Us Against The World

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Os vampiros idiotas haviam concordado com o pedido de Samanun. Agora ela me salvaria de um massacre certo. Exceto pelo fato de que eu sabia que o salvamento não iria acontecer, pois Samanun se aproximou e seus olhos tristes me diziam tudo o que eu não quisera perceber.

Ela havia falado sério quanto a se entregar para me salvar.

A mim. Uma mulher que não tinha sequer um ano de vida pela frente!

— Não faça isso.

Sussurrei quando se aproximou de mim. Meu corpo tremia visivelmente. Minha garganta estava seca.

Eu não conseguia me acalmar.

— Depois de matá-la, eles virão atrás de mim.
— Você fugirá assim que nos separarmos. Eu os manterei ocupados o suficiente para dar a você uma vantagem. Beije-me, Mon.

Sua boca pressionou a minha.

Lágrimas rolaram pelas minhas faces, molhando nossos lábios.

Foi horrível. Doce e amargo.

Angustiante. Eu não podia deixá-la partir... Não a deixaria partir. Jamais.

— Permita-me o beijo que lhe concederá a liberdade.

Eu sabia o que ela estava me pedindo. E eu não precisava considerar as opções sobre as quais antes estivera indecisa.

— Sim. Morda-me.

Dando as costas aos vampiros que aguardavam, Samanun se curvou em direção ao meu pescoço.

A invasão de seus caninos foi dolorida, mas eu não gritei alto.

Ela penetrou minha carne, e o rosnado de satisfação que acompanhou o gesto ecoou por todo o meu ser. Ela sugava avidamente, extraindo meu sangue.

Não senti prazer, não poderia.

Era nosso beijo de adeus.




(...)

Agindo rapidamente para o que eu esperava que pudesse ser uma satisfação por mera diversão na carne uma da outra, retirei sangue suficiente de Mon para me lembrar de seu sabor, mas não o bastante para satisfazer a ânsia que vinha queimando dentro de mim havia dias. Eu não podia correr o risco de despertar suspeita em Mile e seus homens.

Retirando meus dentes antes que ela pudesse experimentar o orgasmo delirante que acompanhava o beijo de uma vampiro, arrependi-me de não ser capaz de lhe conceder tal prazer.

— Fuja agora, e pense sempre em mim.

Eu a afastei e me virei para encarar Mile.

— Prometa que ela ficará segura.

Mile deu de ombros.

Em seguida, endireitou o corpo e fixou o olhar em meu rosto, extremamente interessado em algo que vira nele.

Pus a língua para fora para sentir o gosto de minha carne. Maldição.

Um filete de sangue escorria do canto da minha boca. O plano havia mudado.

— Corra, Mon!

Ela parou, o arrependimento brilhando em seus olhos, e então se virou novamente e saiu correndo.

Um dos bandidos de Mile correu atrás dela, mas eu o encontrei com meu braço estendido, agarrei-o pelo pescoço e o pendurei pelas costas. Mile me atacou com a estaca de ferro.

Bite MeOnde histórias criam vida. Descubra agora