Pizza e Mensagens

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Em termos de famílias políticas, a família Crocodile é uma das mais complexas da história que Zoro já tentou desvendar, uma síntese do que ele descobriu até agora é que a família possui muito poder e um dinheiro bizarro da máfia. Crocodile, teoricamente o único favorito atual para se opor à sua mãe na eleição geral, é senador de Utah há quase vinte anos, o que significa um longo histórico de votações e legislação que a equipe da sua mãe já analisou. Zoro está mais interessado nas coisas mais difíceis de descobrir, já que são tantas gerações de procuradores-gerais e juízes federais dessa família que eles seriam capazes de acobertar qualquer coisa.

Seu celular vibra sob uma pilha de pastas na mesa com uma mensagem de Kuina: jantar? saudade de vc.

Ela a ama, de verdade, mais do que qualquer coisa nesse mundo, mas está ocupado demais nesse momento e vai deixar para responder quando se der uma pausa.

Depois de muita pesquisa e anotações sobre as inconsistências do candidato rival, outra mensagem o tira de um mergulho profundo nas declarações fiscais suspeitas que um tio de Crocodile apresentou em 1986. Sua mãe mandou um emoji de pizza no grupo da família, então ele marca a página e sobe a escada. Jantares em família são raros, mas mais simples do que tudo que acontece na Casa Branca.

Sua mãe manda alguém buscar pizzas, e eles comem no salão de jogos do terceiro andar com pratos descartáveis e cerveja Shiner trazida do Texas.

Kuina já está em uma espreguiçadeira tomando cerveja. Uma pontada de culpa o atinge na mesma hora quando ele se lembra da mensagem dela.

— Caralho, sou um babaca — ele diz.

— Uhum, é sim.

— Mas tecnicamente... estou jantando com você?

— Pega a minha pizza, vai.

— Claro, minha amada irmã.

— Oi, Zoro — diz uma voz de algum lugar atrás da televisão enquanto ele senta para comer.

— Ei, Franky — ele responde. Seu padrasto está mexendo na fiação, provavelmente reconfigurando a parte elétrica da TV, como ele faz com a maioria dos eletroeletrônicos; hábitos de inventores milionários excêntricos custam a desaparecer. Zoro está prestes a pedir uma explicação simplificada quando sua mãe entra feito um furacão.

— Por que vocês me deixaram concorrer à presidência? — ela diz, batendo com força demais no teclado de seu celular em golpes destacados. Ela tira os saltos no canto, jogando o celular junto deles.

— Porque todos sabemos que é melhor não tentar te impedir — a voz de Franky responde. Ele ergue a cabeça barbuda de óculos e acrescenta: — E porque o mundo cairia aos pedaços sem você, minha orquídea radiante.

A mãe de Zoro revira os olhos, mas sorri. Sempre foi assim, desde que eles se conheceram em um evento de caridade quando Zoro tinha catorze anos. Ela era presidenta da Câmara, e ele, um gênio com uma dezena de patentes e dinheiro para gastar com campanhas pela saúde das mulheres. Agora, ela é a presidenta, e ele vendeu as empresas para se tornar primeiro-cavalheiro em tempo integral.

Robin abre uns cinco centímetros do zíper na parte de trás da saia, o sinal de que seu dia está oficialmente encerrado, e pega uma fatia de pizza.

— Certo — ela diz, e esfrega o rosto com a mão, tirando a cara de presidenta e voltando a assumir a de mãe. — Oi, filhotes.

— E aí — Zoro e Kuina murmuram em uníssono com a boca cheia.

Robin suspira e olha para Franky.

— A culpa é minha, não é? Falta de educação. Parecem dois gambás. É por isso que dizem que as mulheres não podem ter tudo.

VBSA- ZOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora