𝐓 𝐇 𝐄 𝐆 𝐔 𝐀 𝐑 𝐃 𝐈 𝐀 𝐍ㅤ▬ㅤirondad.

𝐗𝐕𝐈𝐈𝐈.ㅤ▬ㅤfamília

Peter não tinha certeza de quanto tempo eles passaram no laboratório depois daquela conversa. Ele fez o possível para se concentrar nos planos do reator arc e nas melhorias propostas para os trajes do Homem de Ferro e do Homem-Aranha. O Sr. Stark sabia o quanto ele adorava estudá-los e, embora Peter soubesse que provavelmente nunca conseguiria construir seu próprio reator arc, foi muito legal tentar planejar um com Ned. Ainda assim, ele não conseguia se concentrar. Em vez disso, ele estava pensando na Srta. Potts... na mão gentil dela em seu rosto e na lembrança de May fazendo a mesma coisa sempre que ele se sentia mal... antes da picada da aranha. Ele acabou pensando em se afastar dela por puro instinto, e agora a Srta. Potts parecia... confusa e magoada.

Ele conheceu a senhorita Potts em uma de suas visitas ao complexo. O Coronel Rhodes também. Rhodey. O homem pediu que ele o chamasse de Rhodey. Ambos sabiam que ele era o Homem-Aranha. Rhodey descobriu isso depois de ouvi-lo falar uma noite durante um filme. O homem adivinhou rapidamente... Peter imaginou que ele se lembrava de sua voz ou algo assim. Eles estavam no meio do filme, comendo pipoca aos punhados, quando Peter disse alguma coisa... ele não conseguia lembrar o quê exatamente, mas Rhodey congelou, virando-se de onde estava sentado em uma das cadeiras ao lado do sofá.

- Você está brincando comigo? - ele perguntou, e tanto o Sr. Stark quanto Peter se viraram para ele confusos.

- O que? - o Sr. Stark perguntou, sua voz quase defensiva diante do tom do homem.

- Eu sabia que ele era jovem, cara, mas... - os dois apenas piscaram para ele, confusos, até que Rhodey revirou os olhos, apontando para Peter. - Ele é o Homem-Aranha!

- Como diabos você... - o Sr. Stark começou, mas Rhodey apenas balançou a cabeça.

- Eu sabia que reconhecia essa voz - ele murmurou, jogando a cabeça para trás contra o encosto da cadeira. - Droga, Tony.

- Não é culpa dele. - Peter interrompeu, defendendo o Sr. Stark antes que o homem tivesse a chance de se defender. - Eu estava fazendo isso antes dele me dar um traje novo - Rhodey lançou-lhe um olhar longo e incrédulo, depois suspirou e balançou a cabeça. Ao lado dele, o Sr. Stark estendeu a mão, bagunçando seu cabelo e sorrindo quando Peter lançou-lhe um olhar irritado e afastou sua mão. Mas ele captou algo nos olhos do Sr. Stark... carinho. Ou gratidão. Algo mais, talvez? O tipo de olhar que seu tio Ben lhe daria se Peter o cobrisse de tia May por causa de alguma coisinha boba... por lhe dar doces antes do almoço ou algo assim... coisas do qual ele sentia falta todos os dias. Foi assim que o Sr. Stark olhou para ele, como se ele o amasse.

- Certo, claro que sim. Porque todo mundo que esse cara recruta é louco. - Rhodey murmurou baixinho. E, além de alguns comentários sobre o garoto ser cuidadoso e algumas piadas sobre insetos toda vez que o homem avistava um no complexo, a situação ficou por isso.

A Srta. Potts sabia o tempo todo. O Sr. Stark provavelmente contava qualquer coisa a ela, o que foi bom para Peter. Se o Sr. Stark confiava nela, Peter também confiava. O primeiro encontro deles não foi nada de especial. Apenas ela entrando no laboratório para falar com o Sr. Stark e ele gaguejando um "olá" nervoso. Ela foi muito gentil, dizendo-lhe como foi bom conhecê-lo e oferecendo-lhe algo para beber, depois os deixou com seu trabalho. Foi a mesma coisa na vez seguinte e na posterior. Lentamente ele começou a conhecê-la e vice-versa. Ele se sentia confortável perto dela, e do Coronel Rhodes também. Mas agora... tudo estava diferente. Era estranho.

Eventualmente, o Doutor Banner desceu para o laboratório, bocejando e esfregando os olhos, e o Sr. Stark riu, cumprimentando seu amigo e convidando-o para se juntar a eles. Peter subiu as escadas logo depois, dizendo que ligaria para Ned para contar seu plano para o dia seguinte. Nenhum dos homens pareceu notá-lo saindo após um rápido aceno do Sr. Stark... ambos estavam muito envolvidos em seu trabalho. Ele não se importou... foi até que legal, na verdade. As coisas parecendo estar de volta ao normal. Verificando seu telefone, Peter descobriu que eram onze e meia, provavelmente um pouco mais cedo do horário que Ned costumava sair da igreja. Ele saiu do elevador para a sala e a encontrou vazia. Olhando em volta para ter certeza, ele puxou o telefone do bolso, encarando o aparelho e então o colocando de volta no lugar. Ele não precisava necessariamente ligar para Ned... ele poderia apenas mandar uma mensagem para o amigo. Mas a mãe de Ned sempre fazia com que eles deixassem seus telefones no modo silencioso enquanto estavam na igreja... e também lançava olhares amedrontadores quando eles os retiravam durante o culto.