VBSA- ZOSAN

LONDRES

Zoro está nesse momento cruzando o Atlântico no jatinho particular de sua Mãe , juntamente com sua irmã, seu melhor amigo e alguns seguranças da Casa Branca.

 — O que você está lendo aí agora? — Zoro pergunta para sua irmã.

Ela vira a revista para ele ver a matéria de duas páginas intitulada: 

LOUCURA DO CASAMENTO REAL! 

Zoro solta um grunhido. 

— Que foi? — ela diz. — Quero estar preparada para o meu primeiro casamento real.

— Você já foi pra uma festa de formatura — Zoro diz. — É só imaginar isso, só que no inferno, mas você tem que ser muito gentil o tempo todo.

— Dá para acreditar que gastaram setenta e cinco mil dólares só no bolo?

— Que deprimente.

— E parece que o príncipe Sanji vai sozinho para o casamento e todo mundo está pirando.

Diz aqui que ele estava — ela faz um sotaque britânico cômico —, "segundo rumores, saindo com uma herdeira belga no mês passado, mas agora aqueles que acompanham a vida amorosa do príncipe estão sem saber o que pensar".

Zoro bufa. É inacreditável como milhares de pessoas acompanham a vida amorosa incrivelmente sem graça dos irmãos da realeza. Ele até entende que as pessoas liguem para onde ele enfia a língua, pelo menos, ele tem personalidade.

— Vai ver, a população feminina da Europa finalmente se deu conta que ele é tão atraente quanto um novelo de lã encharcado — Zoro sugere.

Law abaixa as palavras-cruzadas que estava fazendo. 

— Você vai dançar com ele, então?

Zoro revira os olhos e se imagina rodando pelo salão de baile enquanto Sanji fala vários nadas sobre críquete e caça de raposa em seu ouvido. Pensar nisso lhe dá ânsia de vômito.

— Até parece.

— Ah — Law diz —, você ficou vermelhinho.

— Escuta — Zoro diz —, casamentos reais são um lixo, os príncipes que fazem casamentos reais são um lixo, o imperialismo que permite que príncipes existam é um lixo. É um lixo sem fim.

— Mas que belo discurso — Kuina diz. — Você sabe que os Estados Unidos também são um império genocida, né?

— Sei, Kuina, mas pelo menos temos a decência de não manter a monarquia viva — Zoro diz, jogando um pistache nela.

Os novos funcionários da Casa Branca sempre são informados sobre algumas coisas a respeito de Zoro e Kuina, desde a alergia de kuina a amendoim até  o velho ódio de Zoro contra o príncipe caçula. Não é nem ódio, na verdade. Nem uma rivalidade. É uma birra incômoda e inquietante. Faz as palmas das mãos dele suarem. O mundo decidiu elencar Zoro como o equivalente americano ao príncipe Sanji desde o primeiro dia, visto que o Trio da Casa Branca é a coisa mais próxima que os Estados Unidos têm da realeza. Nunca pareceu justo. A imagem de Zoro é puro carisma, inteligência e humor cínico, entrevistas reflexivas na capa da GQ aos dezoito anos; a de Sanji é composta de sorrisos plácidos, cavalheirismo cortês e aparições genéricas de caridade, uma tela perfeitamente em branco de Príncipe Encantado. Na opinião de Zoro, Sanji tem um papel muito mais fácil de representar.

Tá. Talvez tecnicamente seja uma rivalidade.

— Tá, inteligentão — ele diz —, quais são os números aqui?

Law sorri.

— Bom. — Ele finge pensar profundamente no assunto. — Avaliação de risco: se o primeiro filho não se cuidar, vai resultar em mais de 500 mortes de civis. 98% de chance de o príncipe Sanji estar gato.78% de chance de Zoro ser banido do Reino Unido para sempre.

— Melhor do que eu imaginava — Kuina comenta.

Zoro ri, e o avião segue caminho.