as suas consequências serão o seu fim,

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AVISO: este capítulo pode conter gatilhos!

Colha os seus frutos, Yoshida.

Desde que se mudaram para o Japão, a (ridiculamente) minúscula família Makarov não esteve muito presente em velórios

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Desde que se mudaram para o Japão, a (ridiculamente) minúscula família Makarov não esteve muito presente em velórios.

Para começar, Natasha Allia Makarov não era uma pessoa sociável. Bonita, jovial e sempre chamando a atenção, claro, mas era também uma mulher interesseira, fria e desdenhosa. Não aproximava-se o suficiente de alguém para ser convidada a se despedir, e quando era, raramente comparecia ao velório.

Shiro Allianovna Makarov não se deleitava em admitir que herdara a frieza e desdém da mãe. Pensar que ambas compartilhavam algo lhe causava repulsa. Entretanto, não havia maneiras de negar que atualmente, encarando-se no espelho e arrumando suas roupas, prestes a se dirigir ao local de despedida de Zenno Toshikuba, demonstrava a frieza que observava há anos na mãe.

Arrumando a tiara preta na cabeça, sentiu-se deslocada no próprio corpo. Trajava um vestido de mangas longas preto que exalava o cheiro fraco do tabaco que fumara há meia hora, e os tênis roxos nos pés não eram muito confortáveis. Seus cabelos platinados estavam úmidos do banho, ganhando volume conforme secavam, e sua feição era cansada. Apoiou as mãos em cada lado da pia, fitando seu reflexo de modo fixo.

Inspirou com força, engolindo ar como se não pudesse respirar há um segundo atrás. Expirou pesadamente, vendo a nuvem de ar condensado e visível deixar sua boca. O banheiro estava gelado, frio, porém não poderia se importar menos.

Zenno Toshikuba falecera aos 68 anos, fora informada. Ele era descrito como um homem tranquilo, não muito inteligente mas, ainda assim, alguém que sempre tentava animar terceiros ao seu redor. De acordo com seus filhos e sua pobre esposa, o senhor não possuía histórico de depressão ou qualquer tendência suicida. Mesmo com boa saúde mental, Toshikuba cortou os próprios pulsos e sangrou até morrer dentro de uma banheira vazia no escuro.

Shiro não era uma menina idiota. Tinha plena consciência que aquilo era sua culpa e responsabilidade.

Analisou a expressão neutra a refletir, apertando a pia sob as palmas. Tinha acessos de raiva desde o incidente com o seu pai na infância; suas ações não eram novidade. Se perguntava se poderia ter feito alguma coisa diferente. Era mais uma cobrança do que um questionamento gerado de arrependimento e vergonha.

Estalou a língua no céu da boca. Mais um expirar visível aos olhos nus, denunciando a temperatura baixa do banheiro.

Será que poderia ter sido gentil? Talvez poderia ter sido mais calma. Se o seu comportamento fosse o de uma pessoa normal, Toshikuba não teria sido tão perturbado. Será que poderia ter poupado uma família de tanta dor repentina?

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⏰ Última atualização: Jun 24 ⏰

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