8. Ciúmes

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Charlotte sorriu sem entusiasmo para Fedrik, sem disfarçar as reviradas de olho devido à intromissão. Recebi os parabéns pelo aniversário, e comecei a conversar com ele, como se sua aparição fosse uma surpresa.

Enquanto isso, minha irmã não fez questão de se entrosar. Permaneceu fitando a mim e a ele, acompanhando nossa conversa com evidente tédio.

Ela tinha apoiado o cotovelo no balcão e o queixo na mão, bebericando pelo canudo o copo com bebida. Vez ou outra deslizava a atenção cansada pela multidão ao redor.

Fedrik tentava puxar assunto com ela, mas Charlotte apenas concordava e quando respondia, eram frases curtas.

Eu precisava fazer algo ou daria tudo errado, ou pior, tudo certo.

Fedrik a analisava por vezes de cima a baixo. Depois de certo tempo eu já estava enjoado com tudo, a música alta demais, a presença dele, o ar abafado, os cheiros de gelo seco, os olhares aleatórios sobre Charlotte... Queria ir embora com ela, levá-la para casa, longe daquele idiota.

Eu não poderia fazer isso. Mantive as esperanças de ela se interessar por ele, e quem sabe assim as provocações parariam. Além disso, não era sensato chamá-lo de idiota, uma vez que o plano e ideia eram meus.

Sem suportar, tive que fazer o que não queria. Sair dali e deixá-los sozinhos. Me levantei do banco e avisei que iria ao toalete. Charlotte pulou do banco e segurou em minha mão. Fedrik pareceu não entender pois imaginava que ela gostaria de ficar com ele.

- Charlotte, vou ao banheiro. Fique aí.

- Não vai não, segura.

- Não posso.

- Não me deixa aqui com esse cara. Ele fica me secando! - cochichou sem ele perceber.

- Você não pode ir no banheiro comigo.

- Eu espero na porta.

- Não é uma boa ideia. Fique aqui, só um pouco. - segurei seu pulso e a fiz me soltar. Ela voltou a sentar no banco contrariada e emburrada.

- Por favor, Benjamin, não demora, tá? - pediu em tom de ordem.

Eu dei um sorriso breve e saí dali. Era como se a coisa mais valiosa do mundo escorregasse entre meus dedos. Me afastei, o barulho da música alta e o escuro de flashes de luzes me envolveram. Parti para distante, indo para o lado oposto do bar.

Encostei em qualquer parede e fiquei esperando um apocalipse ou algo parecido

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Encostei em qualquer parede e fiquei esperando um apocalipse ou algo parecido. Porém, o que veio era uma garota. Ela parou na minha frente. Segurava um copo e estava sorrindo. Olhei ao redor para ter certeza se era comigo, mas só havia eu naquele espaço e seus olhos estavam diretamente sobre minha pessoa.

Eu sorri confuso e ela se aproximou mais. Tinha o cabelo curto e loiro, e seus lábios estavam cobertos de intenso batom vermelho.

- Hey, está sozinho?? - perguntou de olhar ansioso.

Cry Little Sister || Bill Skarsgård ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora