Caixa de chocolates

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ㅤㅤOs únicos barulhos possíveis de se ouvirem eram os passos de Heeseung que andavam de lá para cá sem parar, e o barulho irritante que a máquina que monitorava os batimentos cardíacos de Jake fazia.

─ Vocês acham que ele está bem? ─ Niki perguntava olhando pelo pequeno vidro da porta o estado de Heeseung.

Os garotos estavam sentados nos bancos de frente para a sala de Jake, e Heeseung era o único que estava lá dentro com o mesmo. Haviam deixado ele ter seu tempo sozinho.

─ Ele deve estar péssimo. ─ Sunghoon suspirou pesado passando as mãos nos cabelos, angustiado. ─ Eu não aguento mais vir para este hospital. Pensem muito bem antes de serem feridos gravemente, chega de hospital por um tempo.

Heeseung se sentou em uma cadeira ao lado da cama de Jake, suspirava com mil e um pensamentos na cabeça. Estava mais preocupado do que imaginou ficar, se importava com Jake mais do que imaginou que iria se importar.

Uma lágrima escorreu pela sua bochecha mas ele limpou rapidamente quando viu Jake mechecer o dedo da mão. Olhou atento para caso se movimentasse novamente, e os poucos ele foi abrindo os olhos e recuperando o a consciência, acalmando Heeseung cada vez mais.

─ Ei.. ─ Levou a mão até o rosto de Jake retirando uma mecha se seu cabelo que estava caído em seu rosto.

Jake não disse nada, apenas sorriu para Heeseung. Aquilo apertou seu peito de uma forma tão grande, mesmo estando baleado ele conseguia sorrir para ele.

─ Como está se sentindo?

─ Eu estou perfeitamente bem, olha.

Heeseung sorriu. Desde que Jake havia sido internado, ele não sorria muito.

A enfermeira adentrou o quarto segurando uma paleta de anotações nas mãos, anotando algo quando avistou Jake acordado. Verificou se o soro estava escorrendo de forma correta e lhe deu uma medicação.

─ Se continuar no ritmo que estamos, daqui uns dois dias você já poderá voltar para casa.

─ Obrigado, Doutora. ─ Agradeceram e a mulher sorriu e deixou o quarto. ─ Viu? Logo você poderá voltar para casa.

─ Você é minha casa.

O Lee sorriu e deixou um selinho nos lábios de Jake.

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ㅤㅤEra noite e Heeseung havia saído do hospital para comprar algumas coisas na loja de conveniência ao lado do prédio. Estava frio e por isso suas mãos estavam dentro do bolso de sua calça, estava sem blusa de frio então por isso correu rapidamente para dentro da loja que estava quentinha.

Tremia um pouco mas estava mais aquecido do que antes. Foi em caminho das prateleiras e começou a pegar o necessário, precisava de comida já que todos iriam passar a noite no hospital com Jake. Heeseung disse que não precisava e que eles poderiam voltar para o balcão e descansarem, mas os garotos estavam tão preocupados com ele que insistiram em ficar lá com ele.

Procurava pelos salgadinhos que Jungwon havia pedido quando seus olhos pousaram em uma caixa de chocolates. Ficou um tempo pensando e decidiu colocá-los na cesta que usava para carregar as compras. Passou pelo caixa e pagou pelas comidas, logo voltando para o hospital.

─ Voltei.

─ Glória! Cadê meus doces? ─ Niki pulou na frente de Heeseung pegando as salocas nas mãos procurando seu doce.

─ Onde Sunghoon está? ─ Heeseung perguntou

─ Lá fora, ele disse que queria respirar um ar.

Heeseung deixou as coisas com os garotos e desceu os andares do hospital novamente, indo para fora do local. Sunghoon estava sentado em um banco do lado da porta da saída de emergência do Hospital.

─ Oi. ─ Se sentou ao lado dele no banco de madeira.

─ Eai.

─ Você está bem?

─ Apenas com a cabeça cheia. ─ Suspirou cansado.

Desde o dia do assalto, Sunghoon sempre esteve com a cabeça cheia e ficava sozinho constantemente. Pensava naquele tiro no banco, quem havia matado aqueles homens? Nenhum dos garotos tinham balas em suas armas, e estavam correndo com o tiro veio, não conseguia parar de pensar na possibilidade de alguém estar os ajudando. Mas quem? Tinha seus palpites, mas era algo que se compartilhasse com os garotos, iriam chamá-lo de doido.

─ Eu trouxe uma coisa para você.

Sunghoon olhou curioso para o garoto, Heeseung retirou a caixa de chocolates que havia comprado na loja de conveniência de seu bolso. Entregou e desviou seu olhar, olhando para qualquer coisa em sua frente. Sunghoon sorriu, sempre gostou muito de chocolates, mas seu sorriso amigável e agradecido se tornou um sorriso malicioso quando percebeu o que Heeseung quis dizer com aquilo.

─ Eu disse. ─ Começou a sorrir. ─ Eu tinha razão!

─ Cala a boca!

─ Eu fico feliz por você. ─ Colocou a mão em seu ombro. ─ Faz um tempo que não te vejo sorrir assim, qual foi a última vez que você se apaixonou? E ficou mais feliz ainda por esse cara ser Jake, eu confio você a ele.

─ Eu sinto que nunca me apaixonei de forma verdadeira, eu nem sei ao certo o que é isso que Jake despertou em mim.. Só sei que eu gostei.

─ Porra! Você está tão apaixonado, meu amigo! ─ A risada de Heeseung saiu alta. ─ Vocês já se beijaram?

─ Eu transei com ele.

Sunghoon arregalou os olhos e ficou boquiaberto enquanto Heeseung gargalhava alto. Esses momentos em que estavam apenas os dois, sorrindo e conversando sobre amor, lhes trouxeram uma nostalgia enorme.

O Park estava feliz por ter essa conversa com Heeseung, já que um dia já foi ele conversando sobre Sunoo, dizendo o quão apaixonado estava. Heeseung não confiava tanto em alguém para falar sobre amor como confiava em Sunghoon, eles se entendiam nesse requisito.

─ Que isso, Lee.. Você é avançado mesmo.

─ Pode ser estranho, mas eu não quero nunca mais fazer isso com mais ninguém além dele.

─ Não tem nada de estranho. Eu te entendo completamente.

─ Foi assim com Sunoo?

Concordou com a cabeça. Heeseung se sentia cada vez pior pelo amigo, agora que entendia exatamente o que ele sentia por Sunoo, conseguia imaginar melhor a dor que ele guardava para si. Se apenas ver Jake baleado já era um sentimento terrível, pensava como foi para Sunghoon, que teve que enterrar o amor de sua vida.

─ Vocês são o casal mais lindo que eu já vi.

─ É, nós realmente éramos isso tudo. ─ Sorriu, se gabando.

─ Esses dias você tem estado meio para baixo e cheio de pensamento na cabeça.. Tem algo haver com ele?

─ Hum.. ─ Concordou com a cabeça. ─ Tem sim.

─ Espero que consiga esvaziar a cabeça logo.

─ Eu também.

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