Véspera de Natal

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Finalmente chegou o natal, ou melhor dizendo a véspera desse feriado que para cada um tem um significado diferente e importante. Infelizmente para Zoro, esse ano a significância que a véspera de natal está trazendo é estresse. Ele está numa mesa de jantar com sua irmã, sua mãe, seu padrasto, Nami -que apesar de amaldiçoar o nome daquelas pessoas sempre antes de dormir, faz parte da família- e finalmente, o grande cerne do problema: seu pai. Não é que Zoro não goste da sua presença, muito pelo contrário, é que Robin e Mihawk não conseguem estar no mesmo ambiente por mais de 10 minutos sem engatarem no assunto política e começarem uma discussão infernal.

O jantar deste ano é pequeno, já que seus avós paternos estão viajando, por isso a mesa branca e dourada brilhante está posta para seis. A conversa é tão agradável que Zoro quase esquece que nem sempre é assim. Até o assunto chegar à eleição. E ele sinceramente não está interessado no que seus pais malucos estão discutindo, Kuina é quem sempre faz uma intervenção enquanto ele leva seus pensamentos o mais longe que ele consegue até que um grito de seu pai o tira deles.

— Estou tentando ajudar, Robin!

— Não preciso da sua ajuda para vencer uma eleição! — ela diz, batendo na mesa com tanta força que os pratos chacoalham. — Não precisei quando estava no Congresso, não precisei para virar presidenta pela primeira vez, e não preciso agora!

— Você precisa pensar de verdade no que vai enfrentar! Acha mesmo que o outro lado vai jogar limpo dessa vez? Você tem que estar preparada!

— Eu vou estar! Acha que já não tenho uma equipe concentrada nessa merda toda? Eu sou a presidenta dos Estados Unidos, caralho! Não preciso que você venha aqui com esse ar de... esse ar de...

— Macho palestrinha? — Nami sugere.

— Macho palestrinha! — Robin grita, apontando um dedo para seu ex-marido do outro lado da mesa, os olhos arregalados. — Sobre a corrida presidencial para mim!

Mihawk joga o guardanapo na mesa.

— Você ainda é teimosa pra caralho!

— Vai se foder!

— Mãe! — Kuina diz, a voz cortante.

— Meu Deus, vocês estão de brincadeira? — Zoro se pega gritando sem pensar. — Não podemos ser civilizados em uma bosta de uma refeição? É Natal, cacete. Vocês não deveriam estar governando o país? Se controlem, porra.

Ele empurra a cadeira para trás e sai a passos largos da sala de jantar, sabendo que está sendo um babaca dramático e sem dar a mínima para isso. Ele bate à porta do quarto atrás de si, e o seu suéter idiota emite um som deprimente quando ele o arranca e o joga na parede. Não é que ele não viva perdendo a paciência, é só que... ele não costuma perder a paciência com a sua família. Principalmente porque ele normalmente não lida com a sua família.

Ele tira uma camiseta velha da cômoda e, quando se vira e encontra seu reflexo no espelho, ele é um adolescente de novo, se importando demais com os pais e incapaz de fazer algo a respeito. A diferença é que, dessa vez, ele não tem nenhuma matéria avançada em que se matricular para se distrair.

Sua mão treme para pegar o celular. Seu cérebro é um veículo de dois passageiros — ou ele está sozinho e ocupado ou está pensando e com alguém. Mas Law está celebrando o Chanuká em Vermont e ele não quer incomodá-lo, e seu melhor amigo da escola, Johnny, mal fala com ele desde que ele se mudou para Washington.

Assim resta...

— O que fiz para merecer isso? — diz a voz de Sanji, baixa e sonolenta. "Bate o sino" parece estar tocando ao fundo.

VBSA- ZOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora