Capítulo Cinco. - A Ressaca (Moral).

78 10 3
                                    

Quando o relógio marcava às 05:43 da manhã, Iolanda acordou de repente. De primeira impressão não conseguiu reconhecer o lugar onde estava, o ambiente e o cheiro eram bem diferentes do que estava acostumada na sua casa. Era tudo muito claro e tinha cheiro de perfume masculino. Mas, assim que o cheiro daquele feromônio em específico destacou-se no meio da fragrância do perfume, olhou rapidamente para trás, e viu como Rafaela dormia profundamente.

Flashes começaram a surgir na cabeça de Iolanda, lembrando de tudo o que ela tinha visto, feito, e falado, em detalhes. Um misto de nojo e vergonha começava a tomar conta de seu corpo de forma gradativa, mas agressiva. Sua cabeça estava pesada, o estômago embrulhado e o corpo com uma leve dor incômoda. A ômega foi saindo silenciosamente da cama, ainda vestia o seu top esportivo e a calcinha boxer. Sua roupa estava perfeitamente dobrada sobre a mesa do computador. Vestiu-se rapidamente e saiu daquela casa na velocidade da luz, não queria que ninguém a visse daquele jeito, principalmente Rafaela.

O nojo que sentira não era de Rafaela, era de si mesma por ter se deixado levar demais pela bebida. Vomitou um pouco na lixeira da casa vizinha, pediu desculpas mentalmente por causa daquilo, e pegou um táxi direto para casa. Estava completamente derrotada.

Quando Rafaela finalmente despertou, desligou o alarme que tocava baixinho em seu celular, e percebeu que estava só no quarto, como de costume. Suspirou pesado em frustração consigo mesma, puxou o edredom de cima das suas pernas e viu o quão duro estava seu pau naquela manhã. Além do feromônio deixá-la louca, aquela mulher também a deixava.

— Olá, minha querida, bom dia, vai para o trabalho hoje?— Perguntou Magda assim que viu a neta chegar na cozinha.

— Bom dia, vovó. Sim, vou para o trabalho, hoje é meio expediente, então estarei mais cedo em casa— Rafaela respondeu ajeitando a gravata.

— Sente aí, então, estou apenas terminando de passar o café— Magda referiu-se a mesa que estava na cozinha.

Magda sempre teve a rotina de acordar cedo, sempre por volta das cinco da manhã ela já estava despertando, e por volta das seis horas descia para começar a preparar o café. Como não comiam muito de manhã, não tinha muita coisa para se fazer, então ela tomava o seu tempo e fazia uma coisa de cada vez.

— Você chegou cedo ontem à noite, não foi, querida?— Magda perguntou levando a garrafa de café até a mesa— Sua irmã saiu um pouquinho depois de você e chegou no meio da madrugada— Contou sentando-se na cadeira de costume.

— Cheguei cedo sim. Percebi que... que não tenho mais idade para ficar indo para essas coisas não, sabe?— Rafaela forçou um sorrisinho sem jeito. Magda riu.

— Você é bem jovem para estar falando isso, meu amor— Magda falou no meio do riso— Mas, eu entendo, você assumiu a presidência da empresa da sua mãe muito cedo, é justificável que esteja cansada agora— Comentou.

— Eu gosto muito do meu trabalho, de verdade, gosto mesmo, mas noite passada percebi que estou precisando descansar um pouco, sabia?— Rafaela comentou começando a servir o seu prato com algumas coisinhas— Faz tempo que não faço uma viagem com vocês pra nossa casa de praia, estava querendo ir para lá.

— Bom, seu avô e eu somos aposentados, fazemos pequenos trabalhos de hobbie mesmo. Então, você sabe que sempre seremos uma companhia para você— Magda sorriu— Mas agora precisamos saber do seu pai e da sua irmã.

— Mada topa qualquer coisa junto com a gente, só o papai que não sei como está no trabalho ultimamente— Rafaela comentou— Ele ainda está com aquela coisa de acumular um montão de trabalhos?— Perguntou baixo.

— Por que você pergunta se já sabe a resposta?— Magda falou no mesmo tom. Rafaela revirou os olhos.

— Papai sabe que não pode ficar se esforçando desse jeito desde a última consulta em que fomos. Eu o examinei, e o Francisco também o examinou, chegamos no mesmo resultado sobre o coração dele ficar sobrecarregado e isso resultar em desmaios. Mas o papai não me escuta— Rafaela reclamou batendo uma mão na outra.

Última Chance. | ABO - Lábris - G!P|Onde histórias criam vida. Descubra agora