𝖈𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝟏𝟓

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𝕬𝖒𝖇𝖊𝖗

acordei desorientada.
o barulho do monitor de sinais vitais apitava calmamente nos meus ouvidos.

a sala branca ao meu redor me fazia perceber onde eu estava.
fechei os olhos com força, respirando fundo.

a merda toda que houve com Kaleb me trazia uma sensação estranha de querer chorar.
maldito.

falando nele...

-finalmente acordou. (ele disse passando pela porta, a fechando em seguida)

-deve estar frustrado, já que não conseguiu me matar. (falei de maneira fria, sem muita emoção)

-ah, claro... (ele riu) -como se a escolha de te deixar viva não tivesse sido minha.

-não está se botando em risco demais aparecendo em um hospital com uma jovem quase morta? (perguntei arqueando a sombrancelha)

-eu? (ele fingiu estar ofendido) -apenas te salvei de se afogar em uma praia, foi descuido meu deixar minha esposa desastrada sozinha na água. (ele sorriu)

fechei os olhos, suspirando.
não queria mais escutar sua voz ou olhar para o seu rosto.
tudo nele me causava repulsa, eu o odiava.

escutei seu celular tocar, abri os olhos curiosa.
ele atendeu, parecendo irritado.

-hoje não dá. (ele falou de maneira rude)

seus olhos reviraram com algo que a pessoa do outro lado da linha disse.

-tudo bem, só porque é seu aniversário, Colin. (ele suspirou, era aniversário de Colin?) -vou dar uma passada rápida ai, Amber não vai, está dormindo.

revirei os olhos, ele mente que nem sente.

então, ele desligou a chamada, guardando o celular.

-estou saindo, se comporte. (ele parou na porta e olhou para mim uma última vez) -chamaria muita atenção, mas se tentar fugir ou pedir ajuda, mato quem quer que esteja ao seu lado para recuperá-la.

então, ele fechou a porta do quarto, deixando o ambiente em silêncio, com suas palavras ecoando em minha mente.

• • • • • • • • • • • • • • • •

meia hora se passou, não consegui dormir apesar de já ser tarde, estava entediada e nervosa.
tudo o que havia acabado de acontecer passava várias e várias vezes em minha mente, como um filme.

a porta se abriu, me preparei para fingir que estava dormindo pois achava que era Kaleb, mas quem passou pela porta, foi o Lucas.

nossos olhares se encontraram, em questão de segundos, ele estava me abraçando.
por algum motivo, eu apenas me aconcheguei em seu abraço, enquanto lágrimas escorriam pelo o meu rosto.

ficamos em silêncio assim por algum tempo, até que ele se afastou, me olhando nos olhos.
suas mãos seguravam meus ombros.

-foi ele, não foi? (ele perguntou, sem me soltar)

-como você... (me sentia confusa)

Entre máfiasOnde histórias criam vida. Descubra agora