assault 67

Frio

ㅤㅤ Era noite, Sunghoon e Niki passariam a noite na casa de Heeseung por conta de já estar muito tarde para voltarem. Por mais que já fossem adultos e totalmente capazes de se defenderem caso algo aconteça, talvez possa ter sido apenas uma desculpa esfarrapada para que pudessem passar mais tempo com Heeseung. Fazia tanto tempo que não se viam, e a saudade era tão grande que até mesmo ignoraram o fedor de maconha que tinha por aquela casa.

Heeseung estava sentado no chão de sua sala, a noite estava fria mas o carpete abaixo de si esquentava um pouco. Os dois garotos no quarto já estavam dormindo a um tempo, por isso não deveriam ter percebido o frio que a sala estava fazendo por conta da janela que Heeseung havia deixado aberta. Não conseguia dormir de forma alguma, os pensamentos eram tantos que sua cabeça doía e chegava a ficar tonto.

Fazia um tempo que estava sentado ali, estava com uma blusa com manga curta e uma calça de moletom, os pelos de seus braços estavam completamente arrepiados por conta do frio e seus dedos possuíam uma coloração roxa.

─ Heeseung? O que está fazendo?

Sunghoon apareceu por trás, Heeseung não esboçou reação alguma ou até mesmo demonstrou se importar, se importar com Sunghoon ali e o frio amedrontador que entrava naquela casa.

Se aproximando, Sunghoon percebeu o quão roxo estava os lábios de Heeseung, seu queixo batia de vez enquanto e sentiu suas mãos tremendo. Mas Heeseung não parecia estar ali, sua visão estava repousada em um lugar qualquer, não parecia estar presente na realidade.

─ Meu Deus, você está tremendo! ─ Pegou um cobertor que estava no sofá e cobriu Heeseung com o mesmo. ─ O que está fazendo? Por que está aqui?

─ Honnie. ─ Heeseung finalmente disse algo, sem fazer contato visual.

─ Hum. ─ Sunghoon passava a mão repetidamente nos cabelos de Heeseung, afim de tentar esquentá-lo.

─ Isso tudo é real?

─ O que? ─ Sunghoon ficava cada vez mais preocupado.

─ Eu fico tanto tempo fora da realidade por conta da maconha que às vezes faço isso daqui, me ajuda a diferenciar o que é real e o que é brisa.

─ Sentar no frio? ─ Heeseung concordou com a cabeça. ─ E porque está aqui agora? Você ainda não está sóbrio?

─ Eu queria ter certeza de que vocês realmente estão aqui, de que ainda estariam aqui quando eu acordasse amanhã de manhã. E não que iriam sumir quando a brisa fosse embora, assim como vem acontecendo a um tempo.

Sunghoon sempre achou um enorme exagero a quantidade de maconha que Heeseung ingeria. O mesmo sempre disse que era bobeira e que a quantidade que ele usava era pouca, mas pelo visto após a separação dos garotos, Heeseung aumentou a dose.

Se antes já era demais, como está agora? Heeseung apenas precisava de um refúgio, precisava de uma ilusão dos garotos para vê-los outra vez. Vendo seu estado, Sunghoon se sentia péssimo por nunca ter ido atrás dele, nunca ter ido atrás de nenhum deles, jamais pensaria que eles sentiriam sua falta tanto quando ele sentia deles.

─ Isso tudo é real. ─ Sunghoon abraçou Heeseung, esfregando suas mãos em seu braço para esquentar o local tão gélido. ─ Eu sei que estive longe, mas agora eu estou aqui, e prometo que nunca mais irei soltar sua mão como fiz antes. Eu e Niki estamos aqui, Heeseung.

─ Reunir todos de novo me pareceu uma ideia perfeita, Honnie. ─ Heeseung sorriu. ─ Eu queria que tudo fosse como antes.

─ E vai ser, vamos fazer esse negócio de ser como antes acontecer! Tudo bem? Agora você precisa ir para a cama, está tão gelado.

Sunghoon ajudou Heeseung a se levantar e andaram rumo ao quarto. O park deitou o outro na cama, por conta de ser uma única cama de casal, a movimentação acabou acordando Niki, que se sentou na cama coçando os olhos em sono. Sunghoon sorriu diante da cena, ele era fofo sem muito esforço.

─ Hyung? O que está acontecendo? ─ Niki disse com sua voz manhosa, sua personalidade mudava totalmente após acordar!

─ Não é nada! Pode se deitar.

Sunghoon beijou a testa de Niki que logo se deitou ao lado de Heeseung. Se deitou ao lado dos garotos e se cobriu com o cobertor quentinho, se sentiu aliviado após sair daquela sala congelante.