Depois da hora ~08

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       - ˗ˋ ୨Segunda-Feira୧ ˊ˗ -

Mais um dia de aula, mais um dia acordando cedo, mais um dia me humilhando por ônibus.

Mas hoje foi diferente, a Ana estava no ônibus. Ela geralmente não vem de ônibus para a escola, pois a mãe da Cíntia dá carona para ela, pelo menos era assim.

Eu finjo não notar a presença de Ana e me sento bem longe dela.

A ida de ônibus até a escola foi normal.

Eu cheguei na escola e havia algo diferente também: a Cíntia estava lá.

Então, por que a Ana não veio com ela?

Isso não é da minha conta e nem do meu interesse.

Na aula, a Ana estava meio cabisbaixa.

O que está acontecendo?

- Ei, psiu - Meus pensamentos são interrompidos pela Suzana me cutucando e me chamando sussurrando.

- Que foi? - sussurro de volta.

- Você ficou sabendo da maior?

- Hum?

- Você ficou sabendo da maior - repete de novo.

- Eu entendi o que você falou, cacete. Eu quero que você me fale a fofoca.

- Ah, sim. - dá uma risadinha - A Cíntia e a Ana não se falam mais.

- E você sabe o motivo?

- Pior que eu não faço ideia.

- Agora tudo faz sentido - dessa vez eu sussurro para mim mesmo.

- Pois é, elas nem estão grudadas mais.

Voltamos a copiar o dever normalmente, e o tempo correu rápido até o final da aula.

O sinal toca para indicar o fim da aula.

- Vem comigo hoje na pista de skate?

- Só vou aceitar porque eu realmente não tenho nada para fazer.

Suzana comemora dando pulinhos e depois entrelaça seu braço no meu para a gente ir andando até o lugar destinado.

Chegando lá, a vontade que eu tive é de dar meia-volta para casa.

A garota da festa que tirou minha virgindade estava lá, perto da Agnes, sentada em cima do seu skate, enquanto conversava com umas outras meninas.

Eu paro de andar imediatamente, e a Suzana me encara confusa.

- O que foi?

- Eu não vou ir até lá.

- Por quê?

- Aquela garota sentada no skate perto da Agnes...

- O que tem ela? - Eu apenas fico em silêncio, encarando, e nós começamos a conversar pelo olhar.

- A Viviane tirou sua virgindade? - Ela fala em voz alta e eu tampo sua boca. - Que tudo - ela sussurra, tirando lentamente minha mão de sua boca.

- Eu não sei como vou olhar pra cara dela depois de ter fugido.

- Agora ela já nos viu - Suzana diz, acenando para as duas garotas um pouco distantes.

Eu quero me afundar nesse momento.

- E aí, meninas - Viviane nos cumprimenta, olhando fixamente para mim, fazendo meu coração acelerar.

- E aí - Suzana responde com uma voz maliciosa, olhando para nós duas. - Oi, meu amor - ela cumprimenta a namorada, com beijinhos.

E as namoradinhas? - Ana Machado Onde histórias criam vida. Descubra agora