BOLO

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A cerimônia em si parece durar uma eternidade, mas até que é bonita. Não é que Zoro não curta esse lance de amor ou não veja graça em casamentos. é que esse em específico é tão sexy quanto uma transação comercial. Nada de paixão, nada de drama. Zoro prefere as histórias de amor shakespearianas.

Parece que leva anos até ele estar sentado em uma mesa entre Kuina e Law dentro do salão de baile do Palácio de Buckingham, já se sentindo um pouco irresponsável de tão irritado. Law passa uma taça de champanhe para ele, que ele aceita com gratidão.

— Algum de vocês sabe o que é um visconde? — Kuina diz, entre uma mordida e outra de um sanduíche de pepino. — Eu conheci, tipo, uns cinco desses, e fico sorrindo como se soubesse o que significa quando eles falam isso. Zoro, você fez aquela matéria de coisas relacionais governamentais internacionais comparativas. Sei lá. O que eles são?

— Acho que é um vampiro que cria um exército de sílfides sexuais ensandecidas e inaugura seu próprio governo — ele responde.

— Faz sentido — Law diz. 

— Queria ser visconde — Kuina diz. — Podia mandar minhas sílfides sexuais cuidarem dos meus e-mails.

— Sílfides sexuais trabalham bem com correspondência profissional? — Zoro pergunta.

— Acho que pode ser uma abordagem interessante. Os e-mails seriam completamente trágicos e devassos. — Ele faz uma voz rouca e esbaforida. — "Ah, por favor, eu imploro, me leve... me leve para discutir amostras de tecidos no almoço, seu animal!"

— Pode ser estranhamente eficaz — Zoro observa.

— Vocês são perturbados — Kuina diz baixinho.

Zoro abre a boca para responder quando um assistente da realeza se materializa diante da mesa.

— Srta. Shimotsuki Roronoa — diz o homem, — Sua alteza real, o príncipe Sanji, gostaria de saber se a senhorita lhe daria a honra de uma dança. Kuina fica boquiaberta, emitindo um som vocálico baixo, e Law abre um sorriso sarcástico.

— Ah, ela adoraria — Law diz. — Passou a noite torcendo por esse pedido.

— Eu... — Kuina começa a dizer e para, sorrindo mesmo enquanto lança um olhar cortante para Law. — É claro. Seria um prazer.

— Excelente — o homem diz, se vira e aponta por trás do ombro.

Lá está Sanji, em carne e osso, com a beleza clássica de sempre: o terno sob medida, o cabelo loiro bagunçado, as maçãs do rosto salientes e a boca delicada e simpática. Ele tem uma postura impecável inata, como se um dia tivesse saído completamente formado e adulto de algum belo jardim de buquês.

Ele encara Zoro e algo parecido com irritação ou adrenalina enche seu peito. Deve fazer um ano que ele não conversa com Sanji. O rosto dele ainda é insuportavelmente simétrico.

Sanji o cumprimenta com a cabeça, como se ele fosse apenas mais um convidado qualquer, não a pessoa que ele venceu ao sair primeiro na Vogue quando eram adolescentes. Zoro pestaneja, se enche de fúria e observa Sanji virar seu maldito queixo esculpido na direção de Kuina.

— Olá, Kuina — Sanji diz, e estende a mão educadamente para ela, que está corada. Law finge desfalecer. — Você sabe dançar valsa?

— Eu... tenho certeza que consigo acompanhar — ela diz, e pega a mão dele com cautela,

como se ele estivesse pregando uma peça, o que Zoro pensa ser muito generoso com o senso de humor de Sanji. O príncipe a leva em direção ao grupo de nobres girando.

VBSA- ZOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora