7. Boate Bergman

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Charlotte levantou da cama ao recuperar as energias. Atravessou o quarto apenas com camiseta e calcinha, pra apanhar a calça do pijama no chão, vestindo. Como era de se esperar, ela agia como se masturbar na frente do irmão fosse algo comum. E eu, como era também de se imaginar, permaneci sem reação.

Ela sorriu para mim, prestes a sair do cômodo.

- Ben, vou fazer o café da manhã.

Estava na cama, deitado e tenso. Era como se eu estivesse com fortes dores nas costas, mas não eram só nas costas. Sem muita pressa me sentei.

- Eu já comprei, fui na padaria, trouxe pães e tortas pra gente.

- Ah, que gentil! - exclamou com um sorriso grande. - Vou lá ver! - e correu apressada para a cozinha. Não demorou nem cinco segundos e ela voltou, aos pulos. - Quanta coisa! Que surpresa linda! Mesmo assim vou fazer o café do jeito que você gosta, Ben! Vem, vamos lá comer!

Charlotte avançou em mim e pegou meu braço, tentando me persuadir a levantar. Continuei sentado, um tanto sem forças. Minha vontade era puxá-la de volta e a jogar na cama, para realizar o que eu planejava com todo o fervor, independente de ela estar satisfeita ou não. Me resumi em fixar os olhos nos dela, me perguntando a razão de eu não ter herdado o mesmo atrevimento e atitude.

- Já vou, pode ir na frente. - respondi.

- Claro. Então eu vou ir preparando o seu capuccino. - avisou, desistindo de me fazer levantar. Retornou pra cozinha.

Me joguei de novo ao leito, na esperança que ao invés do colchão, houvesse um buraco que me levasse direto pro inferno. Cobri as pálpebras com a ponta dos dedos e pressionei, com a visão quase celestial dela voltando à minha mente, todo o movimento de sua mão e de seu quadril...

- Argh! - fiz dando um pulo e me levantando.

Sai dali e me tranquei no banheiro, com certo desespero para aliviar o acúmulo inexplicável de tesão. Pouco depois apareci na cozinha, e Charlotte tinha terminado de arrumar a mesa.

Estava de uma maneira que somente ela saberia decorar. Tive a impressão que os bolinhos foram separados em ordem de cores e estilo. Arqueei uma sobrancelha, analisando o capricho.

- Você está inspirada, que mesa bonita. - falei, me sentando.

- Sim, gostou? Você escolheu muito bem o café da manhã. - disse animada, começando a servir.

Meu capuccino estava pronto e quente, à minha frente. Saboreei e por alguns segundos minha vida se tornou simples, e tarar minha irmã não pareceu tão errado assim. Porém, essa sensação lúdica só durou alguns segundos, quando pousei a xícara no pires e a olhei. Charlotte estava devorando um croissant doce.

- Então... gostaria de conversar sobre o que aconteceu. - que milagre, eu encontrei coragem do além para dizer.

- O que aconteceu o quê? - indagou ela com a boca meio cheia e distraída. Apoiei os cotovelos sobre a mesa e esperei atenção. - Nossa, esse croissant é muito melhor do que o meu... Hm? Ben? Algum problema? - perguntou estranhando minha expressão de poucos amigos.

- Você me ouviu? - questionei sério, mas com a voz tênue. - Eu disse que quero conversar sobre o que aconteceu.

 - Eu disse que quero conversar sobre o que aconteceu

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