Capítulo 12.

30 8 2
                                    

— Fugir da onde? Endoidou? — Lee Know perguntou, surpreso com toda aquela convicção de Felix.

— Isso, fugir, daqui. Eu vou levar o Jisung 'pra casa, custe o que custar. — Ditou sério. — Vai querer ir?

— Não? Claro que não. Você vai perder seu trabalho e sua vida. Tem noção do que está querendo fazer? Deixar escapar um item super importante do governo, Felix? — O nervosismo era nítido, nem se importou se a pessoa do assunto estava triste. — Você vai se tornar um alvo da polícia! Seja ela qual for...federal, militar..Você não sairá daqui sem um par de algemas.

— Eu tenho total consciência das minhas escolhas, desde sempre, você já devia saber disso! – suspirou, no entanto, não tardou em prosseguir. – Eu não sou irracional, Lee Know. Eu sou um adulto, caso você lembre...eu sei pensar e sei muito bem quais serão as minhas consequências. Com ou sem você, eu vou tirar ele daqui, custe o que custar.

As orbes castanhas voltaram-se para o amigo, depois, fitou o irmão novamente, prosseguindo o discurso.

— Você não imagina a dor que é ter que ficar meses, até mesmo anos, trancafiado em um quarto, enquanto te cortam, furam diversas vezes com agulhas, 'pra fazer testes em você! Minho, você não sabe o que é isso. Eu já te disse que ele tem um filho... o Jisung tem pessoas que dependem dele, e, ele depende de mim. — Deu ênfase em cada palavra. Ouvindo um fungar de nariz, se dirigiu diretamente a origem do som.

Era Jisung.

Compreendia os sentimentos do mais velho, o Han se sentia fraco. Sabia que Jisung aparentava estar impotente, porém, agora, ele estava tão vulnerável... Jisung se achava incapaz, não tinha sequer forças para ser o típico durão.

Felix respirou fundo, e, olhou ao redor. Fitou a pequena porta da tubulação, indo em direção da mesma, tirando de seus bolsos uma chave de fenda pequena.

Posicionou uma estante, que continha no quarto, embaixo do lugar desejado, a fim de poder alcançar aquela porta.

Girou a chave de fenda em um dos parafusos, os quais, prendiam a porta da tubulação, desenroscando, fazendo desse mesmo jeito nos outros três.

Assim que terminou, o seu trabalho, voltou a atenção para o amigo, consolando-o.

— Por favor, não chore. Vai ficar tudo bem, ok? Eu vou cuidar de você, ninguém vai sequer tocar em você — Limpou os resquícios de lágrimas que molhavam as bochechas inchadas de Jisung.

Felix não queria ter brigado com o irmão na frente de Jisung, ainda mais quando o assunto em questão era ele.

— Eu não 'tô chorando por causa disso.... Estou chorando porque você 'tá se arriscando por minha causa. — Abriu um bico cabisbaixo, escutando um suspiro de Felix.

— Você é uma boa causa, Jisung... Eu amo você. Você é um dos meus melhores amigos. Então se eu tenho como te ajudar, mesmo me arriscando, por que eu não o faria? — Acariciou os cabelos negros de Jisung. — Vai ficar tudo bem, sim?

Felix levantou da cama, estendendo a mão e levando Jisung consigo, o colocando para ir primeiro dentro da tubulação. O Han ainda estava receoso, ponderou, impedia o amigo, ou seguia o plano?

O hacker já iria entrar, todavia, olhou para o Lee maior, recordando que o irmão iria ficar para trás.

— Você é um homem bom, Lino. Eu sei disso. Não deixe que o medo te domine. — E assim entrou dentro daquele labirinto de tubos.

— Vem, vem, por aqui! — E então virou em uma direção, pelos diversos corredores que existiam ali, enquanto Jisung o seguia igual um patinho.

Ao correr, Jisung pensava em seu filho, em como o tinha encontrado, em como ele estava. Pensava em seu amigo, seu único amigo. Pensava nas pessoas do abrigo, elas dependiam dele. Pensava em seus pais, o quanto estava com saudade deles.

Chegaram em uma porta trancada.

— Poxa... não costumam trancar ela...

E nesse instante, em um lugar não tão longínquo, tinham dado falta de Jisung em seu quarto, não demorou até que às buscas começassem.

Por cada canto, chegando onde os dois amigos se encontravam.

— Puta que pariu... — Félix olhou para trás, nunca imaginou que um dia seria perseguido por um bando de guardas. Se deu conta da situação atual e desesperou-se de vez.

Apertou várias vezes no ecrã que ficava ao lado da porta, com o intuito do cartão passar por ela e abri-lá. Mas Felix não tinha o cartão no momento, esperava que ela se abrisse magicamente.

Até escutar o Han murmurar e passar na sua frente, dando um soco imensurável, quebrando a chave de acesso e assim liberando a passagem, tendo uma feição surpresa por parte do amigo.

Felix suspirou aliviado ao pisar na terra do lado de fora do Centro de Pesquisas.

Não perduraram mais, fugiram do recinto, correndo como se fossem atletas de maratona.

Não tinha como eles dirigirem, por conta de todos os veículos possuírem um dispositivo de localização, com isso, correram pela estrada, afim de achar algum meio de escapar dos fardados que vinham atrás de ambos com motocross ou carros.

— Meu Deus... Eles acham que a gente é um bicho selvagem que vai matar todo mundo? — Se calou quando olhou para Jisung.

Os dois amigos perderam o fôlego, pararam por um minuto, escondendo-se detrás uma árvore quando ouviram um carro se aproximando.

O mais baixo espreitou-se a fim de tentar enxergar a sua frente, avistando Lee Know. Ficou paralisado na hora, até Jisung parou 'pra ver.

— Vocês vão ficar parados aí e esperar eles lhe pegarem? — Fez os dois amigos retornarem do transe. Felix e Jisung correram em direção ao banco traseiro do carro, abrindo a porta e sentando. Um de cada vez.

Respiraram, totalmente ofegantes.....E, ao olharem para trás, os policiais haviam desistido da busca. Infelizmente, por pouco tempo.

O loiro permitiu-se respirar um pouco, observando Jisung, que, estava hipnotizado no lado de fora do carro. Olhando as árvores, o sol, os animais que passavam, em seguida, o mais novo dos dois, fitou seu querido irmão.

— Ah, meu irmãozinho lindo.— O abraçou pelo pescoço. — Amo você, seu chato da porra!

Suspiros.

O de madeixas avermelhadas suspirou pela milésima vez. O motivo? A missão designada para si e companheiro de trabalho. O Bang nunca falhou em suas missões, sempre obtia êxito, sua parceria com Changbin nunca saiu dos eixos do ápice. Contudo, o alvo da vez, era um tanto quanto complicado de lidar.

Afinal, mexer com o "brinquedinho" das Forças Especiais, não era nada fácil. Muito menos para os melhores.

Obrigado por ler ate aqui!

Que monstro te mordeu?' ( Hiatus )Onde histórias criam vida. Descubra agora