Depois da hora ~04

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    — ˗ˋ ୨Dias atuais, Sexta-Feira.୧ ˊ˗ —

Finalmente em casa, jogo minha mochila pesada de livros em um canto e me jogo no sofá, suspirando aliviada.

De repente, sinto meu celular apitar mensagens.

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          Número desconhecido.         
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Ana:Oii, aqui é a Ana.

                                                              Eu:Oi.

Ana:Sua amiga me passou seu número :D

                             Eu: Legal, que dia dá pra vc
                              fazer o trabalho?

Ana:Pode ser amanhã mesmo.

                              Eu:Tudo bem, nos vemos
                               amanhã então.

Ana: Onde?


                              Eu: Na praça que fica em
                              frente a minha casa.
                             

Ana: Ok, a gente se ver amanhã
então.

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— Alana, eu preciso que você passe na casa da sua avó pra mim hoje, o seu tio tá ocupado e só tem você pra ir lá.

Tomo um susto com a voz repentina da minha mãe, pois não tinha ideia de que ela estaria em casa.

— Ai que susto, pensei que estaria no trabalho.

— É, eu tive um imprevisto por causa do irresponsável do seu tio, mas agora que você tem o dia livre, você pode cuidar dela

Minha mãe sai do quarto para a sala, arrumando seus brincos.

— Que horas?

— Depois do almoço e aproveita pra dormir lá que amanhã também não tem ninguém pra ficar com ela — diz ela, já indo em direção à porta.

— Eu vou ter que ficar com ela o dia todo? Amanhã eu tenho um trabalho pra fazer. — Questiono me levantando do sofá indignada.

Meu tio sempre faz merda e eu que sempre tenho que pagar o pato.

— Faz na casa da sua vó, sei lá, só não deixa ela sozinha.

Ela sai sem me dar tempo de dar uma resposta.

A minha família não é muito unida. Nunca tem almoço de Páscoa, noite de Natal ou Dia de Ano Novo na praia. A minha avó era a única que unia a família, antes dela ter Alzheimer. Me sinto na obrigação de cuidar da minha avó, pois ela sempre me tratou melhor do que a minha mãe.

Eu me jogo do sofá novamente, suspiro brava em seguida, me abaixo e pego meu celular da mochila jogada no chão.

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   Ana.
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                                             Eu: Ana, foi mal, sur-
                                            giu um imprevisto,
                                          não vai dar pra ser
                                          amanhã.

E as namoradinhas? - Ana Machado Onde histórias criam vida. Descubra agora