Cap. 21 - Mais um dia

32 1 0
                                    

Lobo 🧨

Uma pica atrás da outra e há quem diga que vida de chefe é fácil, vem aqui e tenta comandar um complexo inteiro pra ver se é fácil.

A semana tem sido uma montanha russa do caralho, cada hora as coisas estão de um jeito. Tem hora que a tranquilidade é o que reina, mas logo depois acontece alguma parada pra essa tranquilidade ir pra puta que pariu, mas pelo menos recebemos informações de que a polícia não tem nada de tão importante sobre o comando do tráfico do Alemão, única coisa que eles descobriram foi sobre o comando do meu pai, na real eles só sabem o vulgo dele, que ele foi um dos grandes e que morreu pelas mãos de um familiar, porém não sabem qual. Isso me deixa mac, porque quando o coroa era vivo eu ainda não tinha esse vulgo, geral me chamava de Dom e o engraçado é que muitos nem sabem que meu nome é Dominic e que Dom é um apelido tipo " Dom Pedro II " sacô? Quando o velho morreu e assumi o comando, escolhi o vulgo Lobo que tem muito a ver comigo e é assim que me conhecem. Só quem sabe meu nome é minha família, o Pepê e agora... a Maria Luíza. A parada dela ser virgem me deixou atordoado, achei justo ela saber meu nome e por alguma razão que até então desconheço, eu confio naquele Loirão.

Mas voltando ao foco... estamos achando que tem um rato entre nós, porque no começo da semana começamos a receber umas ameaças de um morro rival e esse morro, tem citado coisas em suas mensagens que não teria como alguém de fora saber, muito menos o fodido do Tudão que é o chefe do Chapadão. Eu não tenho nada contra esse fodido, mas ele tem uma raiva do caralho de mim por simplesmente eu ser filho do meu pai, porque o pai dele foi morto pelo meu. Agora o filho da puta tá de ameaça pra cima de mim e acha que eu tenho medo. Pelo amor de Deus, a minha comunidade dá um pau na dele e vamos ser sinceros, eu sou muito mais inteligente e muitos mais bem preparado. Já mandei um infiltrado pra lá, agir na maciota seguindo minha vida como se nada estivesse acontecendo e se ele me abusar demais, eu tomo aquela porra pra mim também e dou logo um fim nesse caralho. Neguinho acha que vou abaixar a cabeça por causa de ameaça, é o caralho de uma piada né não?

Saio dos meus pensamentos quando os quatro patetas entram porta a dentro se jogando cada um em um lugar, me fazendo olhar bem pra cara lavada deles enquanto assopro a fumaça do meu back. As vezes me pergunto, como esses caras são bandidos tão competentes, porque olhando assim, parece um bando de lesado.

—O que os veadinhos estão fazendo aqui? — falo mantendo a pose relaxada — E já falei pra bater nesse caralho dessa porta antes de entrar.

—Fica mec Lobo, quer que eu chame uma puta pra tu? — Pepê fala fazendo os outros rirem enquanto faço uma cara de tédio.

—Tô de boa, mas quero saber porque as bonecas não estão lá m seus postos. Vai cuidar cada um da sua boca e dos seus corres porra e larga do meu pé — falo já irritado, eles tem esse poder.

—Iiih chefia, tá tudo na tranquilidade — Lima fala — " que permaneça essa tranquilidade na comunidade ô ô..." — canta um treino da música do poze e os outros otários concordam.

—E por isso não tem o que fazer? — fico de pé apoiado na mesa — RC eu mandei tu ficar ligado não mandei? Então vai pra boca 1 e fica por lá caralho — falo e ele faz careta mas acaba indo.

—Vocês dois podem ir trampar — aponto Deco e Lima — Deco vai lá fiscalizar a branquinha, vê se tá tudo no proceder e tu Lima, vai checar as barricadas de cada entrada do morro porra.

—Tu é um cuzão hein Lobo? Puta que pariu! — Deco fala mas aceita minha ordem, pois sabe bem que eu não repito duas vezes.

—Nem vem Dom — lá vem ele com esse apelido que me faz bufar de raiva — Tudo que eu tinha pra fazer eu já fiz pela manhã, tá tudo nos conformes. O que tenho pra fazer agora é falar sobre o arrombado do Tudão e depois nós pode ir no bar dos coroas tomar uma gelada na moral — olho bem pra cara dele e acabo concordando, porque sei que ele tem esse jeito descontraído e tudo mais, mas o cara representa quando o assunto são as paradas do morro.

Passamos um tempo do caralho falando as possibilidades que giram em torno dessas ameaças do Chapadão e sobre o que a polícia acha que pode interferir no nosso corre. No final das contas foi uma reunião necessária e que deu pra gente se organizar melhor e quanto a futuros problemas.
.
.
.
.
.
Agora estamos aqui numa das mesas do bar&restaurante da dona Luzia e seu Jorge, tomando uma cerveja estupidamente gelada pra terminar o dia bem.

Quinta-feira já, semana tá voando e apesar dos estresses diários e toda a merda que pode estar ou não por vir, é bom demais ver tudo funcionando pela comunidade. Geral me cumprimenta quando passa, alguns até me agradecem por algumas coisas, mesmo que eu faça porque esse lugar também é minha casa.

Vai ficando mais tarde e os resto dos moleques brotam também, fazendo uma cervejinha de leve virarem várias, o que atrai as putas e garante que provavelmente nós cinco vamos terminar nosso dia enfiados em uma boceta, pra depois dormir na santa paz.

A música do bar tá tocando, nós tamo já meio que na mão do palhaço, as piranhas tão aqui se querendo, mas o que chama minha atenção é uma silhueta muito bem delineada que vem subindo vestida numa de suas roupas estilosas que deixam ela ainda mais gata. Pisco os olhos algumas vezes, vai que é efeito da maconha com a bebida, mas quando ela se aproxima mais, vejo ela vindo na direção da gente e só agora reparo que minha irmã está junto com ela.

—Qual foi minha princesa! — Pepê chama sua atenção e ela vem realmente até a mesa.

—Oi gente — ela fala de maneira geral e todos respondem. Ela beija a bochecha do Pedro e logo seus olhos fixam nos meus. É uma parada muito maluca, ela me atrai como a porta de uma imã.




Sintam a trama se formando aí! Essa vai ser apenas uma das que vão rolar e no meio vão haver surpresas. 💋✨

Entre amor e armasOnde histórias criam vida. Descubra agora