Como vampira, Samanun Anuntrakul jamais conhecera mulher mais intrigante que Korkamon Armstrong.
A tailandesa esperou semanas até que ela desse o primeiro passo e não se decepcionou quando compartilharam uma sedutora dança em um clube de tango em Pa...
Mon estava sentada em meu colo, e nós duas olhávamos para o céu cinzento, que havia começado a clarear com a ameaça da luz do dia.
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Não me preocupei em fugir. Não queria deixar Mon agora que sabia o quão breves os dias poderiam ser entre nós.
— Eu amava minha esposa, Nitta. Mas tinha de deixá-la durante o dia para trabalhar nas minas de ouro. Vivíamos em Bangkok, Tailândia, no final do século XIX. Era uma pequena capital se for comparada aos dias atuais. Certa noite, ao voltar para casa, encontrei a porta fora de suas dobradiças. Corri para dentro e encontrei Nitta sentada no chão, com sangue nas mãos e no rosto, e uma adaga cravada no coração.
Senti que Mon ficou tensa em meu colo. Seus batimentos cardíacos aceleraram os meus.
— Nitta sussurrou "Eu te amo", depois faleceu. Ladrões haviam reivindicado o medalhão de ouro que ela usava no pescoço. Ela tinha sido violentada e abandonada à beira da morte. Posteriormente, percebi que ela havia ficado sentada lá durante horas com a adaga em seu coração, resistindo, esperando pelo meu retorno. E quando ela finalmente me viu, foi capaz de interromper sua luta pela sobrevivência. Enlouqueci. Eu sabia exatamente quem havia feito aquilo: a gangue do Corvo. Três irmãos que bebiam, roubavam e atormentavam todas as mulheres da cidade. Matei todos os três, e outro homem que meramente se intrometeu em meu caminho. Fui condenada à forca três dias depois. Por ter vingado a morte da minha esposa. Não me importei. Que todos eles se danassem. Eu não podia viver sem Nitta. Fui de bom grado enfrentar minha morte.
Mon agarrou meus punhos cerrados e os beijou com ternura. Suas lágrimas quentes mancharam minha carne e lembrei-me do sangue quente de Nitta pingando, se infiltrando em minha pele. Engoli o desejo de gritar até que meus pulmões doessem, e abracei Mon desesperadamente.
— Fui enforcada à meia-noite. A corda, porém, não quebrou meu pescoço, e lutei contra o nó corrediço, desejando simplesmente morrer. A multidão foi embora quando pensou que eu estava morta, porque eu havia parado de me debater. Porém, eu ainda sentia o mundo. Quando a lua estava alta no céu, o vampiro chegou e me feriu. Ele mordeu meu pescoço, sorriu com afetação e declarou que eu era forte e vital. Não era ainda a minha hora de morrer. Ele me atirou em seu carrinho e buscou a escuridão de uma caverna de mineração abandonada. Depois que minha força retornou, lutei contra ele. Mas era mais forte. A vida sem Nitta era inimaginável. Tentei me matar cortando meus pulsos. No entanto, eu já era uma vampira. E o resto da história você já sabe. — Você finalmente decidiu viver. — Sim, aceitei o que a vida tinha me dado. Levei muito tempo para me recuperar da morte de Nitta. Em certos dias, ainda não me sinto recuperado. Daí minha visita a Paris. Pensei que pudesse me livrar da lembrança. Eu já havia me mudado, mas as lembranças estavam entranhadas em mim como se fossem ferrões de metal. — Obrigada por me contar tudo isso, Sam. Sinto muitíssimo por sua esposa.