ㅤㅤOs garotos estavam sentados no chão ao lado do carro de cabeça para baixo. Jake tinha suas mãos tapando seu rosto, algumas lágrimas ainda escorriam por seu rosto. Aquilo doía tanto, que se pegou pedindo para estar no lugar de Niki. Todos ali gostariam de estar no lugar dele, fariam de tudo para Niki não ter sentido toda essa dor.
A porta estava tão espremida no carro, que não se soltava de maneira alguma. Por isso se assustaram quando escutaram um estrondo, e quando olharam para a origem do barulho, a porta finalmente havia caído. Jake arregalou os olhos, talvez todas aquelas pancadas tivessem servido para alguma coisa. Se levantaram do chão rapidamente.
Jay foi em direção a Niki, retirou a porta amassada de seu caminho, e foi em busca de conseguir tirar o garoto dali. Jay colocou os dedos em seu pulso, checando seus batimentos. Aquela hora foi tão desesperadora para todos ali, ninguém sabia o que faria se Niki não estivesse mais vivo. Sentiram o nó em suas gargantas se desfazerem quando Jay jogou a cabeça para trás, suspirando aliviado; Indicando que seu coração ainda batia.
─ Eu vou te tirar daí, Niki.
Abraçou o tronco do garoto, que caiu em cima de si quando ele empurrou o banco que o prendia. Sentiu a pouca respiração de Niki tocar seu pescoço, o arrepiando todo, mas estando feliz por isso. Quando Jay deitou Niki no chão, a visão que tinham era terrível; As pernas de Niki estavam praticamente mortas, sangravam sem parar.
─ O que nós fazemos, Jay? ─ Jungwon perguntou.
─ Bom, deveríamos ir até o prédio que minha irmã havia dito. ─ Suspirou. ─ O barco chega nessa próxima madrugada, todos nós vamos em um hospital da ilha. Não temos como ir hoje, não temos carro, e o prédio está mais perto. Teremos que sobreviver só mais um dia. Nós conseguimos.
Jay tentava passar confiança para os outros garotos, mesmo estando muito nervoso também. Tinha medo de que não conseguissem passar dessa noite; Todos estavam tão machucados, Niki e Heeseung estavam literalmente desacordados.
Se levantaram e se prepararam para a caminhada que iriam ter, o lugar não estava tão longe de onde eles haviam batido, mas estavam todos machucados e andar tanto assim seria muito difícil. Jay carregava Niki em suas costas, e Sunghoon e Jungwon carregavam Heeseung desacordado. Jake queria ajuda a levá-lo, mas os garotos não deixaram por conta de seu braço machucado.
E ali estavam eles, andando pelas ruas escuras e frias, com ferimentos suficientes para matar uma pessoa. Jay queria mais do que tudo levar aqueles meninos para longe dali, havia prometido a eles que iriam conseguir, mas tudo estava tão difícil; Desistir parecia mais fácil.
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ㅤㅤJá se passavam da meia noite quando finalmente chegaram ao prédio abandonado. Era claramente um lugar abandonado, parecia não receber visitas a séculos. O lugar estava extremamente sujo e tinha a maior parte de suas janelas e portas de vidro quebradas. O chão todo empoeirado, o que fez os garotos tossirem sem parar. Andaram pelo lugar, conhecendo melhor cada parte dele. Decidiram ficar em um quarto no segundo andar, era o cômodo mais limpo daquele lugar, e mesmo assim estava imundo. Era o único com as janelas completas.─ Coloquem eles ali. ─ Jay apontou para um sofá que havia ali.
O móvel não estava diferente do lugar, era acabado e cheio de poeira, os meninos fizeram o possível para limpar o lugar e deixá-los lá.
Se jogaram pelos lugares livres do sofá, suspirando pesado. Estavam tão cansados e puder finalmente descansar por alguns minutos, parecia maravilhoso. Estavam em completo silêncio, nem tinham forças para falar. Mas os gemidos doloridos que saiam da boca de Sunoo dominaram o lugar. Olharam para ele, preocupados, o garoto se contorcia em dor no sofá, suas mãos estavam trêmulas e tentavam parar o sangue que saia sem parar de sua barriga.
─ Sunoo, me deixe ver. ─ Sunghoon se aproximou, tirando a mão do garoto de seu ferimento.
Sunghoon se perguntou como não havia visto aquela ferida aberta na barriga de Sunoo. O corte era profundo e não parava de sangrar, se pergunto desde quando aquilo estava vazando, a quando tempo Sunoo estava perdendo sangue?
─ Porra.. ─ Jay passou as mãos entre os cabelos.
Jay e Jungwon começaram a revirar o lugar de cabeça para baixo, olhavam por todo canto, em busca de algo, qualquer coisa que pudesse fazer Sunoo parar de sangrar. O garoto já estava ficando branco demais, seus lábios que antes eram rosados, agora pareciam não ter cor alguma. Sunghoon começou a sentir uma pontada em seu peito, vendo Sunoo se contorcer de dor, fazendo o possível para não soltar um grito. Sunghoon segurava sua mão, se recusava a soltá-lo; Não queria soltá-lo nunca mais.
O Park mais novo arqueou uma sobrancelha quando Jay apareceu com uma agulha e uma linha em suas mãos. Sunoo olhava desesperado para ele, já adivinhando sua intenção.
─ Não quer enfiar essa merda suja nele, né? ─ Sunghoon disse.
─ Tem alguma outra escolha, garoto? Só precisamos fechar para parar de sangrar, quando chegarmos na ilha nós-
─ Nós vamos a um médico. ─ Cortou a fala de Jay, completando exatamente oque o garoto iria dizer. ─ Jay, você está a um bom tempo dizendo que quando chegarmos nessa ilha, vamos a um médico. Mas olhe para Sunoo, olhe para Heeseung e Niki. Eles vão morrer antes mesmo de chegarmos lá.
─ Sunghoon! Não fala merda! ─ Jay se aproximou, apontando o dedo indicador para Sunghoon. ─ Eu vou fechar o buraco na barriga do seu namorado, vamos sair daqui de madrugada, vivos, e vamos a um médico quando chegarmos lá.
Jay falava em um tom assustador, como se aquilo fosse uma ordem e que se mais alguém discordasse ele iria perder a cabeça. Não aguentava mais ouvi-los dizerem que iriam morrer antes de chegarem aos seus destinos, e Jay não poderia deixar isso acontecer, de maneira alguma.
Sunghoon apenas assentiu com a cabeça, assustado; Sabia como Jay ficava quando algo não acontecia como eleplanejdaga. Sunoo olhou assustado para Jay, que tentou conforta-lo. Sunghoon o colocou deitado em cima de uma mesa no centro do cômodo que estavam, Jay franziu o cenho quando viu como a ferida estava. Mais um pouco e Sunoo poderia até mesmo morrer.
─ Está pronto? ─ Perguntou, rasgando um pedaço de sua camisa e enrolando o tecido. Colocou na boca de Sunoo, ele precisaria de algo para descontar a dor que iria sentir. ─ Isso vai doer.
Suspirou e então começou. Obviamente a agulha tinha sido lavada, mas apenas com a pouca água que saia da torneira quebrada na cozinha, não haviam encontrado nada como álcool para higienizar a agulha. Era muito perigoso e arriscado colocar aquele metal na ferida do garoto, mas era mais arriscado ainda apenas observá-lo se contorcer no sofá enquanto morria aos poucos.
Sunoo fechou os olhos quando sentiu a ponta do metal gelada tocar sua barriga, e impulsionou para gritar, com todas as suas forças. Mordia tanto o tecido em sua boca, que seus dentes poderia fundir a qualquer momento, se antes aquilo estava doendo, agora estava três vezes pior. Jungwon que estava apenas sentando no sofá observando a cena, tapou a boca com as mãos, se sentindo terrível por ver Sunoo sofrer tanto.
Jay tentava acabar com aquilo o mais rápido possível, o grito abafado por conta do tecido já estava ecoando em sua cabeça, martelando sem parar. Quanto mais Jay enfiava a agulha, fazendo mais um ponto, mais sangue saia. O líquido vermelho e quente de Sunoo tocava suas mãos, a sujando por inteira. Jay não iria se perdoar por um bom tempo por fazer Sunoo sangrar; Mesmo que tenha sido tentando ajudá-lo.
Sunoo nem conseguiu distinguir quando Jay finalmente havia terminado a costura em sua barriga, pois a dor não tinha parado.
─ Acabou. ─ Sunghoon abraçava Sunoo, passando os dedos em seus fios de cabelos. ─ Acabou, meu amor. Vai ficar tudo bem.
Sunghoon sussurrava para Sunoo várias vezes que havia acabado, que agora tudo iria ficar bem, enquanto Sunoo deixava sua dor sair em forma de lágrimas, escondendo seu rosto na curvatura do pescoço do mais velho.
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assault 67
FanfictionJay recrutava seus antigos agentes para uma nova missão: um assalto ao novo banco da cidade. Cada um havia seguido sua vida de forma calma e longe dos crimes, incluindo uns dos outros; Mas, agora com todos reunidos novamente, seriam capazes de enfre...