Já faz um ano, e eu não retornei ao meu médico.
Ele confirmaria que eu tinha mais um dia ou mês de vida, ou veria os resultados dos meus exames com choque e me proclamaria totalmente curada, o que havia acontecido com meu sangue? Aquilo não estava... certo.
Eu não poderia correr o risco de um técnico de laboratório estudar meu sangue com o auxílio de um microscópio. Qualquer que fosse o resultado, ele importava para mim.
Optei por não pensar no que poderia me matar, e sim naquilo pelo que valia a pena viver. Sam suspeita que meu Mal de Huntington tenha sido comprometido quando me tornei completamente uma vampira.
Sinto-me inclinada a concordar.
Tirei vidas quando era eu quem deveria ter morrido. Era egoísmo.
Aquela era uma decisão da qual jamais me arrependeria. Deitada e aninhada junto ao corpo de minha amante, nossas peles respirando, uma junto à outra, nossos caninos roçando veias.
Morder outro vampiro e beber seu sangue é como um orgasmo. Raramente tiramos sangue de mortais agora. Não há necessidade disso quando temos uma a outra.
Posso viver por séculos.
Posso sair pela porta amanhã e ser atingida pela estaca de uma assassina que busca vingança pelas crueldades que a vida impôs a ela.
Todos os dias são especiais para mim.
Todos os dias, desperto nos braços de minha amante.
(...)
Mon e eu retornamos a Chiang Mai, Tailândia imediatamente após nosso embate com os bandidos de KinnPorsche em Paris. Ela gosta do frio das montanhas, e para mim é incontestável que os dias sem sol são uma bênção para nossa espécie. Retomei meu trabalho com o Projeto Resgate, para o qual o líder de minha tribo, Lisandre Manobal, me designou. Resgatamos vampiros capturados por lobisomens por mero esporte cruel.
É um trabalho gratificante salvar um vampiro das crueldades do mal ultravioleta, causado pela exposição extrema e forçada à luz UV e pelo
aprisionamento. Retornar ao lar todas as manhãs e encontrar Mon faz tudo valer a pena. Eu jamais esquecerei Nitta, mas, agora, meu coração tem uma nova razão para bater.Estamos lado a lado neste momento, ajustando roupas. Mon enrolou uma fina mecha de seu cabelo escuro para a frente, à altura de sua face.
O espelho refletiu felicidade.
Nem sempre será assim.
O amor é tão alegre e maravilhoso quanto perigoso e doloroso.
— Não aceitaria de nenhuma outra forma.
— O quê?Mon disse olhando para mim pelo espelho.
— Nós. Você está pronta?
Sacudi-a num abraço de tango e a inclinei para trás, curvando-lhe o corpo para baixo quando ela se esticou.
Eu a segurei com facilidade com um braço enquanto deslizava minha outra mão por cima de sua coxa e, em direção ao seu seio.
— Esse não é um movimento do tango, querida.
— Esse também não.Colocando-a em pé, agarrei-a pelas costas e me curvei para enterrar meus caninos na veia sob seu maxilar.
Sua doce escuridão derramou-se em minha boca.
Aquela dança nos daria a eternidade...
E chegamos ao final dessa fascinante história de romance dark, mas que durou tão rápido quanto um passeio de vampiro com sua amada humana entre as árvores de Forks. Obrigado por quem acompanhou até aqui e, nos vemos nas terras médias. 😘
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Bite Me
FanfictionComo vampira, Samanun Anuntrakul jamais conhecera mulher mais intrigante que Korkamon Armstrong. A tailandesa esperou semanas até que ela desse o primeiro passo e não se decepcionou quando compartilharam uma sedutora dança em um clube de tango em Pa...