu os olhos o suficiente para que pudesse ter em suas vistas, o policial bonitão, parado no batente da porta enquanto o encarava com afinco.

Esse momento se perdurou por, no mínimo, 5 minutos. Seria mais, se um serzinho de madeixas loiras não tivesse adentrado com tudo dentro no cômodo.

— Que que você tá' fazendo parado na porta, porra?! Eu queria passar. — Felix disse irritado para irmão mais velho.

— Minha blusa prendeu na maçaneta...— Mentiu enquanto limpava a garganta.

Aquela pequena discussão cessou quando finalmente lembraram da existência do dono do quarto.

— Ai... Jijico... Que saudade que eu 'tava de vocêeee... Como você 'ta, hum? — Correu para o amigo, o abraçando tal qual uma criança, fazendo Jisung soltar um sorriso sincero.

— Olá, Lix. Eu 'tô melhorando... E você? — Disse ainda meramente envergonhado pela presença que permanecia ali.

Mal sabia Jisung que Lee Know também estava envergonhado. Queria o cumprimentar. Todavia, sentia que estava ali apenas para acompanhar o irmão. Então se manteria calado.

- Sério? Sério mesmo? Sério, sério? Que ótimo, temos muito o que fazer hoje — Se separou do abraço e abriu um sorriso travesso, observando o cenho franzido do amigo e do irmão que mantinha a mesma face.

O loiro, levantou-se da cama abruptamente, foi em direção ao irmão, fechou a porta, trancando-a, com isso, fez o irmão olhá-lo ainda mais confuso.

— Ah... Bom... — Deu um sorriso amarelo em direção aos dois presentes. — Nós vamos fugir — Sorriu.

Falei que tudo ia melhorar :3

Até a próxima e desculpem o atraso!

Que monstro te mordeu?' ( Hiatus )Onde histórias criam vida. Descubra agora