E as namoradinhas? - Ana Machado

Depois da hora ~03.

- ˗ˋ ୨Dias atuais, 06:00 da manhã୧ ˊ˗ -

-Alana!

-Alana!

Os berros que vinham de outro cômodo da casa me fizeram despertar assustada. Em seguida, ouço passos vindo em direção ao meu quarto.

- Anda logo, você vai se atrasar - ordena minha mãe com aquela frieza e tom de autoridade que ela sempre teve. Assim, eu bufo e levanto lentamente da cama, com a maior preguiça do mundo, e minha mãe sai do quarto.

Eu apenas pego rapidamente minha calça e blusa de uniforme, que estavam no chão, e saio do quarto, tentando colocar a calça andando em direção a cozinha.

- É melhor ser rápida se quiser carona - diz minha mãe já saindo pela porta de casa.

- Merda, que caralho - digo eu quando percebo que esqueci onde enfiei minha mochila. - Não, não, eu não vou passar pela humilhação de pegar ônibus - falo com uma voz falsa de choro me apressando vestindo a blusa de uniforme também.

Olho rapidamente pela janela e percebo que minha mãe já está dando partida, então me jogo no sofá, mas queria me jogar de um prédio.

Acho que essa mulher só me suporta por pura obrigação.

Arregalo meus olhos quando lembro que posso perder o ônibus e, assim, vou em busca da minha mochila, e a acho, graças ao toque que estava ouvindo vindo do meu celular, que estava debaixo da cama junto da mochila.

Corri que nem uma condenada para o ponto de ônibus, para ele atrasar, pois colocaram outro para substituir, já que o que tinha que vir quebrou me fazendo quase desistir de ir à escola.

Ouço o som do sinal da escola tocar assim que desço do ônibus, sinalizando que as aulas já estão começando, e entro na escola correndo, pois o porteiro já estava fechando.

-Achei que você ia faltar, já tava te xingando horrores nos meus pensamentos

Tomo um leve susto com a voz repentina da Suzana atrás de mim.

-Que susto, caralho - falo com a mão no coração, e sua ação é dar uma gargalhada.

- Vamos logo pra sala, a professora de história já deve estar lá - fala, me puxando pelo braço em direção à sala.

- Lucas e Bruno Alves

Ouço a professora chamar dois alunos com dois papéis cortados na mão.

- Suzana e Carlos

Suzana olha para mim indignada por ser dupla de um colega que mal conhece e se senta no seu lugar.

Murmuro um "que azar" zombando dela e me sentando no meu lugar logo atrás dela.

- Alana e Ana Luisa

A professora mal termina de falar o nome da minha dupla e a minha amiga olha para mim com um olhar de deboche, quase rindo.

A aula seguiu normalmente depois que a professora terminou de falar o resto das outras duplas, e assim as outras aulas também seguiram.

O último sinal tocou para a hora de ir embora, todos os alunos saem da sala praticamente correndo para a saída, assim como eu também saio, só que sinto um braço me puxar, me impedindo de sair da sala.

- Espera aí

Viro-me para trás e dou de cara com a Ana.

- Onde vamos fazer o trabalho, na sua casa ou na minha?

- Pode ser em um lugar livre? Eu não consigo pensar em ambientes fechados - respondo com um sorriso forçado.

-Claro, pode ser sim - ela da um pequeno sorriso educado.

Assim saio da sala logo em seguida rapidamente.

︵‿︵‿୨AGOSTO 2012୧‿︵‿︵

Uma semana depois do acontecimento, eu percebi que esportes também não são para mim, e minha mãe me tirou do vôlei.

- Alunos, temos uma aluna nova na sala hoje - disse a professora em voz alta, pois os alunos não calavam a boca.

- Ana - meus olhos arregalam quando eu vejo de quem ela está falando.

- Meu Deus, a menina que eu acertei com a bola - murmuro para mim mesmo, me abaixando disfarçadamente em minha carteira.

- Pode se sentar, Ana - eu escuto a voz da professora dizendo à Ana.

Ela está vindo na minha direção?

- Oi, você é aquela menina do vôlei, não é? -vdisse ela, sentando-se na carteira próxima à minha.

- Alana, eu sou a Alana - digo meio sem jeito.

- Eu sei, me lembro bem dos gritos da Catarina brava com você - fala dando uma risadinha.

- Seu nariz melhorou? - pergunto tentando mudar de assunto.

-Ah sim, já estou melhor.

Depois desse diálogo, a aula seguiu normalmente. No intervalo, a Ana não saía de perto de mim e não parava de falar.

- Você deveria ir lá em casa um dia para a gente brincar juntas - disse, super animada.

- Eu posso tentar pedir para a minha mãe - digo, dando um sorriso leve.

- Sim, vai ser super legal - ela da pequenos pulinhos empolgada.
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Desculpe qualquer erro 🫶🏻🥀