Capítulo 9.

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Aviso:

Esse capítulo possui cenas fortes e delicadas sobre automutilação, se você é sensível ou tem gatilho com esse tipo de narrativa, não hesite em pular!!!

Terão marcações com "⭕️⭕️⭕️" para o começo das cenas e "❌❌❌" para o fim.

Boa leitura!

Solidão. 

A solidão é o estado emocional de isolamento, do sentir-se sozinho, de perceber-se separado dos demais. Esse sentimento tende a levar as pessoas a se sentirem rejeitadas, carregando emoções inconscientes de: culpa, hostilidade e insegurança.

A solidão é um eco vazio.

Um silêncio que grita nos ouvidos da alma.

É o peso da ausência.

A sensação de estar perdido em meio à multidão.

A solidão é um dos sentimentos mais dolorosos que tira a paz e a esperança.

Jisung, naquela situação, sentia-se em um labirinto escuro, corria em círculos na busca por uma saída segura. Almejando liberdade.

Naquele quarto, totalmente branco, deitado em posição fetal no canto do cômodo, sob aquele chão frio, o moreno se deixou levar pelos seus pensamentos, esses que nunca foram bons. Ele vagou por todo o seu passado.

Passou por tantos momentos difíceis, para chegar naquela sala. Isso mesmo, no lugar onde tudo começou.

Ele aguentou toda essa merda por anos, e não serviu de nada, estava acabado novamente.

Um homem abriu a porta.

— Jisung? — Chamou, voltou a chamá-lo pela segunda e terceira vez, contudo, somente na última obteve sua atenção. Seungmin teve seu coração partido ao perceber o olhar despedaçado do pequeno monstro.

O médico agachou-se próximo o suficiente do menor, deixando os seus equipamentos de coleta de sangue em cima da mesa.

— Jisung? Eu vim checar se está tudo bem contigo. Mas...preciso tirar um pouco do seu sangue, sim? — Trabalhou para levantar ele do chão e o colocar na cama, com custo, conseguiu. Suspirou e então sentou ao lado do moreno.

Talvez Jisung estivesse esperando por qualquer coisa. Um xingamento, um puxão ou palavras, menos aquilo.

Seungmin o abraçou, acariciando a cabeça de Jisung.

A questão era que: o médico também não sabia o porquê de fazer aquilo, mas como um imã, não conseguia se desfazer daquele abraço e nem queria sair dele. Desde que bateu os olhos no Han, quando cuidou de seus machucados com o ruivo, sentia uma certa afeição e...

Estava preocupado com Jisung.

O abraço perdurou por longos minutos, e, até o momento, nenhuma palavra foi proferida por nenhum dos dois. Apenas o aquecer do toque e o silêncio confortável.

— Vamos, Jisunggie, logo você sairá daqui... — Descolou do abraço e colocou sua luva de silicone, preparando os materiais que utilizaria.

Jisung pareceu voltar ao consciente assim que ouviu o barulho do plástico da seringa.

— N-não... — Se afastou, assustado, chamando a atenção de Seungmin.

E o maior suspirou leve. — Olha, Jisung...eu sou médico há alguns anos, junto de Jeongin. Nós somos conhecidos como "Doutores Carinhonhos". Sabe por quê? — Perguntou ainda com o foco nos equipamentos — Nós sempre optamos por uma abordagem zelosa, carinhosa e cautelosa. Temos consciência que existem muitas pessoas com um medo imensurável de agulhas, sangue e essas coisas... de médico. — Assim que finalizou, fitou Jisung. — Vamos fazer uma brincadeira?

Que monstro te mordeu?' ( Hiatus )Onde histórias criam vida. Descubra agora