Charlotte sorriu sem entusiasmo para Fedrik, sem disfarçar as reviradas de olho devido à intromissão. Recebi os parabéns pelo aniversário, e comecei a conversar com ele, como se sua aparição fosse uma surpresa.
Enquanto isso, minha irmã não fez questão de se entrosar. Permaneceu fitando a mim e a ele, acompanhando nossa conversa com evidente tédio.
Ela tinha apoiado o cotovelo no balcão e o queixo na mão, bebericando pelo canudo o copo com bebida. Vez ou outra deslizava a atenção cansada pela multidão ao redor.
Fedrik tentava puxar assunto com ela, mas Charlotte apenas concordava e quando respondia, eram frases curtas.
Eu precisava fazer algo ou daria tudo errado, ou pior, tudo certo.
Fedrik a analisava por vezes de cima a baixo. Depois de certo tempo eu já estava enjoado com tudo, a música alta demais, a presença dele, o ar abafado, os cheiros de gelo seco, os olhares aleatórios sobre Charlotte... Queria ir embora com ela, levá-la para casa, longe daquele idiota.
Eu não poderia fazer isso. Mantive as esperanças de ela se interessar por ele, e quem sabe assim as provocações parariam. Além disso, não era sensato chamá-lo de idiota, uma vez que o plano e ideia eram meus.
Sem suportar, tive que fazer o que não queria. Sair dali e deixá-los sozinhos. Me levantei do banco e avisei que iria ao toalete. Charlotte pulou do banco e segurou em minha mão. Fedrik pareceu não entender pois imaginava que ela gostaria de ficar com ele.
- Charlotte, vou ao banheiro. Fique aí.
- Não vai não, segura.
- Não posso.
- Não me deixa aqui com esse cara. Ele fica me secando! - cochichou sem ele perceber.
- Você não pode ir no banheiro comigo.
- Eu espero na porta.
- Não é uma boa ideia. Fique aqui, só um pouco. - segurei seu pulso e a fiz me soltar. Ela voltou a sentar no banco contrariada e emburrada.
- Por favor, Benjamin, não demora, tá? - pediu em tom de ordem.
Eu dei um sorriso breve e saí dali. Era como se a coisa mais valiosa do mundo escorregasse entre meus dedos. Me afastei, o barulho da música alta e o escuro de flashes de luzes me envolveram. Parti para distante, indo para o lado oposto do bar.
Encostei em qualquer parede e fiquei esperando um apocalipse ou algo parecido. Porém, o que veio era uma garota. Ela parou na minha frente. Segurava um copo e estava sorrindo. Olhei ao redor para ter certeza se era comigo, mas só havia eu naquele espaço e seus olhos estavam diretamente sobre minha pessoa.
Eu sorri confuso e ela se aproximou mais. Tinha o cabelo curto e loiro, e seus lábios estavam cobertos de intenso batom vermelho.
- Hey, está sozinho?? - perguntou de olhar ansioso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cry Little Sister || Bill Skarsgård ✓
RomanceINCEST+18 Me chamo Ben Skarsgård, sou roteirista e diretor de cinema conhecido por algumas obras famosas. Tudo vai bem na minha vida até que descobri a existência de Charlotte. O que faz Charlotte especial? Além de transformar minha vida em um infe...