Ela apertou minha mão e colocou sua outra mão sobre minhas costas nuas. Dedos imperativos pressionaram firmemente contra minha espinha e buscaram dirigir meus movimentos.
Minha pele se arrepiou com a conexão.
Ignorei a resposta ilícita e o olhei nos olhos. Escuras e sérias, suas íris me arrastaram para um sufocante reino do desconhecido.
No entanto, não perguntaram nada além de "Você virá comigo?".
O bandoneón, acordeão típico da Argentina, emitiu suas notas.
O violino cantou.
O vocalista, que usava um chapéu preto estilo fedora, nos seduziu para o tango. O Milonga, um clube de tango no submundo de Paris, estava escuro e esfumaçado, recendendo a uísque, suor e cigarros de cravo. Dançarinos uniam-se uns aos outros nas várias fases da dança, alguns tão próximos como amantes, outros se mantinham um pouco afastados, aprendendo os movimentos do parceiro à medida que lhe ensinavam os seus.
Felizmente minha nova parceira se manteve afastada, o que não permitia um contato direto com seu peito enquanto entrávamos no ritmo da pista de dança. Segui a sutil orientação em seus olhos, dedos e passos.
Eu vinha seguindo havia duas semanas pelas ruas estreitas e tortuosas de Paris. Naquela noite, era a primeira vez que eu permitia que ela notasse minha presença. Esse tênue primeiro contato lentamente ganhava confiança à medida que ela segurava minha mão com convicção, mas sem apertá-la demais. Respondi, seguindo-a obedientemente. Ela era um palmo mais alta que eu, mas se inclinou levemente, dobrando os joelhos, o que fez com que ficasse da minha altura.
Seu perfume de canela era irresistível.
A presença de seu corpo, completamente concentrado na dança era avassaladora.
No geral, ela era muito mais sedutora do que eu esperara que pudesse ser.
Um casal exibicionista dominava o centro da pista de dança. Estávamos nos movendo no sentido anti-horário pela pista, fluindo junto com os outros dançarinos que não tinham necessidade de se exibir. Eu sabia o nome dela: Samanun Anuntrakul.
Ela jamais saberia o meu, se eu dançasse aquele tango de duas opostas corretamente.
Estava nervosa com a ligação física naquela noite, porém, determinada.
A música fez uma pausa e ela me puxou para mais perto, movendo seu rosto junto à minha bochecha, mas não pressionou a pele contra a minha.
Do modo como estava, a proximidade entre nossas bocas parecia perigosa.
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Bite Me
FanfictionComo vampira, Samanun Anuntrakul jamais conhecera mulher mais intrigante que Korkamon Armstrong. A tailandesa esperou semanas até que ela desse o primeiro passo e não se decepcionou quando compartilharam uma sedutora dança em um clube de tango em Pa...